Psicologa Organizacional

19 de fevereiro de 2016

Juventude e Consumo: A Influência Exacerbada da Mídia


 
 
Juventude e Consumo: A Influência Exacerbada da Mídia


A juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, multiplicidades e diferenças (AUGUSTIN e GEARA, 2014).

O termo juventude parece ser privilegiado no campo das teorias sociológicas e históricas, no qual a leitura do coletivo prevalece. Sendo assim, a juventude só poderia ser entendida na sua articulação com os processos sociais mais gerais e na sua inserção no conjunto das relações sociais produzidas ao longo da história (SILVA e LOPES, 2009).

O consumo desempenha hoje um papel central na vida dos jovens, uma vez que estes usam os padrões de consumo para definir a sua identidade e para se integrar nos diversos grupos sociais (SANTOS, 2004).

Entre as variadas influências do dia a dia de um adolescente, a presença da mídia televisiva pode representar um fator importante na formação da sua personalidade, principalmente no que se refere ao comportamento de consumo (GARROTE, 2015).

Essa pesquisa se propôs como objetivo geral, relatar como é dado o consumo na juventude, tendo como principal influenciador os meios midiáticos, tendo em vista essa influência, alerta-se para um maior cuidado, para que haja um desenvolvimento crítico, para que a sociedade em geral não se torne alienada pela mídia.

2. Referencial Teórico


2.1 Diferenças entre Juventude e Adolescência


É importante se entender a diferença entre adolescência e juventude; já que ambas são frequentemente confundidas, quando não são usadas erroneamente como sinônimos. A noção de adolescência surge associada à lógica desenvolvimentista, sendo uma etapa do desenvolvimento que todos passariam obrigatório e similarmente. A juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, multiplicidades e diferenças (AUGUSTIN e GEARA, 2014).

O termo adolescência parece estar mais vinculado às teorias psicológicas, considerando o indivíduo como ser psíquico, pautado pela realidade que constroi e por sua experiência subjetiva. Ao passo que o termo juventude parece ser privilegiado no campo das teorias sociológicas e históricas, no qual a leitura do coletivo prevalece. Sendo assim, a juventude só poderia ser entendida na sua articulação com os processos sociais mais gerais e na sua inserção no conjunto das relações sociais produzidas ao longo da história (SILVA e LOPES, 2009).

De acordo com Falcão e Kovaleski (2014), adolescência e juventude são condições sociais parametrizadas por uma faixa etária. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que o adolescente é o indivíduo entre 12 e 18 anos incompletos. Já o termo jovem costuma ser utilizado para designar a pessoa entre 15 e 29 anos. Assim, podem ser considerados jovens os adolescentes-jovens (entre 15 e 17 anos), os jovens-jovens (com idade entre 18 e 24 anos) e os jovens adultos (faixa-etária dos 25 aos 29 anos).

2.2 Caracterizando Consumo


A atividade econômica tem como objetivo a produção de bens e serviços que se destinam à satisfação das necessidades. É através do consumo que o homem satisfaz as suas necessidades. Podemos dizer que o consumo consiste na utilização de um bem ou de um serviço para a satisfação de uma necessidade (NUNES, 2008).

Ainda de acordo com o autor, o consumo não é apenas um ato econômico, é, também, um ato social que reflete hábitos, costumes sistemas de valores, etc. São muitos os fatores que influenciam o consumo. Estes fatores podem ser econômicos e sociais.

A complexidade da ação de comprar torna-se evidente se considerarmos os fatores que estão envolvidos no processo de consumo. O comportamento do consumidor resulta de todas as atividades que se desenvolvem para selecionar e adquirir um produto para a satisfação das suas necessidades, mas também de todo o meio envolvente, que ajudou e ajuda a construir os valores e as motivações que se tornam inerentes ao indivíduo na tomada de decisões (SANTOS, 2004).

2.3 O Consumo na Juventude


O consumo desempenha hoje um papel central na vida dos jovens, uma vez que estes usam os padrões de consumo para definir a sua identidade e para integrar-se nos diversos grupos sociais. As melhorias das condições de vida e o fato de os jovens como indivíduos atravessarem uma fase de liberdade, de busca de personalidade e de valores, sem impor restrições a si próprios, tendem a apreciar e valorizar a vida social e o divertimento. Os jovens têm vindo a ganhar cada vez mais relevância nas sociedades, quer como consumidores, quer como influenciador de alterações no pensamento, normas e valores de uma nação. São os jovens que ajudam a estabelecer as tendências do comportamento social através da sua energia, vigorosidade, o seu espírito rebelde e a sua maior abertura para as novidades. A sua importância é traduzida pelo papel marcante que assumem na influência que fazem sentir ao nível dos valores e do consumo de todas as sociedades (SANTOS, 2004).

As fronteiras do consumo no mundo da “Geração D – Nativos digitais” não têm limites. Estar “antenado” ou usar a roupa da ‘galera’ já não fazem parte somente da vida dos jovens e adultos. A luta agora é estar atualizado para fazer parte do grupo. De olho nesta fatia do mercado, o comércio já enxergou a mina de ouro: adolescentes são compradores vorazes e já existem produtos que satisfazem os seus desejos. E os pais (na maioria das vezes) são responsáveis por arcar com as despesas, sejam com boas mesadas ou, em alguns casos, oferecendo ao filho o direito de possuir um cartão de crédito próprio (REIS, 2012).

Além dos aparatos tecnológicos, há também a moda, e a tendência é aquela ditada pelos colegas do grupo ou ídolo preferido. Quer seja o colorido das roupas ou a extravagância dos modelos, o que importa é chamar a atenção. Além dos vestuários, as indústrias apostam também em objetos para que o adolescente se sinta cada vez mais unido ao cantor, à banda, ao filme que gosta. E assim surgem produtos como pôsteres, chaveiros, bolsas, cadernos e diversos outros que estampam os ídolos adolescentes e aumentam o desejo de consumo (REIS, 2012).

Portanto, para caracterizar ou entender o processo de compra dos jovens devemos ter em consideração a importância relativa dos produtos ou mercados para este segmento de consumidores. É importante conhecer as expectativas, as ambições como resultado das influências e motivações que determinam a escolha de determinado produto, de uma marca ou de uma loja específica (SANTOS, 2004).

2.4 A Influência da Mídia sobre o Consumo


A mídia invade nosso cotidiano. A criança e o adolescente de hoje não conheceram o mundo de outra maneira - nasceram imersas no mundo com telefone, fax, computadores, televisão, etc. TVs ligadas a maior parte do tempo, assistidas por qualquer faixa etária, acabam por assumir um papel significativo na construção de valores culturais. A cultura do consumo molda o campo social, construindo, desde muito cedo, a experiência da criança e do adolescente que vai se consolidando em atitudes centradas no consumo (CAMPOS e SOUZA, 2003).

Sabe-se que a mídia em geral tem um papel importante no comportamento de consumo das pessoas e o poder que ela tem de influenciar a massa, muda hábitos de consumo, cria novos públicos, novos ídolos, novos produtos e de um dia para outro pode acabar com tudo isso, criando uma situação totalmente diferente da anterior. Isso se deve ao fato, da mídia, principalmente a televisão, trabalhar com modismos, com coisas e situações que façam com que as pessoas se identifiquem com aquilo e passem a comentar (FARIA e RODRIGUES).

A construção da personalidade de um indivíduo reflete a um processo de transformações em sua vida social, na fase da adolescência o contexto social passa a ter uma representatividade ainda maior na formação da personalidade, o adolescente passa a ser sujeito das influências do dia a dia de seu grupo social, absorvendo e filtrando os conhecimentos que adquire cotidianamente, formando valores que farão parte da sua personalidade adulta. Entre as variadas influências do dia a dia de um adolescente, a presença da mídia televisiva pode representar um fator importante na formação da sua personalidade, principalmente no que se refere ao comportamento de consumo (GARROTE, 2015).

A mídia trabalha para que a sua produção de imagens chegue ao indivíduo de maneira que legitime e afirme não só o consumo, mas também os modos de sociabilidade - uma espécie de orientação sobre como viver e se relacionar em sociedade - nelas inseridos. Para isso, a mídia ensina o que, onde, quando e como consumir. A mídia ensina como devemos ser. Por meio de suas representações, o indivíduo pode se reconhecer como protagonista das imagens, espelhando-se nos modelos apresentados, fazendo da imagem midiática algo a ser copiado. A força da mídia parece ser incontestável e, com isso, sua presença no cotidiano ganha "raízes". E é essa força que parece estar escrevendo as linhas da história da nossa sociedade (SAMARÃO e FURTADO, 2015).

3. Metodologia (Materiais e Métodos)


No desenvolvimento deste trabalho foi utilizada pesquisa de natureza básica, que objetiva gerar novos conhecimentos, úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista (GERHARDT e SILVEIRA, 2014).

O desenvolvimento deste trabalho consiste em pesquisas bibliográficas, que segundo Freire (2011), abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. Tendo como finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

Nesse estudo foram selecionados 20 artigos sobre juventude e consumo. Os artigos foram pesquisados das bases de dados como Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Com a utilização das palavras chaves: juventude, consumo, mídia. Desses 20 artigos selecionados, foram 11 considerados através dos critérios de seleção: abordagem da influência da mídia sobre o consumo, juventude e consumo.

4. Considerações Finais


O alvo da mídia publicitária hoje são os jovens que compram demais. Mas o grande fator para eles comprarem é o medo de não ser aceito em determinado grupo de amigos por estar fora da moda, por exemplo. Isto só acontece, porque os jovens estão imaturos e com autoestima baixa, tendem mais a se influenciar pelo grupo, como forma de auto-afirmação.

A solução não é deixar de consumir, já que temos necessidades. Cabe aos pais desenvolverem uma “alfabetização para a mídia” tendo uma postura investigativa e crítica diante de tudo o que a mídia nos impõe; ter uma postura de não aceitação passiva levará à consciência do que realmente somos e buscamos.

Esse estudo nos possibilitou a compreensão de que a mídia possui exacerbada influência sobre a relação jovem e consumo.

13 de fevereiro de 2016

5 erros comuns que você deve evitar no trabalho




5 erros comuns que você deve evitar no trabalho

 

Quem nunca cometeu um deslize no ambiente de trabalho que atire a primeira pedra. Claro que a conduta não deve ser apoiada, mas todo profissional comete erros e deve sobretudo aprender com esses acontecimentos. Muitas vezes alguns comportamentos nem são propositais, a rotina faz com que eles pareçam normal, mas não são, e hora ou outra podem fazer com que o profissional se prejudique até mesmo com a perda de seu emprego.

Existem vários erros comuns que podem ser citados, no entanto, há os mais recorrentes. Confira, na sequência, quais são os cinco erros mais comuns que profissionais devem evitar.

 

Falta de Comprometimento

Alguns profissionais buscam satisfazer primeiramente os seus próprios interesses, sem considerar as necessidades da empresa e com seus colegas de equipe, demonstrando assim pouco comprometimento com projetos e atividades de trabalho e falta de respeito com os propósitos organizacionais.

 

Falta de Qualidade

Não é só executar uma função, mas entregar as tarefas com qualidade, no entanto, muitos profissionais acabam não prezando por ela. O ideal é sempre superar expectativas, entregar algo além do esperado pode fazer com que o profissional se sobressaia.

 

Não Cumprimento de Prazos ou Metas

Um dos principais pontos avaliados pelos gestores é o desempenho do colaborador e suas entregas, por isso, é necessário que os objetivos estejam alinhados para que a avaliação seja justa.

 

Brincadeiras excessivas e fofoca

Estar envolvido ou ser o causador de fofocas na empresa pode atrapalhar a relação com colegas de trabalho e gestores, algumas brincadeiras também causam o mesmo. Brincadeiras no ambiente de trabalho podem melhorar o desempenho do profissional desde que sejam sadias. O excesso, no entanto, pode causar desconforto e gerar desentendimento.

 

Comodismo

Profissionais que só fazem aquelas determinadas atividades há anos e não acham que precisam buscar novos conhecimentos, colocam seus empregos em risco. As empresas buscam para suas organizações profissionais que demonstram responsabilidade em relação às atividades desempenhadas, contribuindo para seu crescimento. Quer conservar o seu trabalho? Mova-se! Mantenha-se envolvido nas atividades da área e empresa e não espere que o gestor venha falar sempre o que dever ser feito.

 
Fonte: http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/dicas-emprego/5-erros-comuns-que-voce-deve-evitar-no-trabalho

11 de fevereiro de 2016

Os Descompassos da Adolescência Feminina


 
 
Os Descompassos da Adolescência Feminina
 
As transformações físicas da adolescência recebem o nome de puberdade, e a maior parte delas ocorre no final da infância e início da adolescência. Nas mulheres, esse processo tem início, atualmente, por volta dos nove anos, com a preparação do corpo para a reprodução. Uma glândula situada na base do cérebro, chamada hipófise, produz dois hormônios que se relacionam com o desenvolvimento pubertário: o hormônio do crescimento, que influencia a determinação do tamanho da jovem, e o hormônio gonadotrófico, que estimula a atividade das gônadas, isto é, as glândulas sexuais, no caso da mulher os ovários. 
 Os ovários então amadurecem e passam a produzir óvulos, bem como os hormônios que ocasionam as mudanças sexuais no crescimento e desenvolvimento dos órgãos sexuais (útero, trompas de Falópio e vagina) e as características sexuais secundárias: aumento e arredondamento dos quadris, desenvolvimento dos seios, aparecimento dos pelos pubianos e axilares, mudança na voz, arredondamento dos ombros e a definição das formas de braços e pernas.
O surto de crescimento da puberdade começa um ano ou dois antes que os órgãos sexuais amadureçam, e depois disso dura de seis meses a um ano. Nas meninas começa entre 8,5 e 11,5 anos, com um pico de rapidez que ocorre em média aos 12,5 anos declinando depois disso  até parar por volta de 15 a 16 anos.
O crescimento em altura segue um padrão regular e geralmente precede o aumento de peso. Em cerca de três anos, até um ano depois da puberdade, a menina ganha em média 17 quilos. Nessa fase, a cabeça cresce lentamente em relação ao resto do corpo, a testa se torna mais alta e larga, o nariz cresce rapidamente, a boca se alarga, os lábios tornam-se mais cheios e o queixo mais pronunciado; desenvolve-se a linha da cintura, ombros e quadris se alargam, os braços e as pernas se alongam e tornam-se mais moldados, em consequência dos depósitos de gordura; além disso, há o desenvolvimento dos seios, o aparecimento dos pelos púbicos, axilares, faciais e nos membros; também ocorrem mudanças na voz, e na cor e textura da pele.
Ocorrem mudanças também nos órgãos internos, nos sistemas digestivo, circulatório, endócrino e respiratório; os ovários e o útero crescem e amadurecem rapidamente. Acompanhando essas mudanças, vem o sangramento menstrual cíclico ou menstruação. Em nosso meio, a menarca, primeira menstruação, ocorre por volta dos 12 anos.
Toda essa descrição visa salientar o fato de que em nenhum outro momento do desenvolvimento, a não ser no primeiro ano de vida, acontecem tantas mudanças físicas em tão pouco tempo quanto nesse estágio inicial da adolescência, (dos 10 aos 14 anos), e, por isso, este é um período extremamente importante e conturbado do desenvolvimento, vivido com um pouco mais de tranquilidade se as mudanças corporais e psicológicas caminharem juntas.
 Do ponto de vista do desenvolvimento feminino, não é assim que tem acontecido. Pesquisas recentes mostram que a puberdade está começando cada vez mais cedo nas meninas. Alguns estudos mostram que há uma tendência geral nos países ocidentais à antecipação da menarca com o correr dos anos; em média, a cada 10 anos, a menarca se antecipa de quatro meses.
Acredita-se que os cuidados com a nutrição e a saúde tem modificado a estrutura biológica das pessoas, aproximando-as de seus potenciais genéticos ótimos, causando um início mais precoce da puberdade. Alguns autores levantam a hipótese também de que alguns fatores culturais podem intervir de maneira importante na precocidade da maturidade sexual, como, por exemplo, o erotismo na publicidade, na literatura e nos filmes.
O fato é que, até o século XIX, as mulheres menstruavam pela primeira vez aos 17 anos. Neste século elas menstruam, em média, aos 12 anos. A menarca, mais do que resultado de um conjunto de mudanças físicas, é um acontecimento que, em muitas culturas, demarcava uma passagem, fazendo com que a jovem, a partir de então, tivesse outro status social dentro de sua comunidade. Nessas culturas, eram comuns os ritos de passagem, onde a jovem, se por um lado adquiria novas responsabilidades, muitas vezes já sendo considerada apta a casar e formar uma família, tinha, por outro lado, um modelo claro de comportamento pelo qual se pautar. Essa designação de um papel e status novo oferecia à adolescente uma autoimagem definida e vinculada ao grupo.
Em contraste com essas culturas, a moderna sociedade ocidental eliminou progressivamente esses rituais. Até poucos anos atrás, por exemplo, ainda era comum usar-se o termo “ficar mocinha” quando a menarca acontecia, significando que a jovem era reconhecida em sua identidade sexual e capacidade procriativa.
Nos dias de hoje, será que a menina vira “mocinha” quando tem a menarca? Essa foi uma das questões que foram investigadas ao entrevistar 20 meninas de 12 anos para uma pesquisa de mestrado sobre a entrada das garotas na adolescência.
A primeira surpresa foi observar que essas garotas, que são de classe média-alta da cidade de São Paulo, tinham menstruado pela primeira vez, em sua maioria, aos 11 anos, e não aos 12, como seria esperado pelos dados de literatura, levando-nos a pensar que em condições ótimas de alimentação e acesso à informação, a menarca esteja começando ainda mais cedo.
A segunda constatação, não tão surpreendente, é que a menstruação não era esperada pelas garotas quando aconteceu, e nem desejada, por vários motivos: algumas queriam crescer mais fisicamente (ser alta faz parte do padrão de beleza ideal moderno, e elas sabiam que, ao menstruar, não cresceriam muito mais), outras tinham ouvido falar do incômodo de trocar absorventes e das cólicas, e outras ainda se achavam  muito crianças, e ficar menstruadas significava entrar em outra fase da vida que não sentiam-se preparadas para entrar. Como disse Paula, uma delas:
Eu rezava “tomara que eu não menstrue”. Porque todo mundo fala que você começa a menstruar e para de crescer, e eu queria crescer bastante. Quero ficar mais alta ainda. Aí eu pensava “espero que venha lá pelos 13, pra eu crescer bastante”.
Apenas uma disse ter ficado feliz com a chegada da menarca, "apesar de ser um saco", por ser um "sinal de amadurecimento".
Apesar de terem informações sobre a menstruação, não sabiam muito bem o que fazer quando esta veio, não tinham certeza do que se tratava, pois as informações se superpunham à angústia e ao estranhamento que o assunto provocava nelas.
 Vejam o depoimento de Silvia: “Eu tinha 11 anos quando veio. Não sabia de nada. Das minhas amigas, ninguém tinha ficado. E eu não contei pra ninguém, eu tava no acampamento. Eu fiquei, não sabia o que era. Só depois eu contei pra duas amigas. Não consegui falar com a minha mãe, aí liguei pra minha avó. Chamei a monitora. Depois fui descobrir que outras ficaram na mesma época que eu e não tinham falado nada, que nem eu.”
Essas descrições da solidão vivida no momento da menarca nos revelam que esta parece ter realmente perdido o significado de ritual de passagem, vivido como um acontecimento social, pois significa para as meninas uma saída da infância, mas não uma entrada na adolescência. Como disse Dani.: Eu era muito criança, brincava, queria ficar mais velha antes de vir…..Foi mais um peso pra mim pra carregar, pra tomar providências.
Essa sensação de não estar pronta é confirmada pelo fato de que, das que não haviam menstruado, nenhuma delas desejar que acontecesse logo. Sabiam que iria acontecer, mas quanto mais tarde, para elas, melhor. Uma delas sentia-se preocupada e assustada com a primeira vez. Temia que a mãe não estivesse por perto, embora já houvesse explicado o que fazer.
Essas informações nos revelam que, na atualidade, parece haver uma falta de sincronicidade entre aspectos biológicos, psicológicos e sociais no início da adolescência feminina. A menarca, quando chega, toma as garotas de surpresa, mesmo quando elas estão informadas a respeito de seu significado. É um acontecimento  não compartilhado nem com a família nem com amigos. Vemos então como as jovens vivem hoje, solitariamente, o que antes era vivido socialmente, com os ritos pubertários, e, sem esse tipo de reforço do grupo social, a autoimagem da adolescente perde clareza e coesão.
Além da solidão, a menarca chega antes de ser aguardada como sinal de feminilidade, e, talvez principalmente por isso, desperta constrangimento e incômodo. Consequentemente, nem perante o grupo nem perante a si mesmas ela tem, para a maioria, o significado de ritual de passagem.
As garotas sentem, no entanto, que estão deixando para trás um corpo e identidade infantis, e oscilam entre querer crescer e querer permanecer criança. Esse desejo de permanecer criança aparece muito claramente no depoimento de Ligia:  “As vezes eu queria até ter 8 anos. Sei lá, acho que me sentia mais livre pra brincar. O pessoal da minha idade não gosta dessas coisas. Eu gosto. Se tiver alguém pra brincar, jogar queimada, por exemplo, eu vou. Às vezes eu sinto falta disso. Os meninos da minha classe se acham muito grandes, uns adultos, as meninas também. Acho que cresceram rápido demais! Às vezes eu falo pra minha mãe que eu queria ter nascido naquela época, anos 60. As crianças se preocupavam menos. Hoje a gente sabe muito, demais, depressa demais. A gente sabe as coisas, a infância passa rápido! As crianças de antigamente não eram assim, elas brincavam muito mais.”
Temos visto com frequência reportagens na mídia que tratam desse tema, as possíveis mudanças que estariam ocorrendo no comportamento das garotas. Elas estariam adotando, cada vez mais cedo, modelos adultos de comportamento e preocupações que antes apareciam mais tarde, como, por exemplo, a relativa ao aspecto físico, ao mesmo tempo que estão deixando de brincar mais precocemente. É interessante que, ao mesmo tempo que sentem-se despreparadas para assumir um status de adolescente com a chegada da menstruação, também não se permitem mais brincar livremente e buscam, no modelo de aparência e no comportamento dos adultos, um lugar de pertinência social. Temos então uma contradição entre uma garota que já menstrua, tem uma aparência e um comportamento mais próximos do adulto do que da criança, mas internamente sente-se uma criança, muitas vezes frágil e desamparada.
Vemos aí o descompasso. A aparência corporal, devido à antecipação da puberdade, mostra um corpo com contornos femininos cada vez mais cedo, confundindo os outros quanto à existência de uma correspondente maturidade psicológica, que não existe ainda. Além disso, vivemos num contexto social onde há extrema valorização do corpo feminino adulto, símbolo de status e poder, desde que dentro dos padrões de beleza atuais, isto é, o corpo perfeito, magro e alto, irreal para a maioria das pessoas, principalmente as adolescentes, em fase de intensas mudanças corporais.
O corpo, em nossa sociedade, é também muito erotizado. Cenas de estímulo à excitação sexual são cada vez mais comuns nos meios de comunicação, trazendo como modelo a sexualidade adulta. Vivendo uma crise de identidade, a adolescente possui um terreno fértil para sofrer induções e sugestões de toda ordem.
Tudo isso é fonte de muita angústia para as jovens, que sofrem com sua aparência física. Elas estão muito atentas ao que consideram desarmonias e assimetrias do próprio corpo, e isso as preocupa bastante. São frequentes os relatos de jovens que não se acham bonitas por se considerarem um pouco acima do peso, ou que acham que, para estar bela, é preciso consumir os produtos oferecidos pelos meios de comunicação. São reveladores de uma fragmentação do corpo, e da dificuldade de enxergar-se de uma maneira mais inteira e real.
Ao se defrontarem com modelos geralmente fora dos padrões de normalidade e sem um apoio social consistente, as jovens, que já lidam com as dificuldades intrínsecas de possuir um corpo em transformação, tendem a ter um auto-conceito rebaixado.
Pode-se afirmar que esse grupo pesquisado é pequeno, mas os resultados vão de encontro à  pesquisa realizada com 580 adolescentes do sexo feminino, coordenada pela Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (2001),  que revelou  que 80% das adolescentes  não gostam da própria aparência e 50% procuram dietas porque acham que são gordas. Uma das conclusões desse trabalho é que a motivação para a dieta não estava relacionada com a atual forma física delas, mas pela busca de um corpo ideal.
Vários autores apontam que, do ponto de vista psicológico, as adolescentes têm que realizar dois movimentos essenciais, nesse momento do desenvolvimento, para a organização de suas identidades: elaborar as mudanças que ocorrem em seu corpo e responder às exigências sociais que se colocam a elas nesse percurso.
Frente às pressões internas, biológicas, que ocorrem cada vez mais cedo, e às pressões externas, sociais, que traduzem-se, entre outros fatores, por uma valorização exacerbada da sexualidade e da aparência, as adolescentes parecem estar vivendo um momento de muita fragilidade e solidão. A puberdade começa cada vez mais cedo, as meninas querem ter um corpo adulto rapidamente, muitas começam a ter experiências amorosas, mas o que observamos é que, psicologicamente, mostram-se ainda bastante imaturas no início da adolescência, sem conseguir dar conta de todas essas pressões.
Isso nos remete ao nosso papel como pais, professores, profissionais ou simplesmente membros dessa sociedade ocidental contemporânea. É certo que a adolescência  é sempre uma fase de conflitos e incertezas e que cada época tem seus padrões de beleza, mas o que temos visto, na contemporaneidade, é uma intensa valorização do corpo físico, da aparência, do consumismo, do “ter” sobre o “ser”. Isso empobrece os sujeitos psiquicamente e dificulta a organização da identidade, tarefa primordial da adolescência.
Não é possível alterar os padrões de antecipação da menarca, mas é possível cuidar melhor de nossas adolescentes, em primeiro lugar compreendendo os conflitos que vivem na atualidade. Quanto mais  compreendemos os problemas que as jovens enfrentam a cada etapa, melhor equipados estaremos para oferecer ajuda.
É importante que as jovens sintam-se valorizadas e reconhecidas como são, em transformação, com alguns comportamentos mais infantis e outros mais amadurecidos. É preciso que reconheçamos seus medos e sua solidão, para mostrar-nos próximos. Ao mesmo tempo  que é necessário apoiá-las no seu crescimento, aumentando suas responsabilidades e sua inserção na comunidade, é preciso perceber que não são adultas, e, portanto, não se deve incentivá-las a vestir-se e portar-se como tais.
Em segundo lugar, é preciso lutar por uma sociedade menos centrada na aparência e no consumismo, e mais inclusiva, onde haja um lugar e importância social para todos, inclusive para a menina que deixa a infância e caminha para a adolescência.

Após a Restituição vem um grande avivamento

 

 

Após a Restituição vem um grande avivamento

Texto: Joel 2.25-27.


 

Int.

O profeta Joel estava convocando o povo de Judá a voltar-se para Deus.

Deus mostrou a Joel um tremendo potencial de renovação espiritual.

Mas também advertiu que a condenação viria em forma de calamidade se porventura não, se arrependessem. (agricultura).

Percebemos que Judá passa por esta calamidade. Mas o Senhor trás uma palavra profética para o seu povo.

 

I – Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo... v. 25.

1- Diante dos fracassos: familiares, profissionais e ministeriais.

2- Diante dos problemas e decepções da vida.

3- Deus em sua palavra nos promete que irá restituir tudo que o inimigo roubou das nossas vidas.

·      RESTITUIR = devolver, repor, restaurar, reconstruir, restabelecer e trazer de volta ao legitimo dono.

* No decorrer dos anos as pessoas têm perdido muitas coisas como: sonhos-esperança-família-saúde-ministério-alegria de viver etc.

* O salmista disse “restitui-me a alegria da tua salvação” Sl. 51.12.

a) diga meu irmão Senhor restitui-me...

* O Senhor irá restaurar toda a sua vida. ()

 

II – Comereis abundantemente... v. 26.

1-                       Deus tem o melhor.

 

2-                       Procure discernir o melhor de Deus para você.

 

3-                       Ex. O melhor de Deus para este ministério não quer dizer que é o melhor para o ministério (X)... O melhor de Deus para o irmão Carlos não quer dizer que é o melhor para João.

 

 

4-                       Ouça a voz de Deus.

 

5-                       O propósito de Deus com seus filhos é que tenham uma vida em abundancia.

a) Jo. 10.10 “ ...Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundancia”.

b)            O Senhor quer ver o seu povo satisfeito e louvando o seu santo nome.

 

6-                       E o meu povo jamais será envergonhado. JAMAIS = nunca, em tempo algum.

a)  O próprio Deus prometeu que o povo Dele nunca será envergonhado.

b)                      Diga para o seu irmão: seja fiel a ele em tudo.

c) Tem muita gente passando vergonha porque não tem sido fiel a Deus.

 

 

III – Para esta promessa se cumprir em sua vida é preciso duas coisas:

       1- diz o Senhor: “ convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isto com jejuns, com choro e com pranto” v. 12.

7-                       Ou seja mudar de conduta, ser 100% JESUS,

8-                       “ não viva mais eu mais Cristo viva em mim” Gl. 2.20.

2-           “Rasgai o vosso coração e não as vossas vestes” v. 13.

 

9-                       Arrependimento genuíno.

 

10-               Abrir verdadeiramente o coração para Deus.

 

Conclusão:

“Chorem os sacerdotes, ministros de Deus”. v. 17. A restituição começa na vida dos lideres. Os lideres devem ser o exemplo.

       A liderança precisa ser uma liderança sarada.

ALEGRA-TE porque o Senhor faz grandes coisas, v. 21.

Receba esta palavra profética em sua vida: O Senhor Deus irá restituir tudo que o inimigo conseguiu roubar de você. Seja na família, saúde, ministério etc. Receba a restituição em sua vida em nome de Jesus.

 

De próprio punho

 

Acimarley Freitas

Artigo 2 - CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO

 
 
 


Acostamento

 
Teatro da Vida

Apresenta:

Utilidade Pública
 
 
 
 

10 de fevereiro de 2016

Código de Trânsito Brasileiro

 
Prezado Amigo (a)
 
Com o propósito de promover maior conhecimento em relação à legislação do TRÂNSITO, pois no mundo todo, mais de 1 milhão de pessoas morrem, por ano, em acidentes de trânsito. No Brasil, são mais de 40 mil mortes por ano.
 
Diante desses fatos tristes e negativos para o nosso país, estarei fazendo postagens nas redes sociais, com o propósito de divulgar e fazer conhecido o Código de Trânsito Brasileiro: Lei nº 9.503, de 23-9-97, com o objetivo de fazer conhecida a nossa legislação de trânsito, e certamente sermos multiplicadores desse conhecimento, pois somos componentes ativos do trânsito: pedestres, ciclistas, motociclistas, automóveis e caminhões etc...
 
Serão publicados os artigos e anexos do Código de Trânsito Brasileiro
 
Sendo assim conto com a sua participação e propagação desse projeto.
 
Desde já agradeço a sua participação,
 
Atenciosamente
 
Acimarley Freitas
 
 
 

1 de fevereiro de 2016

Psicoterapia de Casais Quando usar e Quando Começar


 
 
 

 

A psicoterapia de casais é uma terapia em conjunto que visa melhorar o relacionamento dos casais que querem ser ajudados com o intuito de melhorar seu relacionamento e sua comunicação. De acordo com Hintz e Souza (2009) a terapia familiar surgiu no Brasil em torno de 1946, com a experiência pioneira no Centro de Orientação Juvenil, pertencente ao Departamento Nacional da Criança do Ministério da Saúde.

Em 1970 ocorreu um grande interesse de diversos profissionais por terapia familiar, tendo esse movimento uma grande influência religiosa. A igreja Católica Promovia Encontro de Casais e famílias com o intuito de equilibrar os desajustes familiares e os profissionais de saúde montaram grupos de estudos para discutir o tema.

Willi (1978) ressalta que o resultado mais importante da terapia de casal é o conhecimento da temática fundamental do conflito colusivo vivido pelos cônjuges. Os parceiros, antes, em suas posições polarizadas, acreditam que não tinham nada em comum. A terapia vai mostrar que, com seus problemas, estão no mesmo barco. O que antes consideravam que os separava é agora o que os une. O objetivo é não tornar os temas fundamentais colusivos ineficazes, mas levar o casal a um equilíbrio livre e flexível. São as posturas extremas rígidas, nas quais os cônjuges se fixam, que tornam a relação menos saudável. Se vividos com flexibilidade, os temas da colusão se convertem em enriquecimento recíproco.

Segundo Aun (2005), citado por Hintz e Souza (2009), os primeiros grupos de Estudos surgiram em São Paulo, em 1976, CECAP (Centro de Estudos do Casal e da Família - com orientação Psicanalítica). Em 1978 surgiu o Centro Brasileiro de Estudos da Família (Cefam).

Em 1979 em Porto Alegre, 1980 em Salvador, 1982 em fortaleza, 1984 em Belo Horizonte e em 1087 no Rio de janeiro. Tais grupos cresceram tanto que fizeram com que as famílias fossem alvos de discussões. Suas contribuições geravam em torno de abordagens sistêmicas que visavam o equilíbrio familiar das famílias (HINTZ, 2009).

Papp (1992) ressalta que a teoria sistêmica tem uma diversidade de definições através de situações que abrangem a terapia familiar. Vários terapeutas a definem como situações vividas em seus consultórios, outros como movimentos comportamentais vividos no dia a dia conseguindo equilíbrio dentro do sistema.

O autor ainda ressalta que alguns casais procuram eliminar apenas alguns problemas do mal estar familiar, evitando entrar em contato com o verdadeiro motivo dos problemas familiares.

Segundo Miller (1995) existe uma grande dificuldade dos casais em lidar com suas questões individuais, levando deste modo para sua vida conjugal. As dificuldades surgidas são tantas que precisam de ajuda profissional para resgatar os laços emocionais e amorosos que se perderam com as desavenças.

A falta de harmonia de amor, de compreensão e a falta de perdão podem afetar a relação conjugal e levar a pensamentos de separação, uma vez que na maioria das vezes a comunicação já não existe entre os casais, portanto o objetivo da terapia em primeiro lugar é com a promoção da saúde emocional do casal e não com a manutenção ou ruptura do mesmo.

2. Como a Psicoterapia Funciona


Na terapia não existe mágica, para que surta efeito o casal precisa entender que a sinceridade é de fundamental importância para o tratamento. A terapia pode ser realizada num primeiro momento de forma individual para que os casais expressem seus receios e medos e posteriormente de uma forma conjunta.

A terapia é para melhoria do casal e não para pessoas que querem manter um caso extraconjugal e quer que o outro aceite, portanto a primeira coisa a fazer é esclarecer os objetivos da terapia, buscando o autoconhecimento da vida dos cônjuges, suas escolhas amorosas, as perspectivas que levaram ao casamento, como era o comportamento de sua família de origem, se tinham um bom relacionamento com os pais, se havia excesso de trabalho ou se não tinham a atenção devida por parte deles.

A necessidade de se desenvolver pensamentos positivos cria expectativas quanto à melhoria da comunicação fazendo com que haja o cessar das discórdias, buscando desta forma orientações quanto à harmonia no lar.

Gomes (1998-2006) destaca que uma das formas do casal entrar em contato com seus conflitos é através do contato de seus filhos que denuncia a problemática do casal. Em muitos casamentos os sintomas de um filho podem expressar um conflito conjugal. Em situações de crise familiar como mudanças culturais, luto ou desemprego podem atingir toda a família fazendo com que o casal procure ajuda terapêutica para exercer um efeito curativo e curativo atingindo o casal e consequentemente toda família.

Para se acertar é necessário buscar alternativas dentro da terapia para que o casal compreenda que o mais importante no ambiente familiar é a busca da plena felicidade, para isso é necessário aceitar as diferenças, saber lidar com seus papéis, não ter medo das diferenças sabendo aceita-las e não ter medo de ser feliz e saber aproveitar em todos os tempos a liberação do perdão.

3. Diferença entre a Terapia Individual e a Terapia Familiar


Segundo Michael P. Nichols-Richard c. Schwartz (Terapia Familiar Conceitos e Métodos 2007), tanto a psicoterapia individual quanto a terapia familiar oferecem uma abordagem de tratamento e uma maneira de compreender o comportamento humano. Como abordagens de tratamento ambas possuem virtudes, A terapia individual pode fornecer o foco concentrado para ajudar a pessoa a enfrentar seus medos e se tornar mais integralmente o que ela realmente é. Os terapeutas individuais sempre reconheceram a importância da vida familiar na formação da personalidade

Os terapeutas familiares por outro lado acreditavam que as forças dominantes na nossa vida estão localizadas na família. A terapia baseada nessa estrutura tem por objetivo mudar a organização da família. Quando a organização desta é transformada a vida de cada um de seus membros também é alterada, de forma que mudar a família muda a vida de cada um de seus membros, ou seja, modifica cada um dos membros da família, provocando mudanças simultâneas nos outros.

Quando os problemas estão relacionados a filhos, insatisfação sexual no casamento, hostilidades familiares, ou qualquer coisa ligada à transição familiar, a melhor forma de tratamento é com a terapia familiar, uma vez que se busca o conhecimento da vida em que levam em família, como se relacionam um com o outro, se não há inversão de papéis, se há ajuda quanto às tarefas domésticas e se são bem distribuídas, para que não haja sobrecarga, se há momentos de lazer e intimidade ou se o lazer é só em família.

Ambos os cônjuges são vistos pelo mesmo terapeuta ao mesmo tempo. Essa técnica permite ao terapeuta observar a dinâmica efetiva que se estabelece (paralelamente à escuta) de queixas, de razões e de racionalizações.

O terapeuta traça uma estratégia para que ambos se sintam a vontade para falar, certificando-se que não há constrangimento de ambas as partes uma vez que ambos buscam ajuda para a solução dos conflitos. O uso de dinâmicas interpessoais é um excelente atrativo para observação dos cônjuges. Fazer com que entendam que ambos tem direito a igualdade é um ponto de partida não devendo nenhuma das partes serem inferiorizadas, ambas tem que entender que caminhar juntos, numa mesma linha de raciocínio lógico é uma boa forma de se chegar a um acordo.

Para Lemaire (1988), o casal se constitui em torno de zonas mal definidas do “eu” de cada cônjuge, assim na relação amorosa, os sujeitos misturam suas fronteiras e, muitas vezes a terapia de casal é um meio privilegiado para o tratamento de sujeitos mal individualizados.

A terapia individual simultânea com o mesmo terapeuta foi proposta inicialmente por Mitleman em 1948. Possibilita que o terapeuta empreenda um recorte mais dinâmico e realista da interação, pois, trata em separado ambos os cônjuges simultaneamente. Essa técnica pode ser utilizada quando se percebe um desequilíbrio de desenvolvimento psíquico dos casais, e pode ser empregado quando existem violências do casal impossibilitando o tratamento em conjunto ou quando se quer preservar a imagem do parceiro perante o outro.

O terapeuta deve tomar cuidado para que não haja transferência uma vez que analisará os cônjuges separadamente. A questão do manejo dos segredos também é uma coisa a ser observada com cuidado para que não haja violação dos segredos. Este tipo de terapia tem sido proposta em complementação a conjunta, em momentos de impasse ou de resistências incontornáveis por parte de um ou de ambos os membros do casal.

4. Conclusão


Viver a dois, por mais satisfatória e saudável que seja a relação requer dos parceiros o enfretamento de alguns desafios. O primeiro grande desafio diz respeito às constantes tensões do dia a dia. O individualismo e a conjugalidade, devem viver de forma harmoniosa para que ambos possam respeitar os limites um do outro e de seu relacionamento.

Deve-se entender que quando este resultado harmonioso não acontece dificilmente consegue-se manter um relacionamento a dois, deste modo o terapeuta não deve tomar partido de nenhum dos lados, mantendo-se neutro e aceitando a decisão de um possível divórcio, uma vez que o entendimento não foi bem aceito entre os cônjuges e que envolve particularidades que são destinadas a opinião de cada um.

Os declínios de valores morais muitas vezes são mais fortes que as comoções de um relacionamento e das satisfações que ele pode trazer, fazendo desta forma que as dissoluções das famílias ocorram com mais freqüências no mundo moderno.

Se não houver compreensão mútua e o controle da ansiedade que abate metade dos casamentos hoje em dia não é possível uma comunhão a dois, fato triste esse que levam as pessoas a divórcios e a novos relacionamentos sem serem pessoas bem resolvidas.

Pessoas mal resolvidas tendem a ter um fracasso maior em novos relacionamentos, pois o problema nunca é seu é sempre da pessoa com que está, desta forma cria-se um círculo vicioso de tentativas sem perspectivas nenhuma de acertos.