Psicologa Organizacional

28 de maio de 2016

Transtorno Histriônico da Personalidade


 
 
Transtorno Histriônico da Personalidade

(Vulgo Histeria)

 

A pessoa com transtorno histriônico tem como traço básico da personalidade uma desadaptação às possibilidades existenciais normais, reagindo sempre com um exagero, com um faz-de-conta para os outros e para si mesma.

 

As vivências da personalidade histriônica são sempre teatrais, seja na vida de relação, seja consigo mesma. Seus relacionamentos são mais dramáticos, há mais ciúme, mais inveja, mais mágoa, mais atração, mais sedução... Seus sintomas são mais exuberantes, suas queixas mais contundentes, sua sensibilidade mais exaltada.

A maneira histriônica, teatral e fabricada, de se relacionar com a vida não é conscientemente determinada, embora tenha certa intencionalidade. Quando a pessoa histriônica questiona sobre a origem de seus sintomas perguntando se “você acha que eu quero estar doente?”, é bom lembrar que as atitudes histriônicas são involuntárias e intencionais, ou seja, a pessoa não opta para agir e sentir a vida histrionicamente, isso vem de sua personalidade, não obstante, pode haver um propósito ou objetivo inconsciente para sua teatralidade.

Paralelo à teatralidade, a personalidade histriônica se aproxima da mentira e se afasta da afetuosidade autêntica. Isso, algumas vezes, dificulta relacionamentos afetivos estáveis ou mais profundos. Boa parte dos problemas psicológicos ou orgânicos da pessoa histriônica é conseqüência da inclinação a enganar a si mesma sobre a natureza de seus próprios sentimentos. Trata-se de um auto-engano, sufocando ou ocultando de si mesma seus sentimentos autênticos.

Personalidade histriônica é sinônimo de personalidade histérica, um termo criado possivelmente para ludibriar as pessoas que usam o termo histérico quando querem depreciar alguém. O transtorno histriônico de personalidade é caracterizado por um comportamento colorido, dramático e extrovertido, enfim, sempre exuberante. Está classificado no 2º. grupo dos transtornos de personalidade, onde estão os casos que apresentam comportamento com tendência à dramaticidade, apelação e emoções que se expressam intensamente.

As pessoas histriônicas tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos, apresentam acessos de mau humor, lágrimas e acusações sempre que percebem não ser o centro das atenções, quando não recebem elogios e aprovações. Por outro lado, freqüentemente são pessoas animadas e dramáticas, tendem a chamar as atenções sobre si mesmas e podem de início, devido ao seu entusiasmo, encantar as pessoas com as quais travam conhecimento.

As pessoas com esse tipo de transtorno da personalidade manifestam pronunciados traços de vaidade, egocentrismo, exibicionismo e dramaticidade. Atrai muito a personalidade histriônica os estímulos externos potentes, os escândalos, as sensações, as celebridades, enfim, tudo que impressiona, que seja desmedido, incomum ou extremo. No afã de representar um papel mais glorioso, os histriônicos fazem teatro para si e para todos os outros, sua grande platéia. Pode haver momentos onde já não sabem onde termina a realidade e começa a fantasia, passando a acreditar em seus próprios mitos e em suas próprias encenações.

Para a personalidade histriônica atrair as luzes dos refletores ela necessita representar sempre um papel interessante, mesmo que isso custe o mal estar de outras pessoas e ainda que essas outras pessoas sejam entes queridos. Quando não chama atenção pela doença, o faz através do papel de mártir, de sofredora. A representação teatral como vítimas, menosprezadas, coitadinhas, enfim, esse papel de “a grande sofredora desinteressada” tem o nome de messianismo.

Uma das marcas mais características das pessoas com Transtorno da Personalidade Histriônica é tentar controlar as outras pessoas através da manipulação emocional ou sedução. Por causa disso, e depois de algum tempo, eles tendem afastar os amigos com as exigências de constante atenção.

As mães com esta personalidade podem idealizar manobras que fazem seus filhos se compadecerem de seu estado "lastimável" e provocar arrependimentos vários. São pessoas que estão sempre a se queixar de incompreensão dos outros, mas jamais tentam compreender os outros ou entender que os outros não têm obrigação de compreendê-los.

Devido ao fato das pessoas histriônicas cultuarem a doença e as queixas somáticas elas acabam atribuindo todos seus fracassos ou limitações a eventuais transtornos orgânicos que as perturbam, apesar de sua “sempre presente boa vontade”. A somatização, dissociação e repressão são os mecanismos de defesa mais intensamente utilizados pelos histriônicos.

Sexualmente a personalidade histriônica determina nas pessoas um comportamento sedutor, provocante e com tendência a erotizar mesmo as relações não sexuais do dia-a-dia. As fantasias sexuais com as pessoas pelas quais estão envolvidos são comuns e, embora sejam volúveis, o arremate final do jogo sexual costuma não ser satisfatório. Essa característica de desempenho sexual problemático faz com que as pessoas histriônicas sejam consideradas pseudo-hiper-sexuais.

O DSM-IV  e o CID-10 recomendam como critérios para o diagnóstico do Transtorno Histriônico da Personalidade, um padrão generalizado de excessiva emotividade e busca de atenção, indicado pelas seguintes características:

Critérios estabelecidos pelo DSM-IV e pelo CID-10 para o diagnóstico de Transtorno Histriônico da Personalidade

a) busca constante ou exigência de afirmação, aprovação ou elogios;
b) autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções;
c) alta sugestionabilidade, facilmente influenciada pelos outros ou por certas circunstâncias;
d) sedução inapropriada em aparência ou comportamento;
e) preocupação excessiva com a atratividade física;
f) expressão de emoções exageradamente;
g) expressão de emoções rapidamente mutável;
h) egocentrismo nas satisfações;
i) intolerância severa às frustrações e à não-satisfação;
j) discurso impressionista e superficial.
 

  

O Transtorno da Personalidade Histriônica proporciona um alto grau de sugestionabilidade. Suas opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e por tendências do momento. Muitas vezes a pessoa histriônica considera os relacionamentos mais íntimos do que são de fato, dirigindo-se a qualquer pessoa recém conhecida como "meu querido, meu amigo" ou chamando pessoas que deveriam determinar um relacionamento formal pelo seu prenome sem nenhum cuidado com a titularidade.

As pessoas com Transtorno Histriônico da Personalidade costumam ter intolerância ou frustração mais forte que os demais, costumam não se adaptar em situações que envolvem adiamento da gratificação (não sabem esperar), sendo que suas ações freqüentemente são voltadas à obtenção de satisfação imediata.

 

Fonte: http://www.consultoriodamente.com/index.php?option=com_content&view=article&id=184:transtorno-histrionico-da-personalidade&catid=48:salas-de-estudos-tecnicos&Itemid=65

27 de maio de 2016

O Ciúme: Suas Causas e Consequências nos Relacionamentos Conjugais


 
 
O Ciúme: Suas Causas e Consequências nos Relacionamentos Conjugais

 

O ciúme acompanha o ser humano durante toda sua vida, seja ciúme de irmãos, seja ciúme de pais ou mais forte e duradouro o ciúme do parceiro. Ser ciumento muitas vezes é considerado pelas pessoas como uma demonstração de amor verdadeiro.

O ciúme costuma ser visto pela população em geral como uma “prova de amor”, um sentimento normal e inseparável para quem ama de verdade, afinal “quem ama, cuida”. Porém, se levarmos em conta, como afirma Santos (2002, p.76), que o amor é um sentimento voltado para o outro, onde se quer o bem de quem se ama acima de tudo, percebemos que o ciúme é na realidade uma distorção desse zelo, pois é um sentimento autocentrado, onde se tem medo de perder a exclusividade sobre a pessoa amada.

Deste modo, segundo Santos (2002, p.76) o ciúme pode existir em três níveis diferentes, que vai do “sentir-se enciumado”, onde este é visto como algo normal, até sua forma mórbida, que entraria em um quadro de paranóia, sendo uma forma de delírio obsessivo. Este último, causa um sofrimento psíquico insuportável para quem sente, e grandes riscos de violência para quem padece sob o ciumento paranóico.

Assim, devemos procurar compreender o funcionamento desse sentimento na psique do ciumento, como ele pode se manifestar nas diversas relações, suas consequências e acima de tudo, ficar atentos para jamais deixar-se confundir algo que pode ser patológico e perigoso, como uma maneira de manifestar o amor.

Poucas pesquisas científicas a respeito do Ciúme Patológico foram encontradas, mas entre as tais pode-se citar o artigo de Santos, (2002); o livro de Alves, (2001); o artigo de Teixeira, (2009); e outro artigo de Tiemi, (2005). Como pôde-se assim observar, não há pesquisas recentes relacionadas ao tema, e a maioria destas focam mais no que diz respeito ao Ciúme e incidência de Crimes Passionais, deste modo percebe-se a necessidade de um trabalho de investigação que busque verificar o que a literatura aponta sobre essa temática e assim fazer com que a população pare de confundir esse sentimento como algo normal.

2. Método


Trata-se de um artigo de revisão de literatura com pesquisas em livros, revistas, artigos acadêmicos e em sites de busca com as palavras chaves “Ciúme; Ciúme Patológico; Relacionamentos Conjugais; Crimes Passionais”, datados a partir de 2000 à 2013.

3. Desenvolvimento


3.1 O Ciúme


Ciúme é um tema que gera bastante discussão na população em geral, pois, todos de alguma forma já vivenciaram esse sentimento, entretanto, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, o ciúme não é sinal de amor ao próximo, e sim um sentimento narcisista em que se tem medo de perder a exclusividade e posse sobre o parceiro.

Se analisarmos mais detalhadamente o ciúme, podemos perceber, logo de início, que não se trata de um sentimento voltado para o outro, mas sim voltado para si mesmo, para quem o sente, pois é, na verdade, o medo que alguém sente de perder o outro ou sua exclusividade sobre ele. É um sentimento egocentrado, que pode muito bem ser associado à terrível sensação de ser excluído de uma relação (SANTOS, 2002, p.76)

Cientificamente, Alves, (2001, p.10) fala que o ciúme é a manifestação de um profundo complexo de inferioridade de certa personalidade, sintoma de imaturidade afetiva e de um excessivo amor-próprio, pois, o ciumento não se sente somente incapaz de manter o amor e o domínio sobre a pessoa amada, de vencer ou de afastar qualquer possível rival, sobretudo, sente-se ferido ou humilhado em seu amor próprio.

Dessa forma, ao sentir ciúmes, o sujeito está demonstrando possuir um sentimento de inferioridade, onde acredita ser impossibilitado de nutrir o amor da parceira e sente-se ameaçado com qualquer possível rival, além de ao mesmo tempo apresentar um demasiado grau de amor próprio.

Além disso, para surgir o ciúme é necessário um terceiro elemento que ameace (do ponto de vista do ciumento) o relacionamento. Assim é preciso a formação de um triângulo social, e ainda, da percepção de que o outro – mesmo imaginário – ameace o relacionamento amoroso julgado como importante. A raiva, o medo e a tristeza o acompanham (HARMON-JONES et al, 2009, apud Costa, 2010, p. 22).

Acredita-se que o ciúme  seja a demonstração de uma profunda falta de autoestima onde a pessoa que sente o ciúme não se sinta capaz de cativar o parceiro a ponto deste não prestar atenção em outros detalhes ou pessoas a sua volta.

Para diversos autores o ciúme é dividido em três níveis diferentes: o “Normal”, o Neurótico e o Delirante (Paranoico). “O normal, mais comum, é a pessoa sentir-se enciumada em situações eventuais nas quais, de alguma forma, se veja excluída ou ameaçada de exclusão na relação com o outro.” (SANTOS, 2002). Assim, no ciúme normal, existe um motivo real em que o sujeito enciumado sente-se de certa forma abandonado pelo parceiro. Segundo Freud, (1976 apud Nicolau, 2003, p. 3) o ciúme normal é uma situação emocional que pode ser igualado ao luto, onde é caracterizado por uma aflição causada pelo pensamento de perder o elemento amado; pela ferida narcísica e também de sentimentos de rancor contra o concorrente bem sucedido.

Por outro lado, no segundo nível de ciúme, chamado de neurótico, Santos (2002, p.76) relata que o sujeito ciumento passa a ter a sensação permanente de angústia e instabilidade, a insegurança em relação a si mesmo e ao outro, além da fragilidade da relação afetiva, podendo levar à pessoa a manter um permanente “estado de tensão”, temendo ser traído ou abandonado. Nesse caso, o ciumento necessita constantemente se assegurar que o parceiro não está sendo infiel, mesmo que este não tenha lhe dado motivo aparente para desconfiança. Assim, nesse segundo caso, o ciumento está ciente de que o nível de ciúme é exagerado, porém não consegue evitar. White e Mullen, (1989 apud Costa, 2010, p.28) afirmam que o ciúme neurótico mantém a realidade, porém o indivíduo reage mais facilmente e de forma exagerada a situações nas quais a infidelidade e o amor do parceiro não tem porque serem questionadas. Estas reações são acompanhadas de sentimento de culpa e de a própria percepção do indivíduo de que estas reações são extravagantes.

O terceiro nível de classificação do ciúme, de acordo com Santos (2002), o paranóico (ou delirante), é considerado o mais perigoso de todos, pois a desconfiança do ciumento cede lugar a uma certeza infundada de que está mesmo sendo traído ou abandonado. O pensamento delirante muitas vezes toma conta de todo o psiquismo e atinge níveis insuportáveis de tensão interna.

Tanto o ciúme Neurótico quanto o Delirante são considerados patológicos e prejudiciais para um relacionamento conjugal, trazendo mal-estar tanto para o sujeito ciumento quanto o parceiro que convive com ele.

Claro que o ciúme não vai desaparecer de uma hora para outra mas é preciso ter bom senso e saber identificar as causas que fazem eclodir o sentimento e usar do bom senso em atitudes. No caso do ciúme delirante e  neurótico nem sempre isso é possível, geralmente é necessário que ocorram terapias e tratamentos para uma convivência saudável com esse sentimento.

3.1.1 Diferença entre Homens e Mulheres


Homens e mulheres diferem em diversos fatores, tanto no quesito intelectualidade, quanto sentimentalidade, então não é de se estranhar que quando o assunto é “sentir ciúmes” os dois gêneros também divergem.

Para os homens é pior se deparar com a infidelidade sexual da parceira, do que emocional, e, ao contrário, para as mulheres a infidelidade emocional é mais preocupante do que a sexual. Uma pesquisa realizada em 1992 por Buss e colaboradores (apud SEO, 2005), comprova essa afirmação. Nessa investigação estudantes universitários teriam que escolher o que considerava mais perturbador: a) imaginar o parceiro tendo diferentes posições sexuais com outra pessoa; ou b) imaginar o parceiro se apaixonando por outra pessoa. E de fato, os homens se sentiram mais perturbados com a traição sexual, e as mulheres com a traição emocional.

Segundo Buss, (2000 apud SEO, 2005), essa diferença entre os eventos que causam o ciúme consiste nas diferenças entre homens e mulheres nas suas atitudes perante o envolvimento emocional durante o sexo.

 A maioria das mulheres deseja algum tipo de envolvimento emocional, compromisso, amor, homens maduros, com status financeiro. Os homens têm desejos de variedade sexual, priorizando beleza física (corpo atraente) e juventude. Então, para as mulheres, seria mais perturbadora a infidelidade emocional, enquanto os homens ficam mais aflitos pela infidelidade sexual de suas parceiras (BUSS, 2000 apud SEO, 2005).

Além disso, é importante considerar que os fatores que propiciam as manifestações de ciúme, conforme Buss, (2000 apud Seo, 2005) no sexo feminino são mais voltados a sentimentos de inferioridade, menor desejo sexual e, consequentemente, medo da infidelidade do parceiro. Contudo, para os homens, os temores de abandono e de infidelidade, por parte da parceira, podem se manifestar em situações específicas, como, por exemplo, a saúde em decadência. Nesse caso, a doença faz com que o homem fique preso à casa e, assim, a parceira fica livre para sair; por isso, atormenta-a com questionamentos e acusações.

Mas tanto em homens quanto em mulheres o sentimento é prejudicial e faz com que ocorram conflitos, desentendimentos e até mesmo separações e violência.

3.2 Ciúme Patológico


O ciúme se torna patológico quando traz sofrimento tanto para quem o sente, quanto para seu parceiro, e para estes casos é necessário que se recorra a Tratamento Psicológico e/ou Psiquiátrico para uma melhora significativa do quadro. Segundo Alves, (2001, p.14) em relação a sua espécie patológica, à sua forma mórbida, o ciúme reveste-se de uma modalidade de paranoia, principalmente como uma sistemática forma de delírio obsessivo do agente sobre a infidelidade da pessoa amada, especialmente do cônjuge. Constitui o denominado “delírio de ciúme” de acordo com Tarrier et al, (1990); Westlake e Westlake, (1999 apud Costa, 2010),  como manifestação paranoica, do mesmo modo que é o “delírio ou mania de grandeza” ou o “delírio de perseguição”, como ideia fixa, obsessiva falsa que domina ou centraliza toda a vida psíquica. Assim, subdivide-se o ciúme patológico em neurótico ou obsessivo (não psicótico), e delirante (Psicótico),

Para exemplificar a diferença entre uma pessoa com grau de ciúme considerado normal, e pessoas com graus de ciúmes mais elevados considerados patológicos Santos, (2002 p.77) diz que devemos imaginar que para a pessoa “supostamente” saudável, o enciumado passa a se questionar sobre esse sentimento, chega a compartilhar com o parceiro este sentir e pode tirar daí algumas conclusões importantes sobre sua forma de ser. Já a pessoa com ciúme patológico no estilo neurótico, permanece em vigília o tempo todo, tenso, aflito, tomando atitudes sempre procurando uma forma de confirmar suas suspeitas. Isso pode ir de um soturno ato de vasculhar bolsas e bolsos, checar ligações telefônicas e até seguir ou mandar seguir o outro pelas ruas em busca de provas de sua infidelidade. Suas reações no dia-a-dia são geralmente agressivas, acusadoras, desconfiadas, causando um grande mal-estar na relação.

Comportamentos tais como examinar bolsos, carteiras, recibos, contas, roupas íntimas e lençóis, ouvir telefonemas, abrir correspondências, seguir o cônjuge ou mesmo contratar detetives particulares para fazer isso costumam não aliviar e ainda agravar sentimentos de remorso e inferioridade das pessoas que padecem de ciúme excessivo. Um exemplo disso é caso que Wright (1994) descreveu de uma paciente que chegava a marcar o pênis do marido com caneta para conferir a presença desse sinal no final do dia (ALMEIDA, 2013, p.2).

E por fim, uma pessoa com um nível de ciúme psicótico, este também conhecido como “Síndrome de Otelo”, em referência ao personagem shakespeariano que sofria desse mal, pode levar a pessoa a cometer atos de extrema agressividade física, configurando aqueles casos que recheiam as crônicas policiais de suicídios e homicídios passionais.

Enquanto os casos mais brandos de ciúme podem ser uma manifestação de má estruturação da autoestima, os intermediários refletirem estados neuróticos, os casos da “Síndrome de Otelo” são, indiscutivelmente causados por patologias psiquiátricas graves, as chamadas psicoses ou, ainda, por problemas neuropsiquiátricos como os diversos tipos de disritmia cerebral descritos na Medicina. De qualquer forma, o complexo sentimento de ciúme, longe de ser aquele “condimento” que torna a relação amorosa mais “apetitosa”, é um sentimento que leva, via de regra, ao sofrimento de quem o sente e, principalmente, de quem padece nas mãos de um ciumento desconfiado e agressivo (SANTOS, 2002, p.78).

Com uma visão psicanalítica é possível afirmar que o ciúme paranóide (Síndrome de Otelo) seria na verdade o desejo do próprio ciumento em ser infiel, porém, por não admitir conscientemente esse desejo, acaba projetando no parceiro, como se pertencesse a ele a infidelidade ou desejo desta.

A revista Isto É, em Julho de 2012 trouxe uma reportagem com vários depoimentos de pessoas que sofreram com o Ciúme Patológico, dentre esses depoimentos o de Vanessa de Oliveira exemplifica o caso do ciúme como uma projeção da própria infidelidade. Segundo a revista, a catarinense Vanessa de Oliveira, 37 anos conheceu por meio de uma amiga aquele que parecia ser o grande amor de sua vida. Durante os primeiros seis meses em que viveram juntos, tudo correu bem. Até que ele começou a revelar seu lado ciumento. “Ele me ligava o dia inteiro para saber onde eu estava e passou a me tratar mal por ciúme dos outros funcionários do shopping onde tínhamos uma loja”, diz. Um dia, Vanessa descobriu que, apesar de ser extremamente ciumento, o marido mantinha relacionamentos paralelos com diversas mulheres e até era casado legalmente nos Estados Unidos com outra brasileira. “Quando o confrontei com a verdade, ele me agrediu, quebrou minhas coisas, me expulsou de casa e até me ameaçou de morte.”

O ciúme Paranoico é marcado por não possuir um motivo real e sim a certeza absoluta de infidelidade do parceiro baseado na sua imaginação. Ele se torna perigoso pelo fato do ciumento não perceber o seu problema. Freeman, (1990); Kingham e Gordon, (2004, apud Costa, 2010, p. 27) assegura que sua principal característica é a falta de realidade, uma crença irremovível e não compartilhada com outras pessoas do mesmo contexto sócio cultural, que não é passível de argumentação ou de convencimento da pessoa que sofre com o problema, que muitas vezes não acredita que o problema esteja nela e não no parceiro. Pode acontecer isoladamente, ou com outras experiências persecutórias, sendo a causa do ciúme desconhecida pelo paciente.

No DSM-IV existe a classe de Transtorno Delirante – Tipo Ciumento. Características desse diagnostico, segundo Easton et al, (2008, apud Costa, 2010, p. 28) contêm experiências delirantes sobre a infidelidade do parceiro, onde a pessoa possui certeza da infidelidade do parceiro. Em alguns casos ocorre o uso da violência contra o parceiro alvo do ciúme.

Nesse caso o indivíduo acometido desse mal acaba vivendo em função de uma fantasia que o projeta como vitima de uma suposta traição, e que a mesma precisa ser vingada para que consiga voltar a viver em paz.

3.3 Causas


As causas do ciúme podem ser diversas, mas geralmente estão relacionadas a própria pessoa ciumenta. Alves, (2001, p.11), também declara que o ciúme surge e se mantém das dúvidas e desconfianças que torturam a mente do sujeito, trazendo um grande sofrimento psíquico. A dúvida e desconfiança podem surgir de falsas interpretações dos acontecimentos, onde o ciumento julga como certeza algo que é fruto de sua imaginação.

Se formos pensar do ponto de vista psicanalítico, as causas do ciúme estão estritamente relacionadas à infância, como afirma Skoloff, (1954, apud, Alves, 2001, p.18) “o ciúme excessivo das pessoas adultas, de caráter neurótico, irracional, tem sua real origem nos traumas ciumentos da primeira infância”.

A frustração inerente ao Complexo de Édipo, que certamente é o fundamento de todos os ciúmes, foi sentido por todo o mundo, inclusive as pessoas que mais tarde não mostram inclinações aos ciúmes. No Complexo de Édipo, o menino ama sua mãe e deseja tê-la só para ele, se irrita contra o pai que é o principal obstáculo de seus desejos absolutistas e, como consequência de seu ciúme e de sua irritação, experimenta em direção ao pai impulsos hostis e agressivos (FENICHEL, 1966, apud NICOLAU, 200?).

Então, como afirma Fenichel, (1966, apud Nicolau, 200?) ao se deparar com um obstáculo que possa pôr em risco a relação com o parceiro, a pessoa com caráter obsessivo do ciúme se lembra de uma experiência parecida, vivida na infância e que foi reprimida. Assim, manter no primeiro plano da consciência uma humilhação atual ajuda a manter em segundo plano a humilhação anterior.

Muitos outros sentimentos abarcam o ciúme, como inferioridade, baixa autoestima, sentimento de injustiça, e medo inconsciente da perda. O complexo de inferioridade está conexo ao ciúme, segundo Alves, (2001, p.33), em circunstâncias de que o ciumento sente-se incapaz de manter o amor da pessoa amada, ou de afrontar qualquer provável rival da relação amorosa. O mesmo autor diz ainda que o sentimento de injustiça relaciona-se com o ciúme pelo fato de que o ciumento crê não receber o real valor que tem direito, não sendo correspondido. Genú (2013), fala que ao se sentir muito ameaçada por outras mulheres a pessoa passa a ter um grande temor de perder seu parceiro, desta forma, sem muita escolha, para diminuir sua dor, ela começa a exigir coisas que passam a limitar e restringir e a liberdade do seu parceiro.

As pessoas que costumam mudar muito frequentemente seus objetos de posse e sentem-se ciumentas até mesmo de objetos, ou pessoas que não possuem nenhum sentimento especial, são as mais predispostas a desencadear um ciúme patológico. Se o ciúme fosse apenas uma penosa reação a uma frustração, Fenichel, (1966, apud NICOLAU, 200?) diz que podia-se esperar que fosse expulso no possível, mas na realidade apresenta a característica oposta: uma tendência a interferir e a converter-se em obsessão.

As causas do ciúme também podem estar associadas a algum quadro psiquiátrico. Costa (2010, p.26), baseado em diversos autores afirma que o ciúme pode aparecer relacionado a condição orgânica ou tóxica, como nos casos de alcoolismo (ciúme delirante), ou associado ao uso de outras substancias psicoativas; pode ainda estar associado a psicoses funcionais e aos transtornos ansiosos (particularmente ao transtorno obsessivo-compulsivo), e do humor (ciúme obsessivo). Além disso, o mau uso de estimulantes, de acordo com Pillai e Kraya, (2000, apud Costa, 2010, p.27) nos casos de manejos inadequados de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também pode estar associado ao ciúme patológico e aos comportamentos de perseguição.

3.4 Consequências para os Relacionamentos Conjugais


O ciúme em certa medida pode até aproximar o casal durante uma relação, porém quando ultrapassa a linha da normalidade gera consequências negativas, trazendo menor contentamento no relacionamento.

Uma pesquisa realizada na Universidade Middle East Technical – EUA, de acordo com Oner, (2001 apud Costa, 2010) feita com 266 estudantes (136 homens e 90 mulheres) que responderam a questionários e escalas relacionadas ao ciúme e orientações sobre o futuro nos revela que indivíduos ciumentos tendem a desejar continuidade no relacionamento, enquanto indivíduos menos ciumentos veem o relacionamento como passível de termino e algo que deve ser construído diariamente. Nesta pesquisa foi encontrada associações entre baixos níveis de orientação para o futuro e satisfação no relacionamento, concluído assim que, quanto maior a necessidade de continuidade do relacionamento, maior o nível de ciúme e menor a satisfação no relacionamento ao longo do tempo.

Em geral, como consequência, o ciúme leva à insatisfação e término do relacionamento conjugal. Pois a pessoa ciumenta, movida pelo sentimento de desconfiança, raiva, baixa autoestima, angustia e insegurança passa a querer privar o parceiro do que considera como propenso a infidelidade. Em níveis mais graves, o ciúme pode trazer como consequência a violência. De acordo com a Pesquisa Data Senado, 2011, (ISTOÉ, 2012), em 27% dos casos de violência doméstica registrados no Brasil a agressão foi motivada pelo ciúme. No mesmo ano, em um levantamento do Instituto Avon, 48% das entrevistadas que declararam ter sido vítimas de violência grave disseram que esse sentimento de posse foi o fator responsável pela agressão.

O que leva uma pessoa a ser agressiva e cometer até mesmo homicídios pelo simples fato de possuir ciúmes varia muito de indivíduo a indivíduo, mas pode ser dividida em três perspectivas diferentes: perspectiva feminista, perspectiva do relacionamento diático e a perspectiva psicopatológica. Segundo os autores, O’Leary et al, (2007), e Felson & Outlaw, (2007 apud Costa, 2012, p.46) na perspectiva feminista, é enfatizada a dominância masculina, onde o homem, que acredita possuir o poder e controle na relação, deseja obter exclusividade sexual, e assim este se torna mais propenso a cometer crimes motivados pelo ciúme. Outro autor, também enfatiza essa teoria:

O perfil do passional: é homem geralmente de meia, é ególatra, ciumento e considera a mulher um ser inferior que lhe deve obediência ao mesmo tempo em que a elegeu o problema mais importante de sua vida. Trata-se de pessoa de grande preocupação com sua imagem social e sua respeitabilidade de macho. Emocionalmente é imaturo e descontrolado, presa fácil da ideia fixa. Assimilou os conceitos da sociedade patriarcal de forma completa e sem crítica (ELUF, 2003 p. 198, apud Figueiredo, 2012). 

Em continuidade, na perspectiva do relacionamento diático, a base é a discórdia nos relacionamentos e comportamentos. E por fim, a perspectiva psicopatológica, onde faz uma assimilação dos problemas individuais (como desregulação emocional), e o abuso de álcool com a violência.

4. Conclusão


O ciúme pode ser tratado com o algo normal e sem importância até certo ponto. Mas o ciúme é de maneira geral considerado com o algo ruim e prejudicial num relacionamento, ainda mais quando se torna um ciúme patológico, ou seja, quando necessita de ajuda profissional.

O ciúme possui três graus o normal o neurótico e o delirante. O ciúme neurótico   e o delirante fazem parte do grupo que necessita de auxilio psicológico para que o indivíduo supere este estágio.

Já o ciúme patológico é o tipo de ciúme que traz sofrimento tanto a pessoa que sofre desse mal bem como do parceiro que é alvo desse ciúme. Esse tipo de ciúme necessita de acompanhamento pois as consequências dele podem ser imprevisíveis.

Assim é importante que se tenha consciência de quando o ciúme já ultrapassou a barreira do normal e precisa ser avaliado, é preciso que a pessoa com esse problema tenha noção de que alguns problemas requerem mais que somente sua boa vontade de mudar e sim a ajuda de profissionais que estão aptos a tratá-lo e avaliá-lo de forma imparcial e possibilitando uma vida dentro da normalidade no menor tempo possível.

 

 

23 de maio de 2016

Aprendizagem, Educação e Subjetividade: aspectos entrelaçados e desafiadores


 
 
Aprendizagem, Educação e Subjetividade: aspectos entrelaçados e desafiadores

 

Nos dias atuais, existe a necessidade de mudanças no contexto educacional, onde há a troca de informações entre alunos e professores. Vale ressaltar que, é fundamental a reciclagem de conteúdos elaborados em sala de aula e o modo em que a didática é aplicada.

Obter novas aprendizagens nos remetem à repensar sobre questionamentos e práticas, que serão colocadas em ação. No ambiente educacional, frente à isso, podemos simbolizar, sentir emoções e colocá-las em prática e refletir se faz sentido para si, para atuar de modo diferente no mundo.

Desta forma, a aprendizagem mostra diferentes nuances, como a individualidade de cada pessoa e as culturas que revelam as desigualdades sociais.

Pensar de maneira tão complexa, abre espaço para refletirmos sobre a subjetividade de cada um. Comunicação verbal, reciprocidade e práticas educacionais que estimulem novos conhecimentos com significado, atribui novos contextos para os profissionais na docência construírem identidades e novos saberes.

São nas mudanças onde cada indivíduo elabora suas alternativas de atuar no mundo, refletir, concordar ou não com o senso comum e contribuir com as alternativas de superação.

O histórico de vida de cada aluno, tem sido um requisito interessante na formação. O contexto pessoal é a principal alternativa de ensino, para facilitar a aprendizagem (teoria e prática). A cultura e o indivíduo são os pontos principais para tal acontecimento.

O diálogo, a vida pessoal, troca de vivências, experiências e as metodologias, são facilitadores na aprendizagem.

Enfatizar na história de vida de cada pessoa, auxilia na produção do conhecimento em vários sentidos, como: psicológico (o sujeito e sua trajetória de vida), sociológicos (mudanças do indivíduo frente às condições sociais), educativas (aprendizagem frente à sua realidade), entre outros.

O professor autocrático, ou seja, que recusa-se a ouvir o aluno, nega-se à novas aprendizagens e visões frente à vida. Não considera o discente como sujeito do seu conhecimento.

O ensino de novas matérias, relaciona-se com a flexibilidade de “escuta” do docente, assim, atribui responsabilidades também ao educando. Ensino e aprendizagem estão interligados. O que o aluno constrói, deve estar ligado ao trabalho do docente.

A formação acadêmica não tem focado em situações que possibilitem o fortalecimento emocional dos futuros profissionais, assim, acentua a ansiedade dos discentes. A postura dos docentes é falha para estimular a aprendizagem do aluno. Há a desconsideração do que pensam e sentem, principalmente, quando ficam de frente com a vulnerabilidade humana. Esse modelo de ensino tão cristalizado, tem que passar por profundas mudanças, pois já chegou até o limite e os sinais de exaustão são evidentes.

Há uma necessidade de uma nova postura dos educadores e focar o ensino no aluno em sua totalidade. Além de ressaltar o lado racional do aluno, é importante olhar também o todo, ou seja, seus atributos pessoais e sentimentos quando implementa suas ações profissionais.

De forma geral, as pessoas possuem a propensão em considerar seus sentimentos como algo que tem que ser descartado. É importante o ser humano confiar em si próprio, de maneira holística.

Ressaltar a interdisciplinaridade também é importante, considerar o docente como sujeito da aprendizagem e novos conhecimentos, é um pedido para construir novos sentidos para o processo de si mesmo, para produzir ciência, assim, assumir uma postura nova frente ao conhecimento. A interdisciplinaridade está entrelaçada com atitudes frente ao conhecimento, de buscar fontes para conhecer melhor e maior conteúdo, esperar atitudes que não se concretizaram, relação de igualdade, verbalização, humildade frente as próprias limitações, de novos saberes, de enfrentar novas situações, transformar para positivo o conhecimento antigo, comprometimento e maturidade frente aos compromissos a serem realizados, felicidade e realização.

Anabela et al (2006), preocuparam-se com o insucesso escolar e o quanto este influencia no ensino superior. Foi realizado um programa de intervenção interdisciplinar, com intuito de promover o sucesso acadêmico, com o apoio de psicólogos e suporte social para promoção de estilos de vida saudáveis. A priori, foram identificadas as necessidades e problemas dos estudantes do ensino superior. Obtiveram sinais de sucesso, pois houve aumento de participação e avaliação positiva pelos alunos envolvidos. Reforça-se, mais uma vez, a necessidade de novas estratégias de ensino.

Esse novo paradigma, rompe com o modelo antigo na produção da ciência, supera a rigidez e permite mudar modelos científicos.

Para ser um bom docente, é necessário organização, eliciar a participação dos alunos e o modo como a matéria é conduzida, comunicação, linguagem adequada, bom humor, conhecer os discentes, clareza e realização do que foi determinado, conteúdo adequado, estratégias de ensino adequadas e avaliação. Conhecimento sólido e atualizado do professor, relacionar teoria com a realidade, procurar sempre o conhecimento, mostrar segurança e metodologia adequada no ensino, variação dos procedimentos educativos, síntese da matéria (envolvendo o aluno), recursos que facilitem o aluno a raciocinar, desenvolvimento de postura ética e humana, usar a tecnologia como recurso de aprendizagem, atenção a possível amizade entre professor   e aluno.

Na teoria psicanalítica, o professor tem um papel fundamental na construção do saber e do desejo do aluno. O modelo identificatório é de suma importância, como referência da autonomia moral do sujeito.

É necessário ressignificar o papel do professor, enquanto transmissor de conhecimentos e saberes. Mas para isso, a cultura escolar precisa levar em consideração a constituição do desejo, abrir espaço para alunos e professores relatarem suas dores e sofrimentos. Relacionar esse tema com a nossa atualidade, principalmente a subjetividade de cada um.

Segundo o Ministério da Educação, houve no mês de maio (2009), um encontro dos representantes de instituições de educação superior, para discutir o ensino nos próximos anos. Os resultados e discussões servirão como subsídios para a Conferência Mundial de Educação Superior, prevista para junho deste ano, em Paris. Um dos temas que serão abordados é a formação dos professores, a igualdade de oportunidade na educação e o comprometimento social. Segundo o presidente da Câmara da Educação Superior do CNE, Paulo Barone, “a educação básica tem problemas que influenciam todos os aspectos da educação nos níveis seguintes”. Por conta disso, um dos assuntos abordados será sobre a educação superior na formação da educação básica.

O educador necessita olhar para si, como o responsável por futuras transformações na docência, frente à falta de interesse dos alunos. Modificar as matérias que são obrigatórias, a maneira como esta é exposta, fazer com que esse conteúdo tenha sentido para o aluno e levá-los a curiosidade, criticidade e enfrentar novos desafios.

Os docentes enxergavam o mundo com parâmetros de nossos pais e professores, diferente dos alunos de hoje, que tem como referências a cultura atual, a mídia e o consumismo.

Para haver melhorias na educação brasileira, necessita a reflexão sobre a atual situação no ensino, consequentemente, elaborar e exercer idéias e ações para garantir um futuro promissor.

Se a escola ensina com qualidade, há a possibilidade de aprender e oferecer ao aluno subsídios para um país mais evoluído, para melhorias na qualidade de vida da população.

A situação de nossas escolas são precárias. O ensino e as avaliações deixam a desejar, as matérias dos livros não correspondem a realidade. E a tendência de vários educadores, seria a de negar a realidade, acomodam-se na posição passiva, que não possibilita crescer, aprender e reciclar.

Raros são os docentes que são criativos, empenhados e flexíveis, frente a triste realidade da maioria.

A forma passiva dos docentes, pode ter como consequência, negar para as novas gerações, as mudanças necessárias para um futuro próspero.

Os professores bons são os que sentem insatisfação frente a sua metodologia de ensino, pois assim, permitem-se melhorar, aprender e empenhar-se. Frente a essa atitude, a aprendizagem sempre será reciclada.

E o salário? O financeiro resolve apenas problemas financeiros, como, por exemplo, a aquisição dos materiais e recursos para o docente, mas não beneficiará o crescimento educacional. Necessita relacionar um bom salário com boa educação e ensino.

Subjetividade e Educação


A partir do século XX, a subjetividade começa a fazer parte da modernidade, que engloba o indivíduo em vários aspectos, entre eles, o social, cultural e coletivo.

A subjetividade é constituída no relacionamento com outro sujeito, que possui sua historia, sonhos e desejos. E o sujeito social, é gerado na relação com a sociedade e é receptor das informações que necessita. A subjetividade fica de frente com a concepção de um sujeito que procede da sociedade complexa e competitiva.

E é por esse tipo de relações que, o ser humano cresce e surge a pessoal, o seu eu, no qual se reconhece como ser, pessoa, indivíduo e constrói sua autoimagem. O âmbito escolar, está relacionado com a construção da subjetividade e tem que haver coerência e lógica em seus recursos.

As subjetividades estabelecem como base nas representações e construções do modo como se apresentam, assim, criam expectativas, motivações e desejos. Transformar, transmutar o que se passa na mente das pessoas, pela participação da educação.

A psicologia da educação, está entrelaçada nas relações que o indivíduo explicita no ambiente escolar, principalmente as interpessoais. Se existir a valorização das vivências individuais e grupais, reconhecemos mundos diferentes e objetivos específicos, assim, valorizamos as diferenças entre as pessoas.

Um dos desafios atuais, referem-se sobre as estratégias que são realizadas no caso de alunos excluídos, repetentes e aprovados. Se valorizarmos a subjetividade de cada um, será possível lidarmos com esse desafio, pois iremos ao encontro das diferenças individuais.

Na educação, o subjetivo necessita de um novo olhar, que surge na atualidade. As formas de desenvolvimento, aprendizagem e o papel que o subjetivo tem no surgimento psicológico da educação, necessitam de uma nova perspectiva.

A psicologia da educação, tem como meta, direcionar a relação entre educação e conhecimento, que se originam das teorias psicológicas, em um ambiente que inclui esses conhecimentos, o sistema educacional, comunidade, familiar, etc.

Existe a necessidade de compreendermos a sociedade atual, suas mudanças, sutilezas, focando na ciência, conhecimentos e sociedade.

Refletir sobre a subjetividade torna-se necessidade. Temos que criar alternativas para lidar com a nossa criatividade e participação com outras pessoas, seja na formação de professores, ou nos valores individuais.

Seria enriquecedor se a educação, tivesse um espaço reconhecido para cada um, criasse oportunidades e levasse em consideração as diversidades. A subjetividade está nessas diferenças, para promover identidades coletivas e individuais, como gancho para novas linhas pedagógicas e sociais, que são necessárias na formação do cidadão.

A escola atual, enxerga o aluno como um produto do meio em que vive, na posição passiva e não como sujeito ativo e transformador da sua realidade.

A educação está relacionada com a elaboração da subjetividade, que fundamenta-se em alguns princípios como o sujeito que gera suas possibilidades e sua interação com o mundo, reconhecer suas qualidades pessoais, viver e experimentar suas atitudes.

A formação do sujeito, que adquire conhecimentos, significados e representações que ele atribui a sua vida, são qualidades em que a educação tem que comprometer-se. A psicologia nos oferece princípios, para a construção e colabora, para a qualificação da educação em suas finalidade e metas.

É importante construir a subjetividade nas relações entre pessoas, principalmente nas escolas. A psicologia, auxilia na reflexão de caminhos para a educação e a sua construção.

A Subjetividade e o Behaviorismo


no que diz respeito à construção da subjetividade, deve-se atentar para o papel da cultura, pois é através dela que o indivíduo entra em contato com um aspecto extremamente importante do ambiente: o mundo privado. É a cultura que permite, por exemplo, o autoconhecimento, o autocontrole e a autoestima, que são padrões que preparam os indivíduos para serem eficientes no ambiente social e assim reproduzirem as práticas sociais. Esses conhecimentos são ensinados desde o início da vida do bebê e seguem ao longo de toda a sua existência.

Esse processo de aprendizagem é possível porque somos parte de uma comunidade verbal. Essa comunidade nos ensina a observar e a nomear tanto elementos do mundo externo – uma cadeira, uma paisagem, um livro, coisas que tem correspondentes externos, em suma – quanto nossos estados internos -  como sentimentos, conceitos, regras sociais, sensações, ou seja, elementos que não possuem correspondentes externos. Ademais, a comunidade verbal também nos ensina a nomear o que será importante para a pessoa e para o seu meio.

A construção da subjetividade começa na família, mas também ocorre  em outros ambientes e em outros grupos sociais. Na situação escolar, por exemplo, o educador deve criar condições de desenvolvimento do repertório necessário para a aprendizagem de letras, palavras e números, assim como para a identificação de estados corporais e eventos internos como motivação, alegria, autoestima e outros. Atualmente, a sociedade é mais complexa, exigindo que a escola se preocupe em instalar diferentes padrões de comportamento que permitam a sobrevivência da comunidade como um todo. A educação formal desenvolve habilidades mais específicas e complexas e deve formar indivíduos com valores e um repertório de habilidades que contribuam para o grupo.

É com base na comunidade verbal que se constrói uma importante parte do repertório dos indivíduos: sua subjetividade. A construção da individuação dentro de uma história de interação com um ambiente particular faz com que cada pessoa adquira uma singularidade que não é idêntica a nenhuma outra. Nesse sentido, a subjetividade é estritamente social. Pode parecer estranho que a subjetividade seja uma característica social, pois só é conhecida como tal a partir de correlatos públicos. E no momento em que é conhecida publicamente, de certa forma, deixa de existir.

Stutz (2006), realizou um estudo, sobre as dificuldades encontradas por alunos técnicos de nível médio na área da enfermagem. Os resultados mostraram que, as dificuldades presentes, estavam relacionadas a comunicação e relacionamento interpessoal .

 

 

Fonte:

https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/aprendizagem-educacao-e-subjetividade-aspectos-entrelacados-e-desafiadores

22 de maio de 2016

Importância da psicoterapia


 
 
 
A importância da psicoterapia

 

A psicoterapia é um recurso utilizado por psicólogos para auxiliar as pessoas a lidar com conflitos, no enfrentamento das dificuldades, na compreensão das relações interpessoais, na busca do autoconhecimento, qualidade de vida e ampliação da consciência.

 

 O atendimento psicológico possibilita a descoberta de si mesmo, o paciente tende a reconhecer suas características pessoais, identificar seus pensamentos e sentimentos, refletir sobre seus comportamentos, bem como as conseqüências destes em sua vida, podendo assim, melhorar sua qualidade de vida.

 

Ao se conhecer o ser humano consegue lidar melhor com suas emoções, planejar seu crescimento e promover mudanças significativas em sua vida.

 

Durante os atendimentos o cliente poderá tratar de suas angústias, anseios, desejos, medos, ideias e dúvidas. É um espaço livre para abordar diversos assuntos, refletir, re-construir e amadurecer novas alternativas que possibilite seu desenvolvimento pessoal.

 

Normalmente, os principais motivos pelos quais as pessoas buscam a psicoterapia são: dificuldades emocionais, conflitos familiares, dificuldades nos relacionamentos afetivos, questões sexuais, profissionais, estresse, dependência química, depressão, fobias, síndrome do pânico, obesidade, transtornos: alimentares, do sono e do humor, ansiedade excessiva, perdas emocionais e materiais, autoestima baixa, orientação vocacional e no processo de recolocação profissional, distúrbio de aprendizagem, pacientes oncológicos, entre outros.

 

Entretanto, não é necessário estar com problemas para buscar orientação. A psicoterapia pode também ser preventiva.

 

Fonte: http://www.artigonal.com/psicoterapia-artigos/a-importancia-da-psicoterapia-4663986.html