Sempre
acreditei que a sexualidade permanece como se não um aspecto vital na vida humana,
mas também, como um fator muito importante, mesmo que na idade avançada dos
seres humanos, e é mais significativa na vida dos homens do que das mulheres, é
claro... Crenças a parte, preconiza-se que a sexualidade é uma opção que pode
ser individual, mas sempre recomenda-se para o casal, que eles, entre outras
coisas, possam sim, acreditar nisso e exercê-la, independentemente da história
sexual prévia, das oportunidades e do estado geral atual da saúde do
casal.
Por
que digo isso? Por que acredito, independentemente se o casal estará, digamos
“turbinados” e ou “estimulados” por esse ou aquele medicamento, o que importa é
a senescência, ou seja, é uma época em que as perturbações metabólicas têm
reduzida capacidade de adaptação, principalmente nos territórios endócrinos,
que controlam clinicamente os sistemas biológicos e os estados psicológicos que
estabelecem e potencializam as crenças, as vontades, os desejos e as fantasias.
Sem contar é claro as questões do amor romântico, que acredito serem também
fundamentais para a continuidade, a afetividade, o desejo e a prática da
sexualidade entre as pessoas, mesmo de idades já avançadas.
Penso
também, que embora não haja necessariamente as evidências de que as
concentrações dos principais hormônios estejam alteradas com o passar da idade,
os sistemas orgânicos que os utilizam têm um equilíbrio precário e estão
constantemente buscando novos pontos de equilíbrio para manterem sua regulação.
Assim,
com o avançar da idade existem significantes alterações na produção de
hormônios, no seu metabolismo e principalmente no seu mecanismo de ação,
modificando assim, tanto a quantidade, quanto a qualidade das relações sexuais
do casal.
Algumas
dessas alterações podem exercer um papel importante na fisiopatologia da
senescência, como a dinâmica hipofisária, a fisiologia adrenal e tireoidiana, a
homeostasia glicêmica, a função reprodutiva e o metabolismo do cálcio. A partir
dos 40 - 50 anos, qualquer teste endócrino dependerá muito do estado
nutricional, da presença ou não de alguma disfunção coexistente e o como está o
relacionamento afetivo em geral.
Preconiza-se
que talvez vários estudos, como também, médicos e pacientes frequentemente
interpretam mal as alterações sexuais que são normais na vida das pessoas mais
velhas. Por exemplo, na maioria das mulheres, isso inclui a diminuição de
secreção de hormônios, a diminuição da libido, o aumento do tempo e da
estimulação para atingir excitação, a pouca lubrificação vaginal e é claro a
diminuição do interesse pela sexualidade, sem contar é claro, como estarão os
seus estados psicossociais vigentes.
Com
relação aos homens, ocorre entre outros fatores, a perda da ereção, diminuição
do volume ejaculado, rápida detumescência após o coito, um prolongado período
refratário antes de se conseguir nova ereção, diminuição da secreção de
hormônio e também (em menor escala) a diminuição sim do interesse por sexo em
geral.
Estes
achados normais em pessoas de mais idade, aliados a problemas médicos ou
psicológicos, podem precipitar como já dito, principalmente apatia sexual
(mulheres) e disfunções eréteis e mesmo impotência (homens). Este desempenho
está na dependência direta dos níveis hormonais séricos, principalmente de
Progesterona, Testosterona, Gonadotrofinas e Prolactina.
Por
outro lado, na maioria das vezes, a maioria destes pacientes têm erroneamente
em mente, que sexo está apenas ligado à função reprodutiva e religiosa, e têm a
visão holística de que sexo é vital também para sua saúde, nas relações
interpessoais e no senso de integridade (culturalmente falando)... E que,
qualquer alteração no desempenho e frequência, resulta em dificuldades de se
comunicarem, atitudes conflitantes, embaraços e queixas sexuais e afetivas em
geral.
Um
estudo de Weizman e Hart (1987); em que investigaram o comportamento sexual de
muitos homens e mulheres sadios, com idades que variavam de 35 a 65 anos; eles
observaram que, mesmo sendo todos casados, fisicamente sadios e sem problemas
psicológicos ou maritais, as pessoas apresentaram queixas como impotência,
atividades masturbatórias e menor atividade sexual.
Logo,
isto indica há esse ver, que o interesse sexual continuava presente nestes
pacientes do referido estudo, mas a forma de expressão sexual variava desde o
desejo e o coito ativo, até o prazer auto-erótico das fantasias e da
masturbação. Ocorreram também, relatos de histórias de ataques cardíacos,
incontinência urinária, uso de sedativos e ou medicação psiquiátrica
concomitantemente.
As
disfunções sexuais apresentam assim, alta prevalência entre as pessoas de mais
idade e é frequentemente considerada uma consequência inevitável da idade, mas
para mim, isso é um erro e ou pelo menos muito simplório de se diagnosticar
como apenas essa a causa; explico... Para determinar se outros fatores se
relacionam ou se associam a esse declínio das funções sexuais, deveríamos
sempre também destacar e investigar outros fatores de extrema importância,
como, as relações físicas práticas e significantes, o estado de saúde
hereditário e geral, diabetes mellitus e os episódios de incontinência
urinária. Portanto, embora que mesmo que já sabido que as disfunções sexuais
aumentem com a idade, elas estão sim, frequentemente relacionadas também com
outros estados mórbidos do que e apenas relacionada simplesmente com a idade.
Preconiza-se
que os pacientes mais idosos têm muitas agressões à sua sexualidade. Nossa
cultura frequentemente desencoraja o interesse não só sexual dos mais velhos,
mas também em muitos casos os relacionamentos afetivos em geral (namorar para
que?).
Outro
dado, as alterações do envelhecimento, os efeitos de doenças crônicas ou ainda
as medicações em geral, podem contribuir negativamente tanto física como
psicologicamente no desempenho sexual. As emoções e o stress nas relações das
pessoas mais velhas podem levar até há transtornos psicológicos e cognitivos
mais graves, aumentando aí sim, o declínio sexual em geral. Erros na apreciação
desses fatores psicológicos podem resultar em tratamento inapropriado e piorar
ainda mais o sofrimento dos pacientes.
A
literatura médica demonstra em vários estudos e pesquisas que pacientes que
sofreram infarto do miocárdio e sofrem de problemas circulatórios apresentam
disfunções eréteis, devido além das causas orgânicas, medo e crenças
infundadas, de que a volta às atividades sexuais possam redundar um novo
episódio isquêmico.
Segundo
Vitiello (1987); hoje, em nosso meio, as mulheres têm uma expectativa de vida
em torno de 65 anos e como a faixa etária em que se interrompem as menstruações
se situa em torno de 45 anos, um terço da vida feminina transcorre após a
menopausa. É chamada por muitas pessoas terceira idade, que é digamos muito
ainda esquecida, mal tratada, marginalizada, vítima de piadas de mau gosto e
seus relacionamentos afetivos e sexuais, quando existem são ridicularizados,
chegando-se a dizer em várias “rodas de conversas” que existem três sexos: sexo
masculino, sexo feminino e... Sexagenário.
A
sexualidade dos mais idosos passa a ser considerada até como uma indecência,
texto esse dito principalmente pelos mais conservadores e religiosos. Mas não é
só a sociedade, as instituições e a família que exercem pressão sobre a
sexualidade dos idosos. As próprias pessoas quando chegam a essa idade se
consideram e acreditam serem assexuadas e assim permanecem.
Essa
postura se deve à ignorância e crenças infundadas sobre o assunto, porque a
sexualidade pode ser exercida sim e plenamente em qualquer idade, pois, com o
passar do tempo e dos anos muitos de nós poderíamos e deveríamos pensar em
qualidade e não apenas e quantidade das e nas nossas relações afetivas.
Acredito
também, baseado em minhas pesquisas e leituras na área, que as alterações que a
idade impõe aos idosos são: uma diminuição normal da libido e dos hormônios,
ereções mais demoradas e curtas, pressão ejaculatória menor, menor volume do
ejaculado, vaginismo, mais rápida detumescência e maior período refratário
entre as ereções, menor lubrificação nas mulheres, etc... Em suma, não há
necessariamente razão a priori para os idosos abandonarem sua atividade sexual,
mesmo se estiverem apresentando algumas dessas características.
O
sexo pode ser tão gratificante como na juventude ou na idade adulta, acredito
que é também uma questão de adaptação... Explico: Desde que a revolução sexual
começou, após a 2ª Guerra Mundial, o sexo deixou em parte de ser pecado, de ser
sujo, passando a ser mais frequente dentro do casamento, não apenas com fins
procriativos.
Hoje
em dia, com bem mais igualdades entre os sexos, principalmente as mulheres
rejeitam qualquer censura e propõe o direito lídimo de uma educação sexual
desde as escolas, onde o sexo é apresentado como natural, fisiológico e
saudável. Ou seja, a “nova moral” permite a prática do sexo sem tantos
inocentes, sem muitas vítimas, sem prejuízos para os parceiros e uma nova
consciência de paternidade responsável. Mas, ainda assim, as exigências do
desempenho sexual tem efeitos danosos para ambos os sexos.
Isto
tudo resulta, em que os homens passem a ter a obrigação de satisfazer a
parceira, o que cria um grau de ansiedade crescente e com o passar da idade as
deficiências ou a queda do desempenho se tornam muito frequentes também para os
mais novos já nos dias de hoje.
No
caso das mulheres, por sua vez, buscam atingir mais o orgasmo que atualmente
ainda só ocorre em metade das relações, e de várias formas aumentam também as
relações fóbicas, se martirizando na busca de obtê-lo a todo custo e acaba
desenvolvendo também uma ansiedade por si mesma inibidora, além é claro das
questões de medo de perder o parceiro.
Para
piorar a situação as mídias eletrônicas estão repletas de mensagens que
exploram os corpos sexualmente, levando ao hábito e a uma busca constante de
novas formas de erotização. Alie-se a tudo isto a ignorância (falta de
conhecimento) e as deficientes técnicas sexuais, temos principalmente nos
homens idosos, um aumento das disfunções sexuais reportadas.
Segundo
Lewis (1989); as mulheres tem ainda hoje uma maior expectativa de vida, em
geral elas são no mínimo alguns anos mais jovem que os homens, que morrem antes
e, então elas, perdendo parceiro passam a tem poucas chances de se casar e se
relacionar novamente. Quando o faz, tem problemas com a família, com a
previdência social, com a comunidade religiosa, com as amigas e consigo mesma
para se adaptar ao novo parceiro e a nova vida sexual.
Segundo
CAVALCANTI e CAVALCANTI (1987); os atos fisiológicos que constituem as
respostas sexuais humanas são filogeneticamente determinados. Todos os seres
humanos herdam em parte a capacidade de libido, excitação e orgasmo
(fisiologicamente falando) e esta sequência é chamada de funcional; porém se há
um bloqueio e ou uma patologia em uma ou em várias etapas desta sucessão, os
seres humanos são equivocadamente considerados (as) disfuncionais.
Logo,
preconiza-se que se o organismo é normal e a estimulação sexual efetiva, elas
quase sempre levarão a uma resposta sexual fisiológica inevitável; sem contar
com todas as questões emocionais e afetivas envolvidas. Mas nem todos os seres
humanos tem a mesma potencialidade para responder sexualmente e é necessária
uma série de fatores como disponibilidade de tempo, parceiro (a), local,
condições de saúde, fantasias, etc., para se obter resposta realmente eficaz e
satisfatória.
Nas
sociedades antigas, tradicionais e machistas, as mulheres ficam como que à
disposição dos seus parceiros para ter relações sexuais, mesmo que não esteja
ardendo de vontade e de desejo. Portanto, temos que ter um estímulo capaz de
eliciar uma resposta após certa latência, porém, se os estímulos forem
repetitivos, a latência aumenta, o limiar aumenta e a fadiga se instala.
Deve-se esperar a recuperação física para se obter novamente respostas; ou
ainda nos meus estudos de casos, um pouco mais de educação e respeito para com
as parceiras.
Ainda
é preciso distinguir duas outras situações: o hábito e a saciedade. No hábito,
como sabemos, os mesmos estímulos repetidos conduzem a uma familiaridade com a
situação e, portanto, levam ao desinteresse, “saciedade” e a indiferença. É o
que acontece com casais unidos há muito tempo, onde a rotina e a exposição do
mesmo estímulo sexual fazem com que os (as) parceiros (as) se tornem
inapetentes.
A
“saciedade”, a indiferença e o desinteresse se instalam quando o mesmo estímulo
(ou a fala dele) é apresentado repetitivamente, perdendo seu papel eliciador.
Não confundir com fadiga... As pessoas podem estar fatigadas e não saciados e
vice-versa. Uma única relação sexual pode deixar uma pessoa saciada e não
fatigada (relações repetidas).
Para
HELLINGA (1978); a Andropausa pode começar ainda na vida adulta devido à
hipofunção das células de Leydig, sem qualquer cronologia com a idade, como
acontece com a maioria das mulheres. A produção de Testosterona declina,
resultando num pico matinal inferior, valores inferiores a 300 ng/ml.
Os
sintomas são vagos e inespecíficos, dentro de um processo gradual de transição
de hipofunção até o aleydigismo, com diminuição da libido e da potência,
acompanhadas de fadiga aos exercícios (mesmo que leves) e decréscimo das
atividades mentais, principalmente atenção e memória. Pode se seguir anorexia,
nervosismo, cefaléias, irritabilidade, distúrbios gastrointestinais, distúrbios
de sono, extrassístoles, taquicardia, distúrbios vasomotores (ondas de calor),
depressão e alterações emocionais.
Os
diagnósticos, por muitas vezes suspeitados, devem ser confirmados; baixos
níveis de 17-Cetosteróides ou de Testosterona no plasma e na urina são
decisivos e uma boa resposta aos andrógenos de substituição é a última prova.
Porém, segundo este autor, devemos diferenciar a Andropausa do climatério
masculino. Ele chama de Andropausa se a deficiência primária está na Hipófise
ou no Hipotálamo, onde o LH está baixo ou ausente.
Por
outro lado, em outro momento, se as células de Leydig não respondem bem, o LH
tende a aumentar e os sintomas descritos tendem a se agravar. É o climatério
masculino. A ocorrência de Andropausa é muito mais freqüente do que a síndrome
climatérica bem definida, porém há uma tendência em se negligenciar a
existência de ambas e os pacientes serem encaminhados ao tratamento
psiquiátrico/psicológico. Não devemos negar a existência de fatores
psiquiátrico-psicológicos que, em parte, preenchem sim o seu papel em muitos
casos, porém em geral são secundários às causas orgânicas e fisiológicas
principais.
Acredito
que após tais estudos e leituras que a causa é diferente, porém a resultante é
a mesma, ou seja, a falta ou a deficiência de andrógenos. A avaliação da função
da célula de Leydig é feita em geral pelo radioimunoensaio de Testosterona e
LH.
Isto
tudo, conduz a outro problema, os efeitos colaterais da androgenoterapia que
podem causar carcinoma de próstata e repercussão sobre o coração e os vasos
sangüíneos levando à hipertensão e/ou arteriosclerose, tornando o ato sexual
perigoso para os homens mais idosos. Várias são as referências em estudos, de
morte durante o intercurso entre esses pacientes (morte heróica, foi a última).
Toda
energia reprimida deve ser utilizada na atividade sexual para que os indivíduos
gozem de perfeita saúde física e mental. Tanto que existe um ditado recorrente
de muitos estudiosos que dizem: “Quanto mais se faz sexo, mas se quer fazer e
melhor se sentem as pessoas, é um afrodisíaco”.
Preconiza-se
novamente outro ditado do meu pai, já falecido que dizia: “Que resta, portanto,
encontrar um (a) parceiro(a) interessante e interessado (a), para compartilhar
uma sexualidade plena”. Porém, como já mencionei anteriormente podem coexistir
inúmeras patologias nessa idade que irão agravar e complicar o quadro ou mesmo
serem diretamente responsáveis pela perda da sexualidade.
Agora,
outra pergunta: “Quais são os achados reais que a senescência impõe ao homem?”.
Os trabalhos de NOWAKOWSKI e SCHMIDT (1959) e DOEPFMER (1960); que evidenciam
que o peso e o volume dos Testículos diminuem ligeiramente em muitos homens. Em
níveis microscópicos se observam espessamentos das paredes dos túbulos
seminíferos com hialinização e fibrose gradual e com diminuição da atividade
espermatogênica. Porém, em muitos túbulos, a espermatogênese se mantém e de há
muito se sabe que a fertilidade pode estar presente aos 90 anos; mas, em geral,
20 a 30% dos indivíduos com mais de 60 anos são subférteis ou mesmo inférteis.
O
conteúdo de frutose seminal diminui a um terço do normal, o que evidencia um
declínio na função das células de Leydig, cujo número se reduz a 40% na maioria
dos casos, a partir dos 70 anos de idade, resultando em menor produção de
hormônios e menor excreção de 17-Cetosteróides. Este declínio da função
testicular devido ao envelhecimento pode ser primário (Testículo) ou secundário
(Hipófise) ou de ambos.
As
alterações são na libido e na função erétil e, embora as maiorias dos homens
idosos mantenham-se interessados em sexo, menos de 15% referem atividade sexual
contínua, devido primariamente à disfunção erétil. Pois, já se sabe que a
ereção depende da interação completa entre sistema nervoso autônomo, sistema
cardiovascular e neurotransmissores locais como a acetilcolina, NO (óxido
nítrico) e o VIP (peptídeo intestinal vasoativo). O estímulo sexual aumenta o
influxo sangüíneo nos corpos cavernosos e restringe o seu efluxo, causando a
rigidez peniana.
Com
a idade, também diminuem os esteróides Gonadais, a velocidade de condução
nervosa e a complacência vascular, podendo qualquer uma delas interferir no
processo erétil. Então outros estudos em que os homens são submetidos a
programas de investigação com o Doppler e o teste da papaverina, fica claro e
surpreendentemente se encontrar fuga venosa em apenas 15% dos pacientes e
insuficiência arterial com indicação para próteses penianas em não mais que 12%
dos casos. Logo, em mais de 70% dos casos, aparentemente, a causa não é
vascular! Outra pergunta: “Pensa-se então em desordens neurológicas?”.
Segundo
SUGIYAMA (1989); o reflexo cremastérico pesquisado por um choque único aplicado
na região ventromedial da coxa ou no dorso do pênis demonstra claramente como
dirimir as dúvidas. Se houver lesão neurológica o reflexo tem latência
aumentada e pode se tornar ausente,
mesmo com estímulos fortes supra limiares. Para este autor, esta metodologia
favorece a localização das lesões medulares e permite minimizar o efeito da
córtex cerebral sobre o próprio reflexo.
Outro
estudo, temos ainda os relatos dos doutores CATALAN, HAWTON e DAY (1990); que
destacam que as disfunções sexuais devem ser focalizadas levando em conta que
1/3 dos homens e 18% das mulheres sofrem de problemas físicos, mais de 1/3 dos
casais têm problemas psiquiátricos/psicológicos e 2/3 dos casais têm problemas
maritais ou de relacionamento com os (as) parceiros (as), que contribuem para a
gênese das mesmas.
Encontramos
ainda referências a disfunções sexuais em pacientes que apresentaram acidentes
vasculares cerebrais, principalmente do hemisfério cerebral dominante,
hipertensos, doença de Peyronie, lepra, distrofia miotônica, uremia, diabéticos
(as) de longa data, portadores (as) de artrite reumatóide ou espondilite
anquilosante, infarto do miocárdio, queimaduras, hepatopatias crônicas,
operados de cânceres urológicos, operadas de mastectomias e cirurgias genitais,
pós-radioterapia de tumores de bexiga ou próstata, cirurgias abdominais ou
pélvicas, insuficiência respiratória, endocrinopatias, cardiopatias, o uso de
drogas e medicamentos.
Sendo
assim, podemos visualizar causas orgânicas e causas psicossociais, cujas
conseqüências podem ser de grande importância na sexualidade dos (as) pacientes
e ter reflexos sobre as reações do (a) parceiro (a) sexual, resultando em
efeitos nada desprezíveis sobre o (a) próprio paciente, redundando num ciclo
vicioso que mantém de forma direta ou indireta o problema existente ou, o que é
pior, induz a um agravamento da situação.
Consultando
a literatura recente sobre disfunções sexuais e patologias mais comuns, me
deparei com os trabalhos sobre pacientes hipertensos (as), diabéticos (as) ou
não, cuja doença vascular associada à neuropatia ou a problemas psicológicos,
se torna um desafio quanto ao seu tratamento, em ambos os sexos, pois os usos
de diuréticos, simpatolíticos e betabloqueadores se associam a disfunções
eréteis, impotência e diminuição da libido mais no sexo masculino. ZEMEL
(1988); estima entre 40 a 80% o índice de pacientes diabéticos (as) e hipertensos (as) com uma dessas disfunções
relatadas.
Outra
patologia extremamente comum de ser relacionada com as disfunções sexuais é o
acidente vascular cerebral. MONGA, LAWSON e INGLIS (1986); estudando mais de
100 pacientes (2/3 homens e 1/3 mulheres) com mais de 60 anos, referem
diminuição da libido em ambos os sexos. Os homens referem perda de ereção e da
ejaculação após o insulto cerebral e as mulheres se queixam de problemas
orgásticos e de lubrificação vaginal, 95% dos homens e 75% das mulheres estavam
satisfeitos com sua atividade sexual antes do acidente, enquanto após o mesmo,
somente 26% dos homens e 37% das mulheres diziam o mesmo. Todos relatam ter
medo que a atividade sexual altere a pressão arterial e precipite novo
acidente.
Outro
estudo pesquisado destaco COSLETT e HEILMAN (1986); que estudando pacientes com
acidentes vasculares nos hemisférios direito - dominante - e esquerdo, referem
a prevalência das lesões à direita sobre as disfunções - (9/12) para apenas
(1/4) à esquerda, o que corresponde à hipótese de ser o hemisfério dominante
crítico para ativação das funções sexuais.
Um
grupo de pacientes que tem apresentado problemas de sexualidade e fertilidade,
são aqueles submetidos a tratamentos para tumores de próstata e das vias
urinárias. Assim, SCHOVER (1987) e BANKER (1988); se preocupam com a preservação
da função sexual e da fertilidade em pacientes que foram operados de câncer da
próstata, da bexiga, do pênis, da uretra ou dos rins e inclusive da recuperação
da espermatogênese após quimio ou radioterapia.
Quanto
aos efeitos desta última, van HEERINGEN, De SHRYVER e VERBEEK (1988); estudando
18 pacientes com idades entre 60 e 82 anos, submetidos à radioterapia por Ca de
próstata, encontraram apenas 03 casos de impotência, ressaltando a importância
de assistência psiquiátrica/psicológica para reduzir a proporção de problemas
psicogênicos que incidem nesses pacientes.
Outro
interessante estudo é o de BANKER (1988); que acompanhou prospectivamente
pacientes irradiados também por câncer de próstata. Para aqueles ativos
sexualmente (três ou mais intercursos mensais) antes da irradiação, a chance de
manter a potência com ereções perfeitas era de 73%. Mas, para os casos menos
ativos, o decréscimo da potência era de 40 a 46%, evidenciando a importância da
atividade sexual prévia.
Por
fim e mais recentemente, KRAUSS, D.J.; LANTINGA, LJ. CAREY, MP. MEISLER, A.W.;
e KELLY, (1989); acompanharam o pós-operatório de 19 pacientes com próteses
penianas e suas esposas durante um ano e relatam que o casal se mostra em geral
satisfeito, principalmente os maridos que aumentam a frequência dos coitos,
mesmo sem sofrer alterações da libido.
FONTE:
https://psicologado.com/psicologia-geral/sexualidade/pensamentos-e-discussoes-cognitivas-sobre-a-fisiologia-do-envelhecimento-sexual-do-casal?utm_source=boletim&utm_medium=e-mail&utm_content=titulo_artigo&utm_campaign=psicologado_artigos&email=acimarleyfreitas@gmail.com
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