Pensando
nos colegas que estão começando a dar as primeiras aulas na universidade, seja
como monitores de graduação ou tutores de pós-graduação (via Reuni, Capes ou
outros programas), resolvi escrever um pouco sobre como dar aulas no ensino
superior. Não se trata de um manual ou de regras rígidas, muito menos de um
compêndio abrangente, mas apenas de conselhos práticos de quem enfrenta a sala
de aula há alguns bons anos para ensinar Ecologia e Zoologia.
Na
verdade, pensei não apenas em monitores, tutores e professores
recém-contratados, mas também em colegas que estão na guerra dos concursos
públicos para professor. Quase todo concurso inclui uma prova didática, que às
vezes pode mudar os rumos da seleção e derrubar até mesmo um candidato com um
currículo forte.
Bom,
partindo do começo, há colegas que acabaram de estrear como professores em
universidades públicas, mas que não têm muita experiência em ensino, pois
saíram ontem do doutorado. Alguns nunca deram uma aula de graduação na
vida. Infelizmente, o caminho quase único para se tornar um cientista
profissional no Brasil é conseguir um emprego como professor universitário,
mesmo que você não tenha vocação para lecionar. Empregos puramente científicos
em regime permanente, ou pelo menos estável, em institutos de pesquisa ou na
indústria, ainda são raros por aqui. Sorte minha gostar de dar aulas (rs), pois
sei que alguns colegas sofrem com essa obrigação.
Ok,
meu “bróder”: os alunos não têm nada a ver com a sua vocação e merecem cursar
disciplinas de qualidade, que realmente os preparem para exercer a profissão.
Logo, tanto faz se você gosta ou não de dar aulas: missão dada é missão
cumprida, 02! Não importando se você foi parar na sala de aula com as próprias
pernas ou chegou lá acorrentado, faça um bom trabalho. A educação é a base de
uma sociedade civilizada, então a missão de professor deve ser levada muito a
sério.
Como
em qualquer atividade acadêmica, para dar uma excelente aula de graduação é
preciso uma mistura de talento, treinamento e planejamento. O talento não tem
jeito: ou você nasce com ele ou sinto muito. Há colegas que são excelentes
cientistas, mas que não conseguem nem por decreto passar conhecimento de uma
forma eficiente. Eles têm que se esforçar bem mais do que os outros para
chegarem a resultados satisfatórios. E eles devem se esforçar! Sem talento é
difícil dar uma aula excelente, mas você pode pelo menos dar uma aula boa, se
investir no estudo e no planejamento, além de adquirir prática com o tempo.
O
treinamento, se você tiver sorte, pode vir através de um bom orientador que te
dê espaço nas disciplinas dele. Se o seu orientador for um bom professor, cole
nele, pegue dicas, assista suas aulas, peça para ministrar algumas dessas
aulas, imite o seu estilo no começo. Imite também o estilo de excelentes
palestras, como algumas dadas nas TED Talks. Com a prática, você desenvolverá a
sua própria pegada. Aulas teóricas sobre como dar aulas raramente ajudam, salvo
honrosas exceções. Até mesmo porque a formação de professores no Brasil, do
ensino infantil ao superior, muitas vezes vem com um forte viés ideológico
(sim, sou um herege: não sigo a religião “paulofreireana”). Não tenho nada
contra a área de educação, muito pelo contrário. Há excelentes pesquisas em
educação que ajudam muito a nortear uma aula de universidade. Há também outras
fontes valiosíssimas que podem te ajudar a elaborar técnicas de ensino, como
pesquisas em marketing, psicologia social e comportamento.
O
planejamento você também aprende durante um treinamento formal ou informal. Só que
ele é responsabilidade sua, não de terceiros. É nele que vou me concentrar
neste artigo. Para planejar bem uma aula, responda para si mesmo as seguintes
perguntas.
1. Qual é o perfil da minha turma?
Antes
de mais nada, considere o curso em que a aula será dada: Biologia, Ecologia,
Gestão Ambiental, Ciências Socioambientais, Veterinária, Engenharia Ambiental?
Se o curso em que você for dar a aula for o mesmo em que você se formou, as
coisas ficam bem mais fáceis; você estará na sua zona de conforto. Porém, se
você for dar a mesma aula em um curso alheio à sua formação, precisará fazer o
dever de casa e investigar o perfil dos alunos, sua bagagem acadêmica e suas
aspirações profissionais.
Por
exemplo, se você for dar uma aula sobre interações ecológicas em um curso de
Biologia, poderá se concentrar nos aspectos acadêmicos do tema, apresentar
informações em detalhes, focar no lado ecológico, cruzar informações
aprofundadas vindas de diferentes ciências biológicas. Porém, se você for dar
uma aula sobre o mesmo tema em um curso de Engenharia Ambiental, terá que focar
nas aplicações práticas desse conhecimento para não perder a atenção da turma e
para que a aula tenha alguma relevância para eles. Isso, sem, é claro, se
esquecer de apresentar as bases científicas do tema. Você também não poderá
exigir conhecimentos prévios profundos sobre teorias ecológicas.
2. Para alunos de qual nível darei a
aula?
Na universidade, há basicamente dois
tipos de turma: graduação e pós-graduação. O que diferencia uma da outra é o
grau de especialização em determinada área da ciência. Para entender o que
estou falando, dê uma olhada neste artigo publicado
no blog do Matt Might. Procure não diferenciar esses dois tipos de turma em
termos de rigor e profundidade. Não subestime os alunos de graduação, pois
muitos dão um banho nos alunos de pós-graduação. A pior forma de desvalorizar
um aluno é baixar o nível do ensino supondo inferioridade. Quando for focar a
sua aula em um público de graduação ou pós, diferencie apenas o grau de
especialização do tema.
Por
exemplo, para uma turma de graduação em Biologia você pode dar um curso de
Fundamentos de Ecologia, Ecologia I, Ecologia Básica, Elementos de Ecologia ou
afins, que inclua vários temas em Ecologia. Já para uma turma de pós-graduação,
provavelmente você vai gastar um semestre inteiro com uma matéria sobre
Ecologia de Populações ou Ecologia de Comunidades.
Sendo
assim, por exemplo, em uma aula da graduação é capaz de você usar um ou dois
tempos falando sobre estrutura e crescimento populacional, resumindo tudo isso
num pacote único. Já em uma aula de pós-graduação, por exemplo em uma
disciplina de Ecologia de Populações, você poderá se concentrar em falar, em
uma aula inteira, apenas sobre o modelo logístico de crescimento populacional
ou apenas sobre tabelas de vida. Sacou a diferença?
3. Qual é o objetivo da minha aula?
Muitos
nem sequer pensam sobre isso. Porém, como tudo no trabalho e quase tudo na
vida, uma aula também precisa ter um objetivo. Como você pode fazer um bom
planejamento sem saber aonde quer chegar?
Todo
tema, por mais especializado que seja, sempre tem nuances, lados, pontos de
vista, sub-temas. Uma boa maneira de estabelecer um objetivo para a sua aula é
pensar em qual dos lados do tema você quer focar. Por exemplo, em uma aula
sobre estrutura e dinâmica populacional para uma turma de graduação em
Biologia, o que você acha mais importante que os alunos guardem ao final? Você
pode decidir, por exemplo, que o mais importante é eles saírem tendo intimidade
com o significado de cada um dos parâmetros populacionais mais importantes (N,
r, K etc.). Você, como professor, deve decidir isso.
4. Quanto tempo tenho disponível para
a aula?
Isso
não é apenas um detalhe, mas uma informação crucial. Se você tiver apenas um
tempo de 50 min, precisará fazer muito mais recortes no tema da aula do que se
tiver dois tempos. O tempo disponível muda muito a cara da aula.
No caso de aulas com dois ou mais
tempos, vale a pena balancear a parte expositiva (como se dizia antigamente,
cuspe e giz; ou, hoje em dia, datashow e quadro eletrônico)
com partes mais interativas, como um grupo de discussão (também conhecido como
estudo dirigido), seminário ou prática. Lembre-se: a capacidade real de atenção
de adultos gira em torno de 50 min, sendo que esse limite vem despencando
assustadoramente depois que a “Geração Google+Twitter” entrou na universidade.
Sempre
respeite o tempo da aula. Nada é mais irritante do que professores que avançam
na aula do professor seguinte: eles irritam os alunos e os colegas. Estourar o
tempo é igualmente ruim no caso de aulas antes do almoço, pois você estará
submetendo os alunos a uma tortura cruel. Via de regra, planeje um minuto para
cada slide. Porém, o melhor mesmo é ter menos slides do que minutos e, assim,
ter um tempo sobrando para gastar com conceitos mais difíceis ou polêmicos.
Costumo planejar, na prática, de 30 a 40 slides para uma aula expositiva de 50
min. Além disso, considere o perfil da turma: algumas são muito mais
participativas e fazem muito mais perguntas do que outras. Não pode a
curiosidade dos alunos. Se necessário, reduza o número de slides para as turmas
mais curiosas ou críticas. É melhor dar menos conteúdo do que enfiar
conhecimento sem crítica goela abaixo dos alunos.
5. Eu já venho acompanhando a turma
ou vou apenas dar uma aula avulsa?
Se a
turma for sua de fato, você terá muito mais segurança na preparação da aula, pois
conhecerá os alunos, suas habilidades e limitações. Contudo, se alguém chamar
você para dar uma aula avulsa numa disciplina que não é sua, procure saber mais
sobre a turma antes de planejar a aula. Conhecer o perfil do seu público-alvo
aumenta muito as chances de dar uma aula realmente boa.
6. Trata-se de uma aula real ou de
uma prova didática?
Parece
uma pergunta boba, mas respondê-la evitaria constrangimentos a muita gente…
Como comentei lá no início, é comum em concursos para professor o candidato ter
que fazer uma “prova didática”. Ou seja, uma aula de 50 min pela qual ele
receberá uma nota, que muitas vezes será decisiva no concurso.
Logo, se você estiver preparando uma
aula para um concurso, não viaje na maionese e nem “pule o corguim”. Não entre
numa vibe hiper-realista, que te leve a tratar a banca como
uma turma de verdade. Evite simular a aula tão exageramente a ponto de dizer
coisas como “não se esqueçam do dever de casa”, “semana que vem tem prova” ou
“fica quieto, Fulaninho!”. Ou, pior, não seja tão realista a ponto de chegar na
prova didática e dizer: “desculpem, mas hoje tenho uma banca de mestrado, então
trouxe o meu doutorando, Zé das Couves, para dar a aula para vocês, já que é o
tema da tese dele”.
Em uma
aula de concurso, faça as coisas como faria na vida real, sem frufrus ou
xurumelas. Prepare-se bem, mostre domínio do tema, não transmita insegurança,
seja claro, conciso e preciso. É fundamental, em uma prova didática, deixar
claro qual recorte você fez no tema geral e porque esse recorte faz sentido.
Isso reduzirá a chance de algum membro da banca fazer um questionamento do tipo
“porque a parte X ficou de fora?”.
De preferência, chegue no concurso já
com uma aula preparada para cada tema. Use as famosas 24 h antes da prova não
para preparar a aula do zero, o que é ótimo para elevar seu estresse a níveis
insuportáveis, mas sim para dar aquele up na aula. Nessas 24 h
no corredor da morte, tente achar um bom fio condutor que deixe muito claros o
objetivo e contexto da sua aula. Isso pode levar uma boa aula a se tornar
excelente.
7. Posso fazer piadas durante a aula
ou devo permanecer sisudo?
Alunos
sempre gostam de professores brincalhões. Além disso, uma boa piada colocada no
tempo certo ajuda a recuperar a atenção da turma lá pelo meio da aula. Então a
resposta é sim, você pode fazer piadas. Mas use o humor em sala de aula com
parcimônia e faça apenas piadas inteligentes, bem colocadas, evitando piadas
chulas ou ofensivas. E, mais importante, faça piadas em sala apenas se você for
um sujeito naturalmente bem-humorado ou fanfarrão. Não tente ser engraçado se
isso não for um traço da sua personalidade, apenas porque você viu a aula de um
colega que fez uma gracinha e foi bem sucedido.
8. Qual é o fio condutor da minha
aula?
Uma boa aula, assim como uma boa palestra, deve ter um
roteiro e um fio condutor. Estabeleça uma seqüência lógica para os tópicos que
vai abordar, colocando-os alinhados a um tema central bem definido. Comece
contextualizando a sua aula dentro do assunto maior ao qual ela pertence.
Depois defina qual tema específico vai abordar dentro desse universo e porque.
Escolha os tópicos mais relevantes relacionados ao tema e se guie por eles para
estabelecer o conteúdo da aula. Logo nos primeiros slides, apresente essa
estrutura lógica, mostrando aos alunos os tópicos que pretende abordar. Costumo
repetir os tópicos ao longo da aula, sempre mostrando o avanço de um para
outro, para que os alunos saibam onde estamos a cada momento dentro do plano
geral da aula.
Macete 1: para prender a atenção da
turma, sempre começo as minhas aulas com uma pequena introdução intrigante,
dando um exemplo aparentemente viajante, mas que depois mostro ter a ver com o
tema a ser abordado na aula. Por exemplo, em uma aula sobre crescimento
populacional, meu primeiro slide costuma ser uma foto de uma estação de metrô
de São Paulo na hora do rush.
Macete
2: ao final da aula, sempre apresente uma “moral da história”. Ou seja, um
slide resumindo as informações mais importantes apresentadas na aula. Foque nas
informações que você gostaria que os alunos guardassem na memória por muito
tempo. São as famosas “take-home messages”.
10. Que recursos didáticos devo usar?
Há vários tipos de recursos didáticos,
que vão desde o quadro-negro até uma dinâmica de grupo, passando pelas famosas
aulas em datashow. Dependendo do objetivo da sua aula e do perfil da turma, um
recurso funcionará melhor do que o outro. Na maioria das vezes, uma mistura de
recursos didáticos cai bem. Inspire-se nas aulas de professores que admira e
lembre-se de quais recursos eles usaram e como.
Pense,
pense e pense. Depois, pense mais um pouco. Use os recursos que julgar mais
adequados a cada situação. Não existe “o recurso correto”. Aceite bons
conselhos e siga bons exemplos, mas não deixe de pensar livremente.
11. Devo caprichar nos meus slides?
Sim, é óbvio! Não faça os slides nas
coxas. Procure imagens lindas, gráficos atraentes e diagramas claros para
ilustrar suas aulas. Uma imagem vale mais do que mil palavras, mas só se ela
for bonita e tiver uma mensagem clara. Tenha atenção aos detalhes, trate com
carinho coisas como diagramação, alinhamento,esquema de cores etc.
Não
deixe passar erros de português nos seus slides, pois isso demonstra descaso. E
nunca, em hipótese alguma, deixe passar erros conceituais, como por exemplo uma
fórmula errada, um conceito trocado ou uma citação errada. Lembre-se de que
você estará ensinado o ofício a jovens colegas em formação, que muitas vezes
não têm ainda maturidade, experiência ou iniciativa suficientes para criticarem
as aulas de um professor e checarem por conta própria informações que
porventura achem estranhas.
12. Posso incluir citações na minha
aula?
Sim, pode e deve. Inclusive em aulas
para a graduação. Mas não precisa exagerar na quantidade de citações. Faça
poucas citações,
muito menos do que faria num artigo, mas não deixe de citar as fontes de
conceitos-chave apresentados na sua aula. Isso permite aos alunos mais
estudiosos correrem atrás das informações na versão original, se quiserem.
Citações também são importantes para os alunos conhecerem os trabalhos
clássicos de uma determinada área.
Também
não se esqueça de fazer sugestões de leitura ao final da aula. É claro que, em
toda turma, a maioria dos alunos quer apenas fazer o mínimo necessário para
passar. Outros não querem nem isso. Mas há sempre alunos estudiosos, que têm
sede de conhecimento, mesmo que eles sejam apenas meia dúzia. Para os alunos
que brilham, seja por talento ou por esforço, sugira leituras adicionais que os
ajudem a se aprofundarem num tema do qual tenham gostado. Bastam umas três
sugestões importantes, não mais do que isso, pois uma lista com dez ou mais
referências é totalmente fora da realidade, especialmente na graduação com sua
carga horária massacrante e emburrecedora (na minha opinião, mais importante do
que os alunos passarem tanto tempo em sala seria eles serem ensinados a
estudarem por conta própria, usando os professores como orientadores e não como
máquinas de transferência de conhecimentos).
13. Como devo lidar com bagunça e
conversas paralelas?
Infelizmente,
muitos alunos chegam à universidade hoje em dia sem a menor educação familiar.
Junte-se a isso a postura paternalista/populista de alguns professores, que se
preocupam mais em ser populares do que eficientes e não dão notas baixas para
não ficarem mal na fita, e temos o desastre educacional que vivenciamos
atualmente.
Se
você quer realmente fazer a diferença e preparar bons profissionais, seja
rigoroso com a disciplina, mas não se estresse demais e trate seus alunos com
cuidado e atenção. Na prática, isso quer dizer não tolerar bagunça e conversas
paralelas, mas não gritar com a turma ou perder a linha por causa desse tipo de
coisa. Suas cordas vocais e seu coração agradecem. Estabeleça um limite para os
atrasos; só aceite fazer exceções em casos especiais, com justificativas
devidamente comprovadas (por exemplo, alunos no noturno que saem do trabalho
direto para a sala e enfrentam um trânsito pesado). Não seja inflexível em suas
regras, mas também não aceita qualquer mudança pedida pelos alunos só para
ficar bem na fita.
Tenha
uma postura firme e coerente, que a turma naturalmente irá te respeitar, mesmo
que isso demore um pouco. Se houver alunos que insistem em conversar durante a
aula, convide-os educadamente a se retirar e ir conversar no bar do esquina. Se
houver alunos simplesmente desatentos, mas que não estão atrapalhando os
outros, ignore-os e concentre-se naquelas que realmente querem aprender.
Ninguém
aprende obrigado. O mais importante é você motivar a turma, para garantir que
pelo menos os bons alunos prestarão atenção à sua aula. Além disso, estabeleça
as regras do jogo claramente logo na primeira aula e seja coerente com elas.
14. Posso “pensar fora da caixinha”
de vez em quando?
Sim,
não só pode, como deve. Vale a pena experimentar jeitos diferentes de fazer a
mesma coisa. Por exemplo, inverter a ordem do aprendizado. Uma coisa que
funciona bem no caso de assuntos complexos é dar um dever de casa sobre o tema
da aula antes da parte expositiva em sala. Pode ser altamente produtivo, sob
algumas condições, fazer com que os alunos primeiro estudem o tema por conta
própria, para só depois você discutir os tópicos com eles e aprofundar o
conhecimento em sala.
Outra
abordagem eficiente é combinar as aulas teóricas e práticas em sala com
conteúdo online via moodle ou outros meios, como naquele seriado “Lost”, em que
os episódios e o conteúdo na internet se complementavam.
15. Posso avaliar os alunos através
de provas?
Sim,
óbvio! Não acredite na besteira dogmática disseminada por aí de que “provas
tolhem a criatividade e desumanizam o aluno”. Você pode e dever avaliar os seus
alunos regularmente, incluindo provas no estilo tradicional, com perguntas
discursivas e de múltipla escolha. Contudo, recomendo misturar ao longo de uma
disciplina de graduação avaliações de diferentes tipos, dando notas para
diferentes atividades, como grupos de discussão, seminários, monografias e
provas convencionais. A maioria dos alunos, infelizmente, não vai estudar por
conta própria se não tiver ao menos um pouco de medo de não passar na
disciplina. De qualquer forma, foque a sua aula nos alunos que brilham, seja
por talento ou por esforço, e crie um nível de cobrança ajustado não aos alunos
específicos de uma turma (sou contra avaliações comparativas), mas sim ao que
você acha que é o nível mínimo necessário para formar um bom profissional na
sua área.
16. Conselho final: dê uma aula que
você mesmo gostaria de assistir.
Ao
preparar a sua aula, pense sobre todas as aulas que já teve na vida e separe os
extremos: aquelas que odiou e aquelas que adorou. Nada é mais repulsivo do que
uma aula “morna”. Reflita sobre as características dessas aulas extremas e o
caminho a seguir ficará mais claro para você. Se você mesmo não acreditar
na sua aula, a sua turma provavelmente passará por 50 min de tortura.
Fonte: http://marcoarmello.wordpress.com/2013/04/15/aula/
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