Psicologa Organizacional

1 de fevereiro de 2016

Psicoterapia de Casais Quando usar e Quando Começar


 
 
 

 

A psicoterapia de casais é uma terapia em conjunto que visa melhorar o relacionamento dos casais que querem ser ajudados com o intuito de melhorar seu relacionamento e sua comunicação. De acordo com Hintz e Souza (2009) a terapia familiar surgiu no Brasil em torno de 1946, com a experiência pioneira no Centro de Orientação Juvenil, pertencente ao Departamento Nacional da Criança do Ministério da Saúde.

Em 1970 ocorreu um grande interesse de diversos profissionais por terapia familiar, tendo esse movimento uma grande influência religiosa. A igreja Católica Promovia Encontro de Casais e famílias com o intuito de equilibrar os desajustes familiares e os profissionais de saúde montaram grupos de estudos para discutir o tema.

Willi (1978) ressalta que o resultado mais importante da terapia de casal é o conhecimento da temática fundamental do conflito colusivo vivido pelos cônjuges. Os parceiros, antes, em suas posições polarizadas, acreditam que não tinham nada em comum. A terapia vai mostrar que, com seus problemas, estão no mesmo barco. O que antes consideravam que os separava é agora o que os une. O objetivo é não tornar os temas fundamentais colusivos ineficazes, mas levar o casal a um equilíbrio livre e flexível. São as posturas extremas rígidas, nas quais os cônjuges se fixam, que tornam a relação menos saudável. Se vividos com flexibilidade, os temas da colusão se convertem em enriquecimento recíproco.

Segundo Aun (2005), citado por Hintz e Souza (2009), os primeiros grupos de Estudos surgiram em São Paulo, em 1976, CECAP (Centro de Estudos do Casal e da Família - com orientação Psicanalítica). Em 1978 surgiu o Centro Brasileiro de Estudos da Família (Cefam).

Em 1979 em Porto Alegre, 1980 em Salvador, 1982 em fortaleza, 1984 em Belo Horizonte e em 1087 no Rio de janeiro. Tais grupos cresceram tanto que fizeram com que as famílias fossem alvos de discussões. Suas contribuições geravam em torno de abordagens sistêmicas que visavam o equilíbrio familiar das famílias (HINTZ, 2009).

Papp (1992) ressalta que a teoria sistêmica tem uma diversidade de definições através de situações que abrangem a terapia familiar. Vários terapeutas a definem como situações vividas em seus consultórios, outros como movimentos comportamentais vividos no dia a dia conseguindo equilíbrio dentro do sistema.

O autor ainda ressalta que alguns casais procuram eliminar apenas alguns problemas do mal estar familiar, evitando entrar em contato com o verdadeiro motivo dos problemas familiares.

Segundo Miller (1995) existe uma grande dificuldade dos casais em lidar com suas questões individuais, levando deste modo para sua vida conjugal. As dificuldades surgidas são tantas que precisam de ajuda profissional para resgatar os laços emocionais e amorosos que se perderam com as desavenças.

A falta de harmonia de amor, de compreensão e a falta de perdão podem afetar a relação conjugal e levar a pensamentos de separação, uma vez que na maioria das vezes a comunicação já não existe entre os casais, portanto o objetivo da terapia em primeiro lugar é com a promoção da saúde emocional do casal e não com a manutenção ou ruptura do mesmo.

2. Como a Psicoterapia Funciona


Na terapia não existe mágica, para que surta efeito o casal precisa entender que a sinceridade é de fundamental importância para o tratamento. A terapia pode ser realizada num primeiro momento de forma individual para que os casais expressem seus receios e medos e posteriormente de uma forma conjunta.

A terapia é para melhoria do casal e não para pessoas que querem manter um caso extraconjugal e quer que o outro aceite, portanto a primeira coisa a fazer é esclarecer os objetivos da terapia, buscando o autoconhecimento da vida dos cônjuges, suas escolhas amorosas, as perspectivas que levaram ao casamento, como era o comportamento de sua família de origem, se tinham um bom relacionamento com os pais, se havia excesso de trabalho ou se não tinham a atenção devida por parte deles.

A necessidade de se desenvolver pensamentos positivos cria expectativas quanto à melhoria da comunicação fazendo com que haja o cessar das discórdias, buscando desta forma orientações quanto à harmonia no lar.

Gomes (1998-2006) destaca que uma das formas do casal entrar em contato com seus conflitos é através do contato de seus filhos que denuncia a problemática do casal. Em muitos casamentos os sintomas de um filho podem expressar um conflito conjugal. Em situações de crise familiar como mudanças culturais, luto ou desemprego podem atingir toda a família fazendo com que o casal procure ajuda terapêutica para exercer um efeito curativo e curativo atingindo o casal e consequentemente toda família.

Para se acertar é necessário buscar alternativas dentro da terapia para que o casal compreenda que o mais importante no ambiente familiar é a busca da plena felicidade, para isso é necessário aceitar as diferenças, saber lidar com seus papéis, não ter medo das diferenças sabendo aceita-las e não ter medo de ser feliz e saber aproveitar em todos os tempos a liberação do perdão.

3. Diferença entre a Terapia Individual e a Terapia Familiar


Segundo Michael P. Nichols-Richard c. Schwartz (Terapia Familiar Conceitos e Métodos 2007), tanto a psicoterapia individual quanto a terapia familiar oferecem uma abordagem de tratamento e uma maneira de compreender o comportamento humano. Como abordagens de tratamento ambas possuem virtudes, A terapia individual pode fornecer o foco concentrado para ajudar a pessoa a enfrentar seus medos e se tornar mais integralmente o que ela realmente é. Os terapeutas individuais sempre reconheceram a importância da vida familiar na formação da personalidade

Os terapeutas familiares por outro lado acreditavam que as forças dominantes na nossa vida estão localizadas na família. A terapia baseada nessa estrutura tem por objetivo mudar a organização da família. Quando a organização desta é transformada a vida de cada um de seus membros também é alterada, de forma que mudar a família muda a vida de cada um de seus membros, ou seja, modifica cada um dos membros da família, provocando mudanças simultâneas nos outros.

Quando os problemas estão relacionados a filhos, insatisfação sexual no casamento, hostilidades familiares, ou qualquer coisa ligada à transição familiar, a melhor forma de tratamento é com a terapia familiar, uma vez que se busca o conhecimento da vida em que levam em família, como se relacionam um com o outro, se não há inversão de papéis, se há ajuda quanto às tarefas domésticas e se são bem distribuídas, para que não haja sobrecarga, se há momentos de lazer e intimidade ou se o lazer é só em família.

Ambos os cônjuges são vistos pelo mesmo terapeuta ao mesmo tempo. Essa técnica permite ao terapeuta observar a dinâmica efetiva que se estabelece (paralelamente à escuta) de queixas, de razões e de racionalizações.

O terapeuta traça uma estratégia para que ambos se sintam a vontade para falar, certificando-se que não há constrangimento de ambas as partes uma vez que ambos buscam ajuda para a solução dos conflitos. O uso de dinâmicas interpessoais é um excelente atrativo para observação dos cônjuges. Fazer com que entendam que ambos tem direito a igualdade é um ponto de partida não devendo nenhuma das partes serem inferiorizadas, ambas tem que entender que caminhar juntos, numa mesma linha de raciocínio lógico é uma boa forma de se chegar a um acordo.

Para Lemaire (1988), o casal se constitui em torno de zonas mal definidas do “eu” de cada cônjuge, assim na relação amorosa, os sujeitos misturam suas fronteiras e, muitas vezes a terapia de casal é um meio privilegiado para o tratamento de sujeitos mal individualizados.

A terapia individual simultânea com o mesmo terapeuta foi proposta inicialmente por Mitleman em 1948. Possibilita que o terapeuta empreenda um recorte mais dinâmico e realista da interação, pois, trata em separado ambos os cônjuges simultaneamente. Essa técnica pode ser utilizada quando se percebe um desequilíbrio de desenvolvimento psíquico dos casais, e pode ser empregado quando existem violências do casal impossibilitando o tratamento em conjunto ou quando se quer preservar a imagem do parceiro perante o outro.

O terapeuta deve tomar cuidado para que não haja transferência uma vez que analisará os cônjuges separadamente. A questão do manejo dos segredos também é uma coisa a ser observada com cuidado para que não haja violação dos segredos. Este tipo de terapia tem sido proposta em complementação a conjunta, em momentos de impasse ou de resistências incontornáveis por parte de um ou de ambos os membros do casal.

4. Conclusão


Viver a dois, por mais satisfatória e saudável que seja a relação requer dos parceiros o enfretamento de alguns desafios. O primeiro grande desafio diz respeito às constantes tensões do dia a dia. O individualismo e a conjugalidade, devem viver de forma harmoniosa para que ambos possam respeitar os limites um do outro e de seu relacionamento.

Deve-se entender que quando este resultado harmonioso não acontece dificilmente consegue-se manter um relacionamento a dois, deste modo o terapeuta não deve tomar partido de nenhum dos lados, mantendo-se neutro e aceitando a decisão de um possível divórcio, uma vez que o entendimento não foi bem aceito entre os cônjuges e que envolve particularidades que são destinadas a opinião de cada um.

Os declínios de valores morais muitas vezes são mais fortes que as comoções de um relacionamento e das satisfações que ele pode trazer, fazendo desta forma que as dissoluções das famílias ocorram com mais freqüências no mundo moderno.

Se não houver compreensão mútua e o controle da ansiedade que abate metade dos casamentos hoje em dia não é possível uma comunhão a dois, fato triste esse que levam as pessoas a divórcios e a novos relacionamentos sem serem pessoas bem resolvidas.

Pessoas mal resolvidas tendem a ter um fracasso maior em novos relacionamentos, pois o problema nunca é seu é sempre da pessoa com que está, desta forma cria-se um círculo vicioso de tentativas sem perspectivas nenhuma de acertos. 

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