Psicologa Organizacional

4 de agosto de 2025

 






Quem é você no Teatro da Vida: 

o pessimista, o otimista, o realista?

 

Se observarmos atentamente o palco do cotidiano, veremos que cada um de nós atua como protagonista na grande peça chamada vida. Às vezes, somos também espectadores de nossas escolhas, sentimentos e reações. No Teatro da Vida, expressão desenvolvida pelo psicólogo Acimarley Freitas, somos convidados a contemplar tanto o espetáculo vasto e impressionante do universo quanto as miudezas poéticas do dia a dia — a abelha pousando suavemente numa folha, a dança silenciosa das nuvens, o sorrir do tempo em nossa pele. No entanto, a cena mais desafiante é aquela que se desenrola dentro de nós mesmos, quando nos vemos frente a frente com quem realmente somos.

Nesse palco interno, é inevitável percebermos as diferentes formas de encarar a vida. Pode ser que, por vezes, a cortina se abra para um personagem pessimista. Ele percebe no mundo uma constante ameaça. Enxerga o tempo como adversário, sente que a natureza conspira contra seus projetos, duvida do valor de suas emoções positivas e sente-se aprisionado pelas negativas. Suas falas são carregadas de receio, desânimo ou até mesmo de uma certa resignação perante as adversidades. No entanto, ele não deixa de trazer à tona a importância de questionar, de duvidar, de não se deixar embalar pelo excesso de confiança. Sua presença pode soar áspera, mas, em sua essência, alerta para perigos reais e convida à cautela.

Em outro ato, o otimista entra em cena com energia contagiante. Seus olhos brilham ao contemplar o futuro, ele se permite encantar com a simplicidade das pequenas alegrias cotidianas, vendo florescer possibilidades mesmo nas mais inesperadas situações. Para ele, o tempo é um aliado, a natureza, uma fonte infinita de inspiração, e até mesmo os sentimentos negativos são aprendizados disfarçados. Sente-se leve, aberto ao novo, impulsionando aqueles ao seu redor a sonhar, a reconstruir, a não desistir diante da primeira queda. Por vezes, pode ser ingênuo; mas, frequentemente, é o sopro de esperança que mantém o espetáculo em andamento.

E há, claro, quem se reconheça no papel do realista. Este personagem vê a vida com um olhar equilibrado, atento tanto para as adversidades quanto para as oportunidades. Ele observa a abelha e reconhece o valor tanto do esforço quanto da doçura produzida. Compreende o funcionamento do universo e sabe que há mistérios insolúveis, mas também aprecia cada pequena certeza conquistada. O realista abraça sentimentos positivos e negativos, entende que são partes legítimas da existência, e utiliza ambos como bússolas para possíveis tomadas de decisão. Seu discurso é pautado em serenidade e coerência; não nega os problemas, mas também não se deixa abater por eles; constrói, dia após dia, um caminho sólido, ainda que se permita sonhar.

No Teatro da Vida, cada um desses personagens — pessimista, otimista, realista — habita dentro de nós em diferentes intensidades e situações. Perceber quem está no comando é um convite à autodescoberta. Trata-se de um exercício de olhar para fora, mas, sobretudo, de olhar para dentro, de decifrar os próprios sentimentos, perceber o que nos move, o que nos freia. É um chamado para que cada pessoa, com consciência de seus traços únicos, se desafie a criar seu próprio projeto de vida — seja ele de curto, médio ou longo prazo — e, assim, assuma o papel principal na construção do próprio destino.

Olhe para o palco. Repare nos seus movimentos, nas suas falas, nas suas escolhas. Hoje, quem é você no Teatro da Vida? Como suas emoções e sua forma de ver o mundo determinam o rumo de sua peça pessoal?

Talvez o segredo não seja escolher um único personagem, mas aprender com cada um deles, misturando a esperança do otimista, a prudência do pessimista e o equilíbrio do realista. Afinal, o espetáculo continua, e o mais importante é nunca deixar de atuar com autenticidade, coragem e propósito.

 

Acimarley Freitas

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