Martin Heidegger - Biografia
Martin Heidegger foi filósofo,
escritor, professor universitário, reitor e um dos grandes pensadores do século
20. Nascido em uma pequena cidade católica, seu pai era sacristão e sua mãe era
amiga da mãe do jovem Conrad Grober, que viria a se tornar arcebispo de
Friburgo.
Heidegger estudou em Constança, de
1903 a 1906, e em Friburgo até 1909, onde se tornou um excelente aluno de
grego, latim e francês, interessando-se pela leitura de Brentano e dos
filósofos gregos.
Em 1909, Heidegger ingressou na
Universidade de Friburgo e iniciou o curso de teologia. Paralelamente,
continuou seus estudos sobre Aristóteles, e iniciou as primeiras leituras de
Husserl, que o levariam ao método fenomenológico. Interessou-se também pela filosofia
de Maurice Blondel e pelo pensamento de Kierkegaard, que o fez refletir sobre
outro tipo de pensamento que não o católico.
A partir de 1911, influenciado pelo
filósofo Heinrich Rickert , Heidegger estudou as obras de Hegel, Schelling,
Kierkegaard e Nietzsche, Kant, Dostoievsky, Rilke, Trakl, e começou a redigir
textos que resultariam em obras posteriores.
Em 1915, Husserl foi para Friburgo e
Heidegger tornou-se seu assistente. Husserl o influenciou em toda a sua obra
sobre o "Ser" e transmitiu a ele toda a doutrina fenomenológica.
Dois anos depois, Heidegger casou-se
com sua aluna Elfriede Petri, com quem teve 2 filhos. Ela era luterana, filha
de um oficial do exército e, desde o noivado, empenhou-se pelo trabalho de
Heidegger, que lhe dedicou grande parte de suas obras.
Heidegger envolveu-se também com
outra aluna, Hannah Arendt, de ascendência judia, que iria se transformar em
uma das mais famosas filósofas políticas. Mesmo depois de separados, os dois
mantiveram uma longa correspondência.
De 1915 a 1923, Heidegger assumiu o
posto de professor substituto na Universidade de Friburgo e, de 1923 a 1928,
foi professor da Universidade de Marburgo (Prússia), publicando sua maior obra
filosófica "Ser e Tempo", em 1927. Após o lançamento dessa obra,
Heidegger foi considerado o maior nome da filosofia metafísica. Depois Sartre
modificaria esse título e lançaria o termo "existencialismo", mas
Heidegger repudiou tal classificação.
Em Marburgo, Heidegger fez amizade
com Rudolf Bultmann, que o levou a conhecer melhor a teologia protestante.
Também era amigo de Max Scheler e Karl Jaspers. Entretanto, seu mestre Husserl
decepcionou-se com "Ser e Tempo". Além disso, com o crescimento do
nazismo, os dois ficaram em campos diferentes, pois Husserl tinha ascendência
judia.
Quando Hitler se tornou chanceler, em
1933, Heidegger tornou-se reitor da Universidade de Friburgo, apoiando o
nacional-socialismo. Após a Segunda Guerra Mundial, Heidegger assumiu a cadeira
de Husserl na Universidade de Friburgo e redigiu obras de cunho filosófico,
pequenos artigos e ensaios.
Entre as principais obras de
Heidegger encontram-se: "Novas Indagações sobre Lógica" (1912),
"O Problema da Realidade na Filosofia Moderna" (1912), "A
Doutrina do Juízo no Psicologismo - Uma Contribuição Crítico-positiva à
Lógica" (1914), "A Doutrina das Categorias e da Significação em Duns
Scoto" (1916), "O Conceito de Tempo na Ciência da História"
(1916), "Ser e Tempo" (1927), "Que é Metafísica?" (1929),
"Da Essência do Fundamento" (1929), "Kant e o Problema da Metafísica"
(1929), Hölderlin e a Essência da Poesia"
(1936).
Também podem ser citadas "Da
Essência da Verdade" (1943), "Introdução à Metafísica" (1953),
"Da Experiência de Pensar" (1954), "O que é isto, a
Filosofia?" (1956), "Da Pergunta sobre o Ser" (1956), "O
Princípio da Razão" (1956), "Identidade e Diferença (1957), "A
Caminho da Linguagem" (1959), "Língua e Pátria" (1960),
"Nietzsche" (1961), "A Pergunta sobre a Coisa" (1962),
"Tese de Kant sobre o Ser" (1962), "Marcos do Caminho"
(1967), "Sobre o Assunto Pensamento" (1969), "Fenomenologia e
Teologia" (1970), "Heráclito" (1970).
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