Sociolinguística
A
Sociolinguística, enquanto disciplina, tem como meta compreender e relacionar heterogeneidade
linguística com heterogeneidade social, pois seu pressuposto básico é que a
variação linguística é um fenômeno natural e que a língua é influenciada pelos
usos sociais que os falantes fazem dela.
O
estudo da Sociolinguística apresenta os seguintes tipos de variação: diatópica;
diastrática; diacrônica; sincrônica; diafásica e diamésica.
Variação diatópica
A
variação diatópica (do grego diá = através de; topos = lugar) se caracteriza
pelas diferenças que se observam na dimensão do espaço geográfico, ou seja, a
língua falada em diferentes lugares: numa mesma região, num mesmo estado, num
mesmo país, ou em países diferentes.
Poderemos
ilustrar essa variação regional com inúmeros casos que afetam os diferentes
níveis de uma língua: De ordem lexical -
Exemplo: macaxeira, aipim, mandioca; De
ordem fonético/fonológica - Exemplo: A propósito do /r/ em final de sílaba,
por exemplo, em porta, mar, força, um falante do interior de São Paulo o
realiza diferentemente da maioria dos brasileiros.
Variação diastrática
Variação
diastrática (do grego dia = através de; stratum = estrato, camada) corresponde
às diferentes formas produzidas por falantes de diferentes classes sociais. Ilustraremos
aqui variações que se manifestam na fala de indivíduos com diferentes
escolaridades, bem como de alguns casos que caracterizam a chamada variedade
não-padrão.
A ressalva da variação diastrática é
porque apresenta vários traços típicos da fala não padrão.
Variação diacrônica
A variação diacrônica (do grego diá = através
de; khrónos = tempo) é aquela que se verifica ao longo do tempo. Para
entendê-la, vamos falar um pouco da história do português que falamos hoje.
Do
latim ao português da época da colonização, muito tempo se passou e muitas foram
as transformações. Daquele português ao português que falamos e convivemos
hoje, também não foi diferente: muitas mudanças se processaram nos vários
níveis da língua.
Variação sincrônica
Diferentemente
da variação diacrônica, a sincrônica (do grego syn- = juntamente e - chrónos =
tempo) se processa num dado momento do tempo. São inúmeras as pesquisas que
abordam esse tipo de variação no português brasileiro.
Variação diafásica
Também denominada de variação estilística, a
variação diafásica (do grego diá = através de; phásis = expressão, modo de falar)
é registrada nos usos diferenciados que o indivíduo faz da língua conforme a
situação/contexto em que ele se encontra. Certamente, você já vivenciou esse
tipo de experiência, não é? É só prestar atenção como as pessoas falam em casa,
na mesa de um bar, num encontro com os amigos, com o chefe, numa conferência...
Quando escreve, você também registra esse tipo de variação: um bilhete deixado
na porta da geladeira é diferente de um relatório enviado a seu chefe, de um
e-mail enviado a um colega, de uma resenha a ser encaminhada ao professor...
Cada situação exige de você um controle maior ou menor, tanto do seu
comportamento em geral quanto do seu comportamento verbal.
Conforme
o autor, cada pessoa, independentemente de seu grau de instrução, classe
social, idade etc. varia o seu modo próprio de falar, podendo ser mais ou menos
consciente, dependendo da situação em que está.
Variação diamésica
Variação
diamésica (do grego diá = através de e mésos = meio) é aquela que se observa
entre a língua falada e a língua escrita. Por exemplo, quando você escreve um
texto, pode apagá-lo, corrigí-lo, modificá-lo, reescrevê-lo quantas vezes
quiser. Já com o texto falado,
o mesmo não acontece. Você não tem como apagar o que disse, por exemplo. O que
pode fazer é reapresentar a ideia num processo de correções, acréscimos e
reformulações, configurando estruturas que basicamente se diferenciam daquelas
tidas como bem acabadas pelos gramáticos.
Fonte:
https://moodle-nead2.uesc.br/pluginfile.php/15066/mod_resource/content/1/LETRAS%20-%20MOD%202%20-%20VOL%205%20-%20LINGUISTICA%20II%20-%20SOCIOLINGU%C3%8DSTICA%20-%20completo.pdf
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