Psicologa Organizacional

10 de abril de 2017

Guarda o teu coração


 
 
Guarda o teu coração

 

 

 

Sabe-se que “por volta do século 5 a.C., começa na Grécia Antiga um debate palpitante sobre a localização da alma. Diz a história que os gregos não concebem algo espiritual sem assinalar um lugar no corpo. Hipócrates, o mais famoso médico da Antiguidade, diz que a inteligência se encontra na cabeça. Platão discorda. Para ele, a alma imortal está na cabeça, mas a alma mortal, responsável pela inteligência e os sentimentos, está no coração. Os desejos sensuais, por sua vez, procedem do fígado. Aristóteles contradiz essa separação. Só existe uma alma, afirma, e ela se encontra no coração, o centro do ser humano, o fogo interno que dá calor e vida. Fica assim estabelecido pelos séculos seguintes a primazia do coração...”

O coração é um órgão muscular oco, envolto por um saco cheio de líquido chamado pericárdio, localizado no interior da cavidade torácica. Sua função é bombear o sangue oxigenado (arterial) proveniente dos pulmões para todo o corpo e direcionar o sangue desoxigenado (venoso), que retornou ao coração, até os pulmões, onde deve ser enriquecido com oxigênio novamente. Em uma pessoa saudável, o coração bate em média 70 a 80 vezes por minuto. Mas, esse número pode ser elevado para até 150 em situações de pânico ou susto. O coração bombeia em média 74 mil litros de sangue por dia – o suficiente para, ao longo de uma vida inteira, encher 100 piscinas. A pressão exercida pelo órgão também é tão forte que o sangue poderia ser jorrado a 10 metros de altura.

Além de ser um órgão de extrema importância o coração é representado de forma simbólica como sendo o centro das emoções.

Por que guardar o coração? Certamente a resposta é simples, ou não, por ser simples entende-se que, por não termos conhecimento suficiente em relação a formação subjetiva do homem, não compreendemos a nossa personalidade e muito menos os nossos afetos. E por conseqüência, muitos de nós em todo tempo estamos sofrendo, passando por dores, porque tão somente não guardamos os nossos corações.

Na jornada da vida, em muitos momentos o nosso coração fica em “lugares” que muitas vezes não deveríamos ter permitido, e muito do caos da vida que alguns se queixam foi devido a não ter guardado o coração.

Coração esse que é cheio de desejos, vontades, ambições, sonhos, projetos e amores. E como somos entregues a uma intensa carga emocional, não nos preocupamos em protegê-lo.

Sendo assim encontramos em especial, na atualidade, muitas pessoas machucadas com o amor, como pode um sentimento tão lindo, tão nobre, tão puro, nos machucar? Certamente não é o amor por si só que nos machuca, mas sim nossos corações cheios de (... cada um sabe do que está cheio...) que através do egoísmo buscar saciar seus desejos, sem mensurar as possibilidades e conseqüências das escolhas.

Nossos atos vêm sempre do coração, é o que determina as atitudes e os comportamentos. Uma vida equilibrada e saudável deve se ocupar de alguns valores como:  ambiente familiar, alimentação, vida social, emoções e sentimentos.

Uma dos siguinificados do coração, de forma conotativa nesse tempo contemporâneo é: de emoção e sentimento.

Então guarda o teu coração para que sentimentos negativos e emoções destruidoras não venham abatê-lo.

 

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”

Provérbios 4:23

 

De próprio punho

 

Acimarley Freitas

2 de abril de 2017

Autismo


 
 
Autismo

 

Os primeiro sintomas do autismo manifestam-se, necessariamente, antes dos 3 anos de idade, o que faz com que os profissionais da área da saúde busquem incessantemente o diagnóstico precoce.

A principal área prejudicada , e a mais evidente, é a habilidade social. A dificuldade de interpretar os sinais sociais, e as intenções dos outros impede que as pessoas com autismo percebam corretamente algumas situações no ambiente em que vivem. A segunda área comprometida é a da comunicação verbal e não verbal. A terceira é a das inadequações comportamentais.

Percebe-se que crianças com autismo apresentam repertório de interesses e atividades restritos e repetitivos (como interessar-se somente por trens, carros,  dinossauros etc.), tem dificuldade de lidar com o inesperado e demonstram pouca flexibilidade para mudar rotinas. Essa é a tríade de sintomas do comportamento autistíco.

 

Sabe-se que a dificuldade de socialização é a base da tríade de sintomas do funcionamento autistíco. O ser humano é um ser social. Pis é através da socialização que o ser humano aprende as regras e os costumes da sociedade em que habita. É notório que pessoas com autismo apresentam muitas dificuldades na socialização, com variados níveis de gravidade. É necessário entender a fundo os sentimentos e percepções dos portadores desse funcionamento mental para que possamos ajudá-los. Um dos granes desafios do tratamento do funcionamento autistíco é ensinar a essas pessoas os mecanismos e os prazeres contidos nos momentos de convivência. Crianças com autismo buscam contatos sociais, mas não sabem exatamente o que fazer para mantê-los. Crianças com autismo tendem a fazer pouco contato visual.

As pessoas com autismo apresentam grandes dificuldades na capacidade de se comunicar pela linguagem verbal e não verbal e, com isso, permanecem isoladas e distintas em seus mundinhos particulares. A linguagem verbal é a escrita ou falada, ou seja, é o poder que temos de nos comunicar por meio de cartas, emails, textos, livros, vocalizações, conversas, pedidos ou discursos eloqüentes. A linguagem não verbal, por sua vez, é composta pelo conjunto de sinais e símbolos, com os quais nos deparamos no dia a dia. Como exemplo de linguagens não verbal, temos as placas e os sinais de trânsito,, que nos passam mensagens indicativas – por meio de símbolos, imagens e cores – como devemos agir: reduzir velocidade,parar o carro, atravessar a rua etc. a linguagem não verbal também é constituída por sinais que emitimos o tempo todo, como gestos, posturas corporais e expressões faciais. Aprendemos, desde muito cedo, a interpretar expressões faciais e a linguagem corporal das pessoas com quem interagem. Grande parte da comunicação vem da linguagem não verbal. Falhas ou problemas na evolução da linguagem constituem os primeiros sinais de que o desenvolvimento de uma criança não está conforme o esperado e podem sugerir um funcionamento autistíco. Assim como nas questões relacionados a socialização, nos deparamos aqui, com um espectro de alterações. As crianças com funcionamento autistíco, dificilmente, contam eventos passados e, exatamente por isso, ensina-las  a narrar suas vivências é prioridade no tratamento., até para que possamos identificar situações constrangedoras e humilhantes no espaço escolar, como o bullying.

 

Os padrões de comportamento das pessoas com autismo independem de raça, nacionalidade, ou credo desses indivíduos. É fácil identificar comportamentos autistícos, pois não estão relacionados a costumes de um povo e sim ao desenvolvimento particular dessas pessoas. Os comportamentos são divididos em duas categorias: primeiro  trata-se dos comportamentos motores estereotipados e repetitivos, como pular, balançar o corpo e/ou as mãos, bater palmas, agitar ou torcer os dedos e fazer caretas. São sempre realizados da mesma maneira e alguns pais até relatam que observam algumas manias na criança que desenvolve tais comportamentos. Algumas crianças com autismo são muito agitadas, não seguem os comandos, fazem apenas o que é de seu interesse. Querem sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito, na mesma seqüência. A segunda categoria  está relacionada a comportamentos disruptivos cognitivos, tais como compulsões, rituais, rotinas, insistência, mesmice e interesses circunscritos que são caracterizados por uma aderência rígida a alguma regra ou necessidade de ter as coisas somente por tê-las.

Estudos na área da neuropasicologia têm demonstrado que indivíduos com autismo aparentam ter dificuldades na área cognitiva de funções executivas. Essas funções são um conjunto de processos neurológicos que permitem que a pessoa planeje coisas, inicie uma tarefa, se controle para continuar na tarefa, tenha atenção e, finalmente, resolva o problema. Os padrões restritos e repetitivos de comportamento dominam as atividades diárias de crianças com autismo, e causam impacto em suas habilidades de aprendizagem e nos desenvolvimentos de comportamentos adaptativos.

O autismo é um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida. Para compreender melhor o autismo é necessário que o leitor se aprofunde mais no assunto.

 

Fonte:

SILVA, Ana Beatriz. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro : Objetiva, 2012.