Ejaculação precoce: Superando a dificuldade pelo reaprendizado
A ejaculação precoce é uma disfunção
sexual da resposta sexual masculina que ocorre na fase de orgasmo. Acomete
principalmente indivíduos no início da vida sexual, embora também seja queixa
de homens de outras faixas etárias que a desenvolvem em determinada situação ou
com determinada parceira. O Diagnostic and statistical manual of mental
disorders caracteriza a ejaculação precoce como o “início persistente ou
recorrente de orgasmo e ejaculação com estimulação mínima antes, durante ou
logo após a penetração e antes que o indivíduo deseje”.
A ejaculação precoce não está
relacionada apenas ao tempo que o homem leva para ejacular, como se acreditava
quando o diagnóstico era definido pelo tempo mínimo do intercurso. Chegou-se,
por exemplo, a aceitar um tempo de 15 segundos. Hoje temos uma compreensão mais
ampla de sexualidade e, além da ansiedade de desempenho, consideramos que
outros aspectos intra e inter-pessoais estão intimamente relacionados com o
processo ejaculatório.
Conforme o modelo trifásico da
resposta sexual proposto por Kaplan, essa disfunção apresenta-se nas seguintes
formas: ejaculação precoce primária – caso de homens que apresentam ejaculação
precoce desde as primeiras tentativas de coito; ejaculação precoce secundária –
caso de homens que apresentam ejaculação precoce após um período de
funcionamento sexual eficaz; e
ejaculação precoce situacional – caso de homens que apresentam ejaculação
precoce com determinada parceria ou situação.
A disfunção está relacionada a uma
inibição adquirida por condicionamentos durante uma situação aversiva e
desagradável associada a uma resposta sexual. Situações que dificultam o
aprendizado da percepção das sensações que antecedem a ejaculação fazem parte
do treino para a formação de ejaculadores precoces, como uma educação
repressora e negativa em relação ao sexo; jogos sexuais em que a ejaculação
rápida é vista como viril e valorizada, como no caso de competição de
masturbação em grupo; medo de alguns homens de serem surpreendidos e punidos no
ato masturbatório, seja pelos pais ou por estranhos; relação sexual realizada
em local que não propicie a privacidade e o relaxamento estimulando a rapidez
da relação, como no banco traseiro do carro, ou em um cômodo enquanto os pais
estão em outro. Desta forma, os níveis específicos de privação sensorial
originam-se do medo e apreensão diante de situações sexuais, da negação da
identidade sexual pessoal, da rejeição da parceria ou da circunstância do encontro
sexual, ou da ausência da consciência sexual decorrente do cansaço físico ou
emocional. Deve-se também considerar a preocupação do homem de fazer sexo de um
modo “certo”, ou de fazer com que a parceira atinja o prazer, forçando-se a
fazer sexo sem a disponibilidade necessária. Prolongados períodos de
abstinência sexual, disfunção sexual feminina, dificuldades gerais no
relacionamento, comportamento de crítica ou rejeição, ressentimento não
manifesto são outras formas de dificultar o controle ejaculatório e, deste
modo, o prazer.
Embora cause sofrimento psicológico
para o homem e sua parceria, gere ansiedade, medo do fracasso, evitação de
contatos que envolvam intimidade e ser potencial causa da disfunção eretiva
secundária de origem psicogênica, a ejaculação precoce é uma disfunção sexual
das mais fáceis de serem tratadas.
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