Psicologa Organizacional

26 de junho de 2015

Percepção


Superação


Sombra


Filosofia da Educação



Filosofia da Educação

Nesse texto será desenvolvida a temática filosofia e educação, passando pelo período pré-socrático, medieval até o moderno. Com o intuito de levar o leitor a perceber, como no decorrer da história de forma concomitante esses temas são interligados, dando assim, origem a filosofia da educação.
Filosofia é a ciência que estuda os questionamentos em relação à existência, o conhecimento, a verdade, os valores éticos e morais, entre outros. Essa ciência tem como finalidade traduzir o pensar, o sentir e o agir da humanidade. Sabe-se que a filosofia surgiu na Grécia por volta do século VII e VI a. C. Nesse período se discutia de forma racional sobre a natureza, distanciando-se das explicações místicas. No decorrer da história temos o período clássico, onde filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, são os referenciais desse período.  A filosofia ainda buscava compreender sobre o cotidiano das pessoas, em relação à realidade que os cerca. Já na Idade Média, 476 – 1450, a filosofia teve dois representantes importantes, o primeiro foi Santo Agostinho, do movimento intitulado Patrística, esse movimento acreditava que a finalidade do processo educativo é constituído de conhecimento e fé, pois se respaldava no pensamento platônico. O segundo foi Santo Tomás de Aquino, que seguia a linha filosófica de Aristóteles, pois Aquino, via a educação como uma atividade de grande potencial daquilo que já existe de maneira adormecida no aluno. Percebe-se assim que a filosofia é uma forma de pensar, dessa forma não pode ser considerada como um conjunto de saberes pronto e acabado.
A educação é um assunto que desde os primórdios da humanidade vem se desenvolvendo e se adaptando de acordo com a cultura na qual está inserida. Na Grécia a educação tinha como meta formar futuros guerreiros, baseando-se no conceito de honra, sacrifício e bravura. Os jovens eram educados com enorme rigor, praticavam educação física, oratória, boas maneiras, entre outras disciplinas. Segundo relatos históricos, acredita-se que Sócrates desempenhou o papel de educador e tinha como meta despertar e estimular a busca pessoal da verdade, ou seja, levar o discípulo ao autoconhecimento. Nesse período ainda se destacaram como educadores Platão e Aristóteles. Dando um salto no tempo histórico, e chegando a era do Renascimento. Período esse marcado por um contexto religioso de Reformas. A proposta da Reforma era oferecer condições iguais para todos os homens de lerem e interpretarem a Bíblia, o livro sagrado do cristianismo. Como consequência desse movimento é instituída a fundação da educação pública moderna, que tinha como principais propostas: implantação de escola primária para todos, educação pública e universal, etc. Em contra partida surge o movimento de educação jesuíta, que tinha como metodologia a memorização, e o professor era considerado o detentor e transmissor absoluto dos conhecimentos. Cabendo ao aluno segui-lo cegamente. Já no período seguinte que é conhecido como educação moderna, o homem se desprende do teocentrismo e passa a viver de forma antropocêntrica, e é nesse período que o mesmo é levado a desenvolver o pensamento crítico. É nesse momento que paradigmas vão sendo quebradas e novas propostas como: ênfase na formação moral, renovação do pensamento educativo, uso de línguas modernas, etc. esse foi um momento em que a escola percebeu a necessidade de descobrir uma forma de ensinar mais acelerada e segura. A educação moderna teve grandes pensadores como Comênio, que defendia o direito igual de todos os homens ao saber. Jonh Locke, que era contra a universalização da educação. No entanto, por volta do final do século XVIII, a educação é direcionada para a cidadania.

Sendo assim, conforme contexto histórico percebe-se que a relação entre filosofia e educação é um fenômeno espontâneo, porque a educação trabalha e tem como objetivo trabalhar o desenvolvimento do homem na sociedade, em contra partida, a filosofia ambiciona refletir sobre o que e como deve ser ou desenvolver este homem na sociedade. Partindo desses pressupostos, é possível compreender que a filosofia atrelada a educação tem como objetivo final contribuir para que o ser humano desenvolva uma postura reflexiva e ativa na sociedade em que vive.

Acimarley Freitas

24 de junho de 2015

Educação a Distância



Educação a Distância

Na Lei 9394/96 no Art. 80. Diz: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.”


A Educação a Distância é a modalidade educacional que mais tem crescido nos últimos anos, no Brasil. Percebe-se que no decorrer das duas últimas décadas politica públicas foram criadas para melhor estruturar essa modalidade no país. Foram criadas leis especificas que legislassem de forma objetiva a modalidade Ensino a Distancia. A LDB 9394/96 foi um dos marcos que possibilitou regulamentação em todo país. Nesse mesmo período foi, criou-se, no âmbito do Ministério da Educação, uma secretaria especialmente dedicada à Educação a Distância, a SEED. Seu foco de atuação está, principalmente, na autorização, no reconhecimento, no acompanhamento e na renovação de credenciamento de instituições de ensino para o oferecimento de cursos à distância.

9 de junho de 2015

Contextos da Evasão Universitária no Brasil




Nos últimos anos, vivemos um progressivo crescimento do número de instituições de ensino superior no Brasil, gerando como consequência, um expressivo aumento de ingressantes que se matriculam nos mais diversos cursos disponibilizados. As políticas públicas que visam o fomento desse ingresso no ensino superior, despertam nos jovens brasileiros a vontade de diplomarem-se e assim se qualificarem para o seu desenvolvimento pessoal e para a sua carreira profissional. Mas, na maioria das vezes o jovem brasileiro não planeja o desenvolvimento de sua carreira, gerando com isso insatisfação com as suas escolhas profissionais, assim como a não identificação e adaptação com a rotina universitária e os novos desafios que ela irá impor em seu contexto de vida.
Um reflexo importante dessa insatisfação com o ensino superior é a evasão, caracterizada pelo abandono ou trancamento do curso, refletindo também o empobrecimento do comportamento exploratório desse aluno, assim como do seu autoconhecimento (Bardagi e Hutz, 2012; INEP, 2011).
Assim, este estudo objetiva analisar a evasão universitária no ensino superior através de uma revisão bibliográfica sobre o contexto do processo evasivo dos alunos dos cursos de graduação, averiguando os motivos que os levam a tomar a decisão de evadir.
2. Revisão de Literatura
Um contexto de desenvolvimento importante dos jovens adultos em diversos países é o meio acadêmico. Para grande parte dos estudantes, no Brasil, o curso superior ainda é a forma privilegiada de ascensão social e realização profissional, sendo uma continuidade entre a vida escolar e a inserção laboral (Bardagi e Hutz, 2012).
Ao ingressar no ensino superior, muitos fatores contribuem para a permanência ou afastamento do acadêmico desse ambiente universitário, a necessidade de acolhimento e apoio por parte da família torna-se fundamental nesse momento de transição. A participação da família e o apoio social perce­bido pelos indivíduos às suas escolhas de carreira são temas frequentes na literatura (BARDAGI e HUTZ, 2008).
Segundo Bardagi e Hutz (2008):
As expectativas das pessoas quanto ao próprio futuro profissional estão sempre carrega­das de afetos, esperanças, medos e inseguranças, não somente seus como também de familiares e amigos mais próximos. Pesquisadores internacio­nais e brasileiros têm apontado que a participação parental no desenvolvimento de carreira dos filhos é ampla, compreendendo aspectos bastante diferenciados, a saber: o desenvolvimento de valores e atitudes de trabalho, autoconfiança e autoeficácia, habilidades de tomada de decisão, comprometimento com a carreira, fornecimento de oportunidades educacionais e de trabalho, desempenho acadêmico, segurança nas transi­ções de carreira, bem-estar psicológico, além do incentivo à exploração vocacional (p.32).

Outro item importante é a falta de clareza em relação a si e aos projetos pessoais que se tornam um fator quase que constante na vida de muitos jovens universitários, isso reflete o baixo desenvolvimento de seu autoconceito, dificultando o seu rendimento e sua adaptação no ensino superior. O autoconceito significa a avaliação pessoal que o indivíduo faz de suas aptidões, interesses, valores e escolhas, bem como da forma com que estes aspectos se organizam em seus temas de vida. Também se refere ao quanto as crenças relativas a si mesmo (ou seja, aos atributos pessoais percebidos) são claramente definidos, consistentes e estáveis no tempo. Já o autoconceito vocacional, um dos componentes do sistema de autoconceito, se define pela constelação de atributos do eu que o indivíduo considera vocacionalmente relevantes sejam ou não estes referidos como preferências vocacionais (Bardagi e Boff, 2010; Bardagi e Hutz, 2008; Lassance, Bardagi e Teixeira, 2009).
Comumente, se percebe momentos de indecisão em relação à escolha profissional na idade adulta, pois o desenvolvimento profissional ocorre ao longo do ciclo vital, mas estar comprometido com a escolha em termos vocacionais promove uma avaliação mais otimista em relação às possibilidades, relativiza as dificuldades eventuais para obtenção de resultados e promove crenças de autoeficácia (Bardagi e Boff, 2010; Duarte, Lassance, Savickas, Nota, Rossier, Dauwalder, Guichard, Soresi, Esbroeck e Vianen, 2010).
A inserção em atividades acadêmicas costuma estar associada à qualidade da identidade profissional percebida e ao comprometimento do aluno com a formação. Essa participação em atividades acadêmicas associa-se à satisfação com a escolha profissional. Não participar de atividades acadêmicas pode contribuir para a falta de informações realistas a respeito da profissão, não identificação com o curso, baixo índice de volição em relação aos objetivos relacionados ao curso. Essa falta de visão realista a respeito da carreira e do curso que lhe proporcionará a qualificação para a sua profissão, está diretamente relacionada com o fenômeno da evasão em universitários das mais diversas áreas (Bardagi e Hutz, 2012; Teixeira, Dias, Wottrich e Oliveira, 2008).
2.1 O jovem universitário hoje
Obter um diploma de curso superior é a ambição de muitos jovens brasileiros, atualmente com o fomento de novas políticas públicas para o ingresso no ensino superior, o número de instituições de ensino superior amplia-se a cada dia. A partir dessa realidade, se oportuniza o ingresso de muitos jovens ao ambiente acadêmico, permitindo que vivam diferentes experiências.
Um grupo de mudanças desenvolvimentais que ocorrem no final da adolescência e início da vida adulta, acompanharão o jovem junto com seu ingresso no ensino superior, além de outros desafios que surgirão pela primeira vez, como sair de casa, a separação da família e dos amigos, o confronto com um meio, que para muitos é totalmente desconhecido, o tornar-se autônomo, decidir quem se é e o que se quer fazer da vida (Soares, Almeida, Diniz & Guisande, 2006; Diniz e Almeida, 2006).
Muitas vezes faltam informações aos jovens e a quem lida com eles para melhor enfrentar os desafios e/ou amenizar o impacto das dificuldades na transição da escola para a universidade. Os anos que esses estudantes passam na universidade são importantes tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para a formação profissional, refletindo no desenvolvimento da própria sociedade onde irão atuar quando graduados (Melo e Borges, 2007; Sarriera, Paradiso, Shütz e Howes, 2012).
Hoje, o ingresso na universidade é uma tarefa de desenvolvimento típica da transição para a vida adulta, onde também é necessário que a instituição amplie o seu conhecimento a respeito do modo como os jovens vem vivendo esse momento, as dificuldades enfrentadas e as repercussões dessas experiências em seu desenvolvimento psicológico. Além disso, os anos de universidade são tidos, no contexto da ontogenia humana, como marcante para o desenvolvimento de capacidades e competências para lidar com a complexidade do mundo e da identidade (Diniz e Almeida, 2006; Teixeira et al., 2008).
Melo e Borges (2007), caracterizam esse jovem que enfrenta dificuldades no ingresso ao ambiente do ensino superior, como um indivíduo que, tendo superado a fase da adolescência adquiriu condições necessárias, porém insuficientes, para os desempenhos das funções de um adulto. Não havendo outros meios socialmente aceitos para o alcance do status de adulto, o jovem busca a sua identidade profissional, a sua autonomia nas decisões pessoais e profissionais, a sua independência financeira e a sua participação ativa na sociedade por meio do trabalho. A vida laboral é buscada através da inserção e posterior formação em curso superior.
Bardagi (2007) afirma:
Ao longo da adolescência e início da adultez jovem, os indivíduos encontram-se no estágio de Exploração, em que as experiências vocacionais são organizadas em torno da experimentação, teste de hipóteses e desempenho de papéis, delineando um processo de tradução do autoconceito em termos vocacionais. É um período de transição, em que a autoanálise das próprias características e habilidades é constante e o autoconceito não é tão estável. As tarefas de desenvolvimento consistem em realizar uma ampla exploração das ocupações, traduzindo o autoconceito em escolhas ocupacionais/educacionais, trocando progressivamente uma escolha mais específica e a convertendo desta preferência numa realidade concreta, através da educação especializada e do ingresso no mundo ocupacional (p. 28-29).
Outro aspecto importante é que durante a sua inserção em um curso superior, o estudante inicia o processo de construção de suas estruturas para carreira, possibilitando o alicerce para a construção de um contínuo aprendizado. É nesse movimento de buscas, descobertas e transformações que o jovem vai definindo a sua identidade profissional. A identidade é fixada no final da adolescência e é constituída em relação às identificações singulares com outros indivíduos no passado. Abrange todas as identificações significativas, alterando-as de modo a construir, nesse processo, uma coesão no indivíduo (Erikson, 1987; Mazer e Melo-Silva, 2010).
De acordo com Galindo (2004) o indivíduo se define a partir de como se reconhece no desempenho de papéis sociais e de como é reconhecido pelos outros no meio social. A identidade deve ser vista sempre como metamorfose e como movimento permanente de transformação, consolidando um conceito de identidade sempre em construção, considerando-se os múltiplos fatores que intervém nesse processo, que deve ser levado em conta na história de vida do indivíduo.
Além da construção de uma identidade profissional, um dos momentos mais expressivos de mudança na relação do indivíduo com o mundo universitário está na transição da juventude para a vida adulta, quando, entre outras modificações, ritos de passagem, o ingresso na universidade desponta como um importante marco simbólico. Ocorre aí um conflito entre o individual e o coletivo, que não é somente do domínio da experiência da cada um, mas é igualmente realidade fundamental da vida social (Oliveira, Piccinini e Silveira, 2010).
2.2 Relacionamentos interpessoais
Ao ingressarem no ensino superior, a maioria dos estudantes apresenta uma expectativa positiva em relação a sua futura experiência acadêmica, mas também podem estar presentes receios e ansiedades. Isso impõe desafios de ordem pessoal, interpessoal e acadêmica, entre outros. A discrepância entre esses sentimentos e pensamentos e os recursos que a universidade pode ofertar gera no estudante uma fonte de dificuldades refletida nos níveis de adaptação, de satisfação e de sucesso acadêmico (Cunha e Carrilho, 2005).
Entrar na universidade implica uma série de transformações nas redes de amizade e de apoio, o mundo universitário é bem menos estruturado que o ambiente escolar. Ocorre a necessidade de estabelecer novos vínculos de amizade. Enquanto esses novos vínculos não se estabelecem, o jovem conta apenas com seus recursos psicológicos e busca o apoio das redes formadas antes do ingresso à universidade (Teixeira et al., 2008; Diniz e Almeida, 2006).
A qualidade da relação que o universitário possui com sua família, durante e mesmo antes do ingresso no ensino superior, é um fator que contribui na adaptação na vida universitária, o diálogo familiar sobre a carreira e o apoio parental específico em questões relativas ao período de transição parecem contribuir para a adaptação ao contexto do ensino superior. O impacto do apoio da família no desenvolvimento da carreira dos filhos facilita o desenvolvimento e estabelecimento de metas, assim como as transições escola-universidade e o ajustamento emocional (Teixeira et al., 2008; Bardagi e Hutz, 2008).
Segundo Cunha e Carrilho (2005):
Precisamos olhar o estudante de forma diferenciada e acolhedora, principalmente no momento do seu ingresso no curso superior, por ser um período crítico para o seu desenvolvimento e ajustamento acadêmico. Nessa fase, o estudante enfrenta desafios provenientes das tarefas psicológicas normativas inerentes à transição da adolescência para a vida adulta que, quando confrontadas com as exigências da vida universitária constituem-se em um desfio a ser vencido (p. 216).
Ajustar-se ao ambiente acadêmico implica em se integrar socialmente com as pessoas desse novo contexto, participando de atividades sociais e desenvolvendo relações interpessoais satisfatórias. A dimensão de relacionamento interpessoal é fundamental para a satisfação acadêmica dos alunos, e isso inclui tanto colegas quanto professores e funcionários da instituição. Praticamente todos os instrumentos que buscam avaliar satisfação, adaptação, vivências acadêmicas, avaliam a existência de conflito e a qualidade das relações estabelecidas na universidade (Teixeira et al., 2008; Diniz e Almeida, 2006; Bardagi e Hutz, 2012).
Assumida como um contexto físico e social desafiante, a universidade se apresenta como um ambiente privilegiado para investigar a forma como os estudantes enfrentam as novas exigências que lhe são colocadas e as mudanças que neles se processam em consequência das suas experiências acadêmicas. Com o aumento na expectativa que a instituição de ensino superior gera de responsabilidade individual por parte do estudante em sua formação e adesão ao curso, percebe-se que certas características do ambiente universitário, tais como oportunidade e interação com os professores e de envolvimento em atividades extraclasse, favorecem a integração do aluno ao contexto universitário (Diniz e Almeida, 2006; Teixeira et al., 2008).
2.3 Adaptação ao ensino superior
Ao longo dos últimos anos, o ensino superior vem passando por transformações marcantes. Essas transformações apresentam a necessidade de uma nova organização das universidades, englobando e ressignificando maneiras da sociedade produzir, criando e difundindo seus valores para promover melhorias da condição humana em suas múltiplas dimensões. O ingressante no ambiente universitário evidencia que necessita de uma atenção especial para que os desafios encontrados nessa transição estimulem o seu repertório de estratégias de adaptação e não gerem consequências negativas no nível do aproveitamento acadêmico destes alunos (Cardoso, 2004; Cunha e Carrilho, 2005).
A universidade é um ambiente distinto do escolar, nela o monitoramento e o interesse da instituição pelo estudante é notadamente diminuído, o jovem deverá apresentar um envolvimento maior pela sua formação, dependendo muito mais dele do que da instituição. Antes a responsabilidade pelo aprendizado basicamente ficava focado na escola e agora é deslocada para o jovem. Espera-se desse aluno autonomia na aprendizagem, assim como na administração do seu tempo e as formas como irá definir as suas metas e estratégias de estudo (Teixeira et al., 2008; Soares et al., 2006).
As experiências durante o processo de adaptação nos primeiros anos na universidade são muito importantes para a permanência no ensino superior e seu sucesso. O modo como os alunos se integram ao contexto do ensino superior oferece para eles condições de aproveitar melhor as possibilidades oferecidas, tanto na sua qualificação profissional quanto para o seu desenvolvimento pessoal (Teixeira et al., 2008).
Esse processo de adaptação e integração também envolve diversos aspectos, como o desenvolvimento de competências acadêmicas e cognitivas. Além desses, outros pontos a considerar são: estabelecimento de relações interpessoais positivas e gratificantes, desenvolvimento da identidade e autonomia, assim como equilíbrio emocional, filosofia de vida, projeto vocacional e estilo de vida que proporcionem o bem estar físico e pessoal dos universitários (Sarriera et al., 2012).
Num mundo extremamente competitivo, é necessário que as instituições de ensino superior se preocupem com o estudante universitário, promovendo condições para o seu desenvolvimento pleno, dessa forma possibilitarão o desenvolvimento de suas potencialidades ao máximo para que possa atingir o seu nível de excelência pessoal e estar preparado para um papel atuante na sociedade. Os jovens ingressantes na universidade encontram uma série de desafios além dos pessoais, interpessoais, familiares e principalmente institucionais, devendo estes fatores serem melhores analisados pelas autoridades e serviços acadêmicos com maiores responsabilidades para receber e apoiar esses estudantes (Cunha e Carrilho, 2005; Almeida, Soares e Ferreira, 2002).
2.4 A evasão no Brasil
No Brasil o crescimento acelerado do número de cursos e alunos no ensino superior é um fenômeno vivenciado a cada dia nas Instituições de Ensino Superior. Entre 1990 e 2004, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) o número de IES saltou de 918 para 2.013, e de 2004 até 2011 esse número cresceu ainda mais passando de 2.013 para 2.365, um impressionante aumento em um período de pouco mais de 20 anos (INEP, 2011).
Apesar do último Censo da Educação Superior apontar números cada vez maiores de ingressantes, e atualmente possuirmos um total de mais de 8,9 milhões de estudantes universitários, o número de alunos matriculados é de aproximadamente 6,7 milhões e o de evadidos chega a mais de 2 milhões, cerca de 23,3% do total de estudantes. O desligamento costuma ser maior costuma ser maior nos anos iniciais do curso, e em um único ano, a saída tende a ser maior nos três primeiros meses. A Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão, definiu evasão como a saída definitiva do aluno de seu curso de origem, sem concluí-lo (INEP, 2011; Bardagi e Hutz, 2009).
Frente às transformações nas relações de trabalho, ao surgimento de novas formas de se encarar a carreira e ao entendimento de que a responsabilidade pela inserção profissional cabe exclusivamente a cada indivíduo, uma questão que se coloca é como os jovens, especialmente aqueles que optam por investir no ensino superior, percebem essa realidade e como irão reagir a ela. Outro fator importante dos dados apontados pelo Censo da Educação Superior, é que a maioria do estudantes matriculados são jovens entre os 17 e 24 anos, totalizando mais de 3,4 milhões, ou seja, cerca de 51,73% do total de matriculados (Chauí, 2003; Oliveira, 2011; INEP, 2011).
As causas da evasão costumam apresentar diversos fatores como: descontentamento com horários das disciplinas, falta de cursos noturnos, impossibilidade de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, relações interpessoais (mal relacionamento professor-aluno), pouca integração social à universidade, expectativas não correspondidas e falta de informação sobre o curso e profissão, problemas financeiros, entre outros. Sobre o fenômeno da evasão, é importante ressaltar que a evasão é um aspecto substancialmente negligenciado pelas universidades e que tem sido quase totalmente debitado aos estudantes universitários, mas deveria ser encarado com um problema da universidade como um todo (Bardagi e Hutz, 2009; Lassance et al., 2009; Tinto, 2003).
Segundo Bardagi e Hutz (2009):
A maioria dos evadidos pretende retomar os estudos universitários e a decisão de saída parece uma resposta à falta, na universidade, de um ambiente receptivo aos problemas que surgem ao longo da formação. Embora a evasão possa ser vista como positiva em muitos casos, quando é resultado de um amadurecimento pessoal e vocacional e culmina com a troca de curso e a opção por uma carreira que se aproxima mais do ideal do aluno, grande parte dos estudos aponta que o abandono de curso não está associado a novas escolhas e que as novas escolhas costumam também ser bastante frágeis e pouco consistentes (p.96).

A decisão de evadir é normalmente influenciada por características individuais do aluno, por suas expectativas em relação à carreira ou curso, pelas particularidades dos cursos de graduação e principalmente pela influência de fatores externos à vida acadêmica, como contexto social e familiar. Porém, o peso do fenômeno da evasão não é somente uma questão do aluno, mas também da instituição como um todo. Muito se tem refletido a respeito das perspectivas atuais da educação superior, principalmente no que abrange a satisfação desse universitário, não somente sobre a experiência de formação, como também aspectos específicos atrelados à qualidade do ensino, currículo, relacionamento com colegas e professores, administração, instalações e recursos entre outros (Andriola, Andriola e Moura, 2006; Sisto, Muniz, Bartholomeu, Pasetto, Oliveira e Lopes, 2008; Souza, Amorim e Silva, 2011).
Por ser um fenômeno com responsabilidades institucionais, ele se agrava justamente pela falta de políticas que apoiem a permanência do aluno nos cursos. Porém a universidade não deve criar programas de orientação ou serviços de atendimento e apoio ao aluno, mas alterar substancialmente sua estrutura e suas práticas de ensino para melhor se adequar ao corpo discente que recebe (Cunha, 2006; Oliveira, 2011; Sparta, Bardagi e Teixeira, 2006).
Segundo Forgiarini e Silva (2007), é importante que a instituição de ensino, através do corpo diretivo e docente, conheça as características dos estudantes, pois, dessa forma, poderão pensar em estratégias de enfrentamento para que seja possível isolar e até mesmo eliminar variáveis negativas relacionadas à formação e expectativas destes frente às projeções de carreira. Também se faz necessário perceber as informações provenientes da caracterização do aluno que frequenta o curso, assim como suas motivações e dificuldades, fornecendo subsídios para o desenvolvimento pleno de um planejamento de melhorias para firmar positivamente a experiência acadêmica desse aluno.
Jenschke (2003), afirma que as exigências de qualificação profissional e de aprendizagem contínua somadas à expansão e à democratização do acesso ao ensino superior no Brasil tem estimulado o ingresso de um número cada vez maior de estudantes nas universidades. Ao mesmo tempo em que se observa a ampliação do sistema de educação superior, verifica-se a necessidade de apoio e orientação aos universitários no decorrer de seus anos de formação a fim de facilitar sua aprendizagem, sucesso escolar e desenvolvimento psicossocial.
Pesquisadores brasileiros que investigam a população universitária referem um corpo consolidado de pesquisas científicas internacionais que refletem a preocupação com o desenvolvimento global dos estudantes ao longo dos cursos e o impacto da universidade sobre esse processo. Porém, somente a partir dos anos 2000 é que se iniciaram no Brasil as pesquisas sobre evasão com ênfase nos aspectos específicos das vivências universitárias (Sarriera et al., 2012; Guerreiro-Casanova e Polydoro, 2010).
No Brasil os instrumentos mais utilizados para esse tipo de pesquisa são: a Escala de Integração ao Ensino Superior (EIES) e a Escala de Avaliação da Vida Acadêmica (EAVA). Porém, o Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA) e o Questionário de Vivências Acadêmicas – versão reduzida (QVA-r), desenvolvidos em Portugal, são os instrumentos mais utilizados em pesquisas brasileiras para avaliar o ajustamento acadêmico dos estudantes ao contexto da universidade. O QVA e o QVA-r foram desenvolvidos para avaliar a adaptação do estudante à universidade em suas dimensões pessoais, interpessoais, acadêmicas e institucionais (Polydoro, Primi, Serpa, Zaroni e Pombal, 2001; Vendramini, Santos, Polydoro, Sbardelini, Serpa e Natário, 2004; Almeida et al., 2002; Almeida, 2007).
Utilizando esse conjunto de informações, coletadas através destes instrumentos, compreende-se a integração ao ensino superior, também denominada de adaptação ou ajustamento acadêmico, sob uma perspectiva multidimensional, que engloba as vivências do estudante ao longo de sua formação e a interação contínua e dinâmica entre suas características e o ambiente da universidade. Essa perspectiva permite conhecer em maior profundidade o desenvolvimento psicossocial dos alunos durante o período em que permanecem na universidade, bem como identificar os elementos das vivências acadêmicas que favorecem a sua adaptação a esse contexto desde o ingresso até a conclusão do curso (SARRIERA et al., 2012; ALMEIDA et al., 2002; SOARES et al., 2006; DINIZ e ALMEIDA, 2006; ALMEIDA, VASCONCELOS e MENDES, 2008).
Essas investigações revelam que as características que os estudantes trazem para a universidade (sócio demográficas, acadêmicas, desenvolvimentais), bem como aquelas relativas à qualidade das instituições universitárias (infraestruturas, recursos, serviços), e a interação que se estabelece entre ambas são fatores importantes que devem ser considerados nesse processo. Percebe-se que a integração social e a integração acadêmica dependem da compatibilidade dos valores e dos objetivos que estão envolvidos na díade aluno-instituição (TINTO, 2003; SOARES et al., 2006).
A persistência do estudante ocorre quando ambas convergem no sentido positivo, ocorrendo o abandono quando essa convergência não se verifica. Assim, a forma como o aluno percebe e vivencia as experiências acadêmicas e o grau em que tais vivências e interações vão ao encontro dos seus interesses e necessidades são fatores importantes para persistir ou abandonar o ensino superior. A permanência na instituição requer uma adequada integração, sendo esta decorrente de uma interação aluno-instituição satisfatória, onde se inclui determinados níveis de realização acadêmica e certos níveis de satisfação pessoal e interpessoal (ALMEIDA et al., 2008; SOARES et al., 2006).
Ao analisar esse tema, não se deve ignorar a diversidade de situações e formatos do abandono acadêmico. Foi visto que o abandono ocorre de diferentes formas e por várias razões. De maneira geral, o abandono pode ser institucional, em que o aluno sai temporariamente ou sai de forma definitiva da instituição, transferindo-se para outra ou abandona com caráter definitivo o ensino superior. Mas, para uma melhor compreensão desse fenômeno deve-se perceber que, dentro desses padrões, a variabilidade individual é grande, dependendo da interação complexa de atributos individuais e institucionais que o modelam (TINTO, 2003; ALMEIDA et al., 2008).
Assim, torna-se importante conhecer os alunos que estão evadindo das instituições de ensino superior. Nesse sentido, o psicólogo deve se questionar sobre quais os alunos que estão tomando essa decisão, que fatores a determinam e que possíveis ações poderão, em termos pessoais e institucionais, alterar essa decisão ou favorecer o reingresso (ALMEIDA et al., 2008).
Com essas questões em aberto, se aponta para a importância de uma melhor compreensão das necessidades desse aluno e assim, poder criar estratégias que o ajudem a enfrentar esse período que tende a ser conflitivo, porém de grande importância em sua vida.
3. Considerações Finais
Através dessa pesquisa bibliográfica, constatou-se que as investigações frente ao fenômeno da evasão universitária no Brasil mostram-se bastante recentes. Além disso, poucas pesquisas foram publicadas no Brasil, juntamente com o pequeno número de autores que trabalhou sobre esse tema. Nesse contexto, os instrumentos desenvolvidos para avaliar as características dos alunos que poderão evadir de seus cursos são, da mesma forma, bastante reduzidos. Ocorre também que a maioria das pesquisas sobre a evasão utiliza-se de um instrumento de origem portuguesa, o Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA), o qual levanta dados sobre o ajustamento do aluno no ambiente acadêmico.
Percebe-se que a literatura produzida através desses estudos acaba criando dados bastante semelhantes, diversificando apenas a instituição em que o estudo foi realizado. Os dados resultantes do último Senso da Educação Superior no Brasil apontam que os índices de evasão não estão diminuindo, reforçando a necessidade de utilizar os dados resultantes destas pesquisas e transformá-los em ações que poderão auxiliar as Instituições de Ensino Superior a planejar estratégias de enfrentamento ao fenômeno evasivo.
 Constatou-se que os motivos que levam os alunos do ensino superior a evadirem são multifatoriais, entre eles podemos destacar o descontentamento com horários das disciplinas, falta de cursos noturnos, impossibilidade de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, relações interpessoais, pouca integração social à universidade, expectativas não correspondidas e falta de informação sobre o curso e profissão, além de problemas financeiros. Também percebe-se na maioria dos alunos brasileiros a associação de um baixo nível de informações em relação ao curso, impactando diretamente no empobrecimento da reflexão quanto ao processo de escolha e com isso favorecendo que este aluno faça suas escolhas de maneira impulsiva e pautada em estereótipos.
Dentre esses diversos fatores apontados, destaca-se a dimensão relacionamento interpessoal, que, além de apontar a forma como esse aluno convive com seus pares, também leva em conta a relação deste com o grupo docente. Neste ponto percebe-se que a figura do professor também é vista pelo aluno como representação da instituição e esta relação gera um impacto diferenciado da relação que o aluno possui com seus pares. Nesse momento, percebe-se que a função do psicólogo frente a essas problemáticas apresentadas é a de promover a saúde mental através de intervenções junto aos serviços de apoio e orientação proporcionando uma melhor adaptação do aluno frente a esses grandes e novos desafios afetivos, cognitivos e sociais, enfrentados ao ingressar no ambiente universitário. Mas não se pode deixar de estar atento ao apoio que deve ser oferecido ao corpo docente, visto a importância deste frente ao impacto que sua relação gera no aluno.
É importante que esse tema seja alvo de pesquisas no campo da Psicologia. Fundamental também que novos estudos possibilitem a elaboração de ações práticas que possam ser adotadas não somente para frear o fenômeno evasivo, mas principalmente que proporcionem condições ao jovem de aumentar seus conhecimentos em relação ao curso escolhido, melhorando assim o seu autoconhecimento e gerando nele segurança para enfrentar os desafios que o processo decisório lhe proporcionará.

1 de junho de 2015

Personalidade?



Psicologia da Personalidade

A Psicologia da Personalidade é a área que estuda e procura explicar as particularidades humanas que influenciam o comportamento. A personalidade pode ser definida como o conjunto de características que determinam os padrões pessoais e sociais de uma pessoa, sua formação é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. No senso comum o termo personalidade é usado para descrever características marcantes de uma pessoa, como “essa pessoa é extrovertida ou aquela menina é tímida” e etc, porém o conceito de personalidade está relacionado as mudanças de habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, e ao modo constante e particular do indivíduo perceber, pensar, sentir e agir, além da interferência de fatores culturais e sociais nessas características.

Existem muitas teorias que estudam a personalidade, porém uma das mais importantes na história do estudo de personalidade está a de Freud. Para Freud, o comportamento é resultado de três sistemas que são o Id, o Ego e o Superego.  O Id é inato (que nasce com o individuo, congênito) e regido pelo princípio do prazer, exige satisfação imediata dos impulsos, sem levar em conta as conseqüências indesejáveis. O Ego é uma evolução do Id, pois apesar de conter elementos inconscientes como o Id funciona muito mais a nível consciente, dessa forma, comandado pelo princípio da realidade, o Ego cuida dos impulsos do Id e muitos dos desejos acabam sendo não satisfeitos, mas sim reprimidos. O Superego contém ideias derivadas dos valores familiares e sociais, por isso é um sistema parcialmente consciente que serve como censor das funções do ego, de onde derivam sentimentos de punição, medo e culpa. Desse modo, podemos considerar o Id como sendo o componente biológico, o Ego como o psicológico e o Superego como o social da personalidade, trabalhando juntos sob a liderança do Ego.

Portanto na Teoria da Sexualidade, Freud explica que a sexualidade é reconhecida como um instinto com o qual as pessoas nascem e que se expressa de diferentes formas de acordo com as fases do desenvolvimento que seriam a Fase Oral (0 a 2 anos), Fase Anal (2 a 4 anos), Fase Fálica (4 a 7 anos), Período de Latência (7 a 12 anos) e Adolescência (a partir dos 12 anos). Essas fases deixarão traços que definirão a estrutura da personalidade do indivíduo.

É interessante também citar a teoria da personalidade estabelecida por Erich From. Ele vê a personalidade como um produto das condições culturais, ou seja, a personalidade se desenvolve a partir daquilo que a sociedade oferece.

Acredita que a sociedade está doente e não satisfaz as necessidades do homem, porém o homem deve se ajustar a essa sociedade para escapar da solidão de outros homens e da natureza tentando se adaptar também a suas exigências interiores.

Ou seja, a Psicologia científica busca formar um embasamento teórico da personalidade. Popularmente a personalidade é atribuída sendo boa ou ruim, porém na psicologia ela deve estar alheia a esse juízo de valor, sendo então o estudo das características que diferenciam os indivíduos. Na tentativa de agrupar e diferenciar as características da personalidade pode-se dizer que os determinantes inconscientes do comportamento e os determinantes conscientes são fatores centrais entre algumas teorias da personalidade, porém considera-se também, a hereditariedade, a base biológica e os aspectos sociais do individuo aspectos relevantes na determinação da personalidade do indivíduo...