Psicologa Organizacional

8 de dezembro de 2014

O PAPEL DO PROFESSOR PARA O DESENVOLVIMENTO AFETIVO-EMOCIONAL DO ALUNO



O trabalho refere-se à nossa proposta de dissertação de Mestrado junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS. O tema de pesquisa volta-se para o papel do professor no desenvolvimento afetivo-emocional do aluno. Como questão norteadora a pesquisa trás: Quais as estratégias pedagógicas e/ou medidas que os docentes, de Séries Iniciais do Ensino Fundamental numa Escola Pública da cidade de Santa Maria – Rio Grande do Sul, utilizam na prática com a finalidade de resolver questões afetivos –emocionais de seus alunos? O objetivo geral consiste em verificar quais as estratégias e/ou medidas que os docentes, de Séries Iniciais do Ensino Fundamental utilizam com a finalidade de resolver questões afetivo-emocionais de seus alunos. Dentre os objetivos específicos estão: Investigar a maneira como os docentes resolvem situações de conflito interpessoal na sala de aula. Elencar as características comportamentais dos alunos que mais preocupam os docentes. Analisar como ocorreu a formação docente em relação aos aspectos afetivos-emocionais dos alunos. A abordagem metodológica adotada está vinculada ao paradigma construtivista ou naturalístico, consistindo num Estudo de Caso do tipo qualitativo. Os participantes da pesquisa são professores de Ensino Fundamental de uma Escola Estadual da cidade de Santa Maria –Rio Grande do Sul e a turma de alunos correspondente aos referidos docentes. A escolha por professores de Ensino Fundamental se dá porque crianças nesta faixa etária sofrem um grande salto qualitativo no que se refere ao amadurecimento emocional e social mostrando grande envolvimento afetivo com o professor. Outro fato que nos conduziu a esses sujeitos de pesquisa foi porque acreditamos na influencia do professor sobre a vida do aluno, num período do desenvolvimento considerado crucial com relação ao aparecimento de problemas afetivos-emocinais no comportamento infantil. Entre a infância inicial e a infância intermediária, os professores como mediadores deaprendizagens terão grande importância para a vida imediata e futura do aluno. O ingresso na Primeira Série do Ensino Fundamental marca uma separação significativa entre a criança e o grupo familiar. Surgirão, gradativamente exigências bem diferentes daquelas apresentadas pela  família. Crianças que mostravam dificuldades nas etapas anteriores do desenvolvimento podem vir a acentuá-las na presente ocasião. A imaturidade psicológica ou fatores relativos a personalidade do aluno podem precipitar problemas, anteriormente inexistentes. No entanto, na terceira infância, as crianças tornam-se mais habilidosas socialmente, capazes de formar autoconceitos amplos e abrangentes, passando a privilegiar o brincar e o aprender em grupos e com os mais velhos. Além disso, ela torna-se mais responsável, e capaz de entender ideias complexas. Prestando mais atenção à continuidade e a padrões de comportamento e melhorando a percepção dos objetos físicos. É por volta dos seis e sete anos de idade, que a criança passa do autoconceito concreto para o autoconceito abstrato, libertando-se gradativamente da supervisão dos pais ou professores, passando a experimentar novos riscos, detectar emoções mais complexas e, conseqüentemente, acontece um aperfeiçoamento na qualidade dos vínculos relacionais que se tornam mais duradouros (BEE, 2003; BERGER, 2003). Relacionado ao que foi colocado acima, Marturano e Loureiro (2003) reforçam a ideia na qual crianças entre seis a doze anos experimentam a necessidade de aprender com os adultos e tornam-se competentes e com capacidade produtiva. Por isso, nosso estudo focar-se-á nos professores desses alunos, que dentro de uma perspectiva do desenvolvimento humano estão em um momento da vida especial no que se refere a construção de novas aprendizagens sociais e cognitivas. Os professoresparticipantes da pesquisa são todos oriundos de uma Escola Pública Estadual da cidade de Santa Maria. A escolha destes deu-se de modo intencional, ou seja, foram escolhidos a partir do critério indicação. Na escola o Serviço de Orientação Educacional elencou as professoras para o estudo. As educadoras deveriam corresponder aos seguintes critérios: boa relação com os alunos, dedicação à docência ou “gosto pelo que faz” (grifo nosso). Estão sendo utilizados os seguintes instrumentos para a coleta de dados: a entrevista semi-estruturada com os professores e os diários de campo, que foram intitulados de planilhas de coleta de dados. Para entrevista com os professores elaborou-se um roteiro contendo as questões de pesquisa, pra guiar a entrevista, passando por alguns tópicos principais a serem tratados, seguindo uma seqüência de assuntos, não descartando questões que possam surgir ao longo da conversa, as quais podem ser de grande importância ao estudo. Procurou-se estabelecer um contato amistoso com o entrevistando de modo que este possa sentir-se à vontade para falar livremente, sem medos ou ansiedade. Para o registro das entrevistas utilizamos um gravador e fitas cassetes. A análise dosdados ocorrerá de maneira qualitativa através da Análise de Conteúdo (ENGERS, 1987, 1994), seguindo as seguintes passos:
• Impregnação do texto, uma leitura exaustiva e flutuante no qual o pesquisador vai interagindo com a fala do entrevistado a fim de compreender suas manifestações. Esta fase está vinculada com a percepção do entrevistador e daquele(s) que faz (em) a análise, razão pela qual esta pessoa, sempre que possível, é um elemento importante na leitura e correção da transcrição da entrevista, bem como da análise.
•A análise vertical estuda as manifestações expressas na entrevista de cada respondente e aquelas que estão implícitas, isto é, busca extrair os significados;
 • A análise horizontal estuda cada questão de entrevista, considerando todos os entrevistados naquilo que já foi evidenciado na análise vertical;
 • A síntese busca identificar as diferentes manifestações dos entrevistados, agrupando-as, quando possível, para finalmente buscar sintetizá-las;
• A Categorização, que traduz as evidências que emergem do estudo.
O estudo está em andamento, até a presente ocasião contatamos com os docentes e iniciamos uma análise superficial das entrevistas. Foi possível perceber até o momento que as estratégias que os docentes se utilizam na sala de aula para resolver questões relacionais dos alunos são: conversas individuais com os alunos, solicitação do apoio da turma de alunos, pedido da visita dos pais à escola e acompanhamento dos serviços de psicopedagogia e
Orientação Educacional da escola. Partindo disso, nessa ocasião podemos dizer que uma das medidas mais eficientes, porque gera mudança de comportamento, é a conversa individual entre professor e aluno. De uma maneira geral, os professores preocupam-se mais com os alunos hiperativos/ indisciplinados e agressivos. Todos os docentes afirmaram que a formação não ofereceu subsídios para trabalhar com os problemas afetivo-emocionais dos alunos, um grupo menor dos entrevistados disse que tem buscado formação continuada para dar conta disso. Para finalizar, é possível dizer que a maioria dos professores que estabelecem relação de proximidade com os alunos vem mostrando capacidade de encontrar soluções para a resolução dos problemas escolares, isso quer dizer que esses trabalham os aspectos afetivosemocionais independentemente de uma recíproca de outros órgãos ou pessoas (governo, família, educador educacional, direção da escola e outros profissionais).



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