Psicologa Organizacional

2 de abril de 2017

Autismo


 
 
Autismo

 

Os primeiro sintomas do autismo manifestam-se, necessariamente, antes dos 3 anos de idade, o que faz com que os profissionais da área da saúde busquem incessantemente o diagnóstico precoce.

A principal área prejudicada , e a mais evidente, é a habilidade social. A dificuldade de interpretar os sinais sociais, e as intenções dos outros impede que as pessoas com autismo percebam corretamente algumas situações no ambiente em que vivem. A segunda área comprometida é a da comunicação verbal e não verbal. A terceira é a das inadequações comportamentais.

Percebe-se que crianças com autismo apresentam repertório de interesses e atividades restritos e repetitivos (como interessar-se somente por trens, carros,  dinossauros etc.), tem dificuldade de lidar com o inesperado e demonstram pouca flexibilidade para mudar rotinas. Essa é a tríade de sintomas do comportamento autistíco.

 

Sabe-se que a dificuldade de socialização é a base da tríade de sintomas do funcionamento autistíco. O ser humano é um ser social. Pis é através da socialização que o ser humano aprende as regras e os costumes da sociedade em que habita. É notório que pessoas com autismo apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados níveis de gravidade. É necessário entender a fundo os sentimentos e percepções dos portadores desse funcionamento mental para que possamos ajudá-los. Um dos granes desafios do tratamento do funcionamento autistíco é ensinar a essas pessoas os mecanismos e os prazeres contidos nos momentos de convivência. Crianças com autismo buscam contatos sociais, mas não sabem exatamente o que fazer para mantê-los. Crianças com autismo tendem a fazer pouco contato visual.

As pessoas com autismo apresentam grandes dificuldades na capacidade de se comunicar pela linguagem verbal e não verbal e, com isso, permanecem isoladas e distintas em seus mundinhos particulares. A linguagem verbal é a escrita ou falada, ou seja, é o poder que temos de nos comunicar por meio de cartas, emails, textos, livros, vocalizações, conversas, pedidos ou discursos eloqüentes. A linguagem não verbal, por sua vez, é composta pelo conjunto de sinais e símbolos, com os quais nos deparamos no dia a dia. Como exemplo de linguagens não verbal, temos as placas e os sinais de trânsito,, que nos passam mensagens indicativas – por meio de símbolos, imagens e cores – como devemos agir: reduzir velocidade,parar o carro, atravessar a rua etc. a linguagem não verbal também é constituída por sinais que emitimos o tempo todo, como gestos, posturas corporais e expressões faciais. Aprendemos, desde muito cedo, a interpretar expressões faciais e a linguagem corporal das pessoas com quem interagem. Grande parte da comunicação vem da linguagem não verbal. Falhas ou problemas na evolução da linguagem constituem os primeiros sinais de que o desenvolvimento de uma criança não está conforme o esperado e podem sugerir um funcionamento autistíco. Assim como nas questões relacionados a socialização, nos deparamos aqui, com um espectro de alterações. As crianças com funcionamento autistíco, dificilmente, contam eventos passados e, exatamente por isso, ensina-las  a narrar suas vivências é prioridade no tratamento., até para que possamos identificar situações constrangedoras e humilhantes no espaço escolar, como o bullying.

 

Os padrões de comportamento das pessoas com autismo independem de raça, nacionalidade, ou credo desses indivíduos. É fácil identificar comportamentos autistícos, pois não estão relacionados a costumes de um povo e sim ao desenvolvimento particular dessas pessoas. Os comportamentos são divididos em duas categorias: primeiro  trata-se dos comportamentos motores estereotipados e repetitivos, como pular, balançar o corpo e/ou as mãos, bater palmas, agitar ou torcer os dedos e fazer caretas. São sempre realizados da mesma maneira e alguns pais até relatam que observam algumas manias na criança que desenvolve tais comportamentos. Algumas crianças com autismo são muito agitadas, não seguem os comandos, fazem apenas o que é de seu interesse. Querem sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito, na mesma seqüência. A segunda categoria  está relacionada a comportamentos disruptivos cognitivos, tais como compulsões, rituais, rotinas, insistência, mesmice e interesses circunscritos que são caracterizados por uma aderência rígida a alguma regra ou necessidade de ter as coisas somente por tê-las.

Estudos na área da neuropasicologia têm demonstrado que indivíduos com autismo aparentam ter dificuldades na área cognitiva de funções executivas. Essas funções são um conjunto de processos neurológicos que permitem que a pessoa planeje coisas, inicie uma tarefa, se controle para continuar na tarefa, tenha atenção e, finalmente, resolva o problema. Os padrões restritos e repetitivos de comportamento dominam as atividades diárias de crianças com autismo, e causam impacto em suas habilidades de aprendizagem e nos desenvolvimentos de comportamentos adaptativos.

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida. Para compreender melhor o autismo é necessário que o leitor se aprofunde mais no assunto.

 

Fonte:

SILVA, Ana Beatriz. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro : Objetiva, 2012.

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