Mais do que uma questão puramente física. O sexo está
associado também a sentimentos de amor, carinho e amizade; necessidades de
proteção e conquista, além da construção de uma família.
O sentimento de amor que está associado ao sexo é, para a
maioria das pessoas, uma das principais razões da existência.
Concomitantemente, a ausência ou a perda deste sentimento é responsável por
grande parte da tristeza humana, podendo gerar problemas psicossomáticos.
Inversamente, a prática de sexo pode ser favorável no combate à depressão e ao
estresse. Inclusive algumas pesquisas já confirmaram que a prática de sexo pode
dá uma qualidade de vida melhor, sensação de bem -estar e longevidade.
As mulheres são psicologicamente mais suscetíveis que os
homens por diversos fatores. Um deles é o prazer sexual que em muitas gera
frustração. Isto porque o caminho para alcançar o orgasmo em relação ao homem é
mais longo e delicado. E isso não está ligado diretamente ao ponto G como
muitos pensam. Até porque esta hipótese que até pouco tempo era uma certeza já
foi contestada por alguns especialistas que afirmam ser um mito. Então qual é a
explicação para que muitas mulheres não consigam alcançar o ápice do prazer?
Segundo Oswaldo Rodrigues Júnior, psicólogo e terapeuta
sexual do Instituto Paulista de Sexualidade; a explicação para a dificuldade
que algumas mulheres têm para atingirem o orgasmo pode estar no
passado."(...) o problema é, de longe, muito mais psicológico. O pouco
aprendizado e a falta da vivência sexual e erótica são as causas dessa
anorgasmia feminina”, afirma. Isso porque a cultura machista que imperou por
muitos anos e que ainda impera em algumas sociedades mostrava que a sexualidade
era um meio exclusivo de reprodução humana e, para reproduzir, a mulher não
precisava gostar de sexo, nem ter prazer. “Ainda hoje, as meninas e as
adolescentes não são incentivadas a valorizarem a expressão e o prazer sexual.
Tocar-se, conhecer o corpo como fonte de prazer são elementos contrários a
muitas ideologias, políticas e religiões”, reconhece. “Com a falta do aprendizado
nas duas primeiras décadas de vida, a mulher chega à idade adulta sem
compreender o que fazer para produzir e facilitar orgasmos. Já com o homem, a
experiência de vida é contrária, pois ele sempre será estimulado a vivenciar
situações eróticas”, afirma o especialista.
Outro fator que impede a mulher de sentir o prazer sexual é o
tabu da masturbação, vista como algo proibido e pecaminoso por alguns culturas
e religiões. E para a psicologia e a sexologia o ato de não se masturbar, é
visto como um preconceito. Já que para alcançar o orgasmo, a mulher precisa se
sentir bem com sua sexualidade ( e não necessariamente com seu corpo) e
conseguir estabelecer as sensações de prazer (psicologicamente) com o corpo. A
relação sexual é tão psicológica que “se a mulher começa a crer que não precisa
gostar de sexo, vai viver uma vida sem precisar dele”, sustenta Rodrigues
Júnior.
A busca pelo orgasmo pode ser dificultada quando a autoestima
está muito baixa. E não é só ficar preocupada demais se o parceiro vai reparar
nas estrias ou nas celulites, pois o fator também pode ser outro: as
genitálias. Embora as anomalias perceptíveis no órgão reprodutor feminino são
raras. Há mulheres que mesmo não apresentando nenhuma anomalia se preocupam
muito sobre o aspecto de suas genitálias e não conseguem atingir o ápice de uma
relação sexual. E a melhor maneira de lidar com esse entrave é a autoaceitação.
Ao se aceitar a mulher passa a pensar sobre sexo de modo mais positivo e a
enxergar menos obstáculos que a impedem de ter uma sensação prazerosa. Conhecer
o próprio corpo é o primeiro passo, sem medo. Conversar com o parceiro,
controlar o medo e ansiedade são outros fatores que reduzem os transtornos
causados pela situação mal resolvida com o sexo.
Ainda falando sobre fatores psicológicos que podem estar
relacionados com o sexo. Existe também a questão das afinidades e de interesses
em comuns, que possam sustentar uma relação mais duradoura. A semelhança de
idades faz parte desta questão, bem como a semelhança de formação cultural e
nível socioeconômico Freud levantava a
hipótese de que grande parte dos relacionamentos amorosos seria baseada em uma
idealização das características do parceiro. O convívio é que revelaria o que
seria idealização e o que seria realidade nessa caracterização do parceiro e,
baseado nessa análise, seria decidido o sucesso ou não da relação. Pesquisas
indicam que os filmes românticos tendem a criar uma imagem distorcida das
relações amorosas, gerando uma idealização que, geralmente, não se concretiza
nas relações reais, o que pode gerar frustração.
Outro fator a ser analisado são os gritos, gemidos, sussurros
e palavreados obscenos durante a relação sexual, supostamente denotando
excitação sexual. Porém estudos recentes indicam que, na maioria das vezes, tal
comportamento não reflete real excitação sexual, mas apenas o desejo de
estimular sexualmente o parceiro. Portanto, achar que a mulher está realmente
excitada ao fazer isso também é um mito. Visto que isso na maioria da vezes,
não passa de um fator psicológico em busca de um estímulo que possa ser
prazeroso a outra pessoa.
Como de fato acontece nos filmes pornôs, sendo um exemplo
disso.
Fonte: Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
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