Psicologa Organizacional

19 de julho de 2023

 




Efetividade da Psicoterapia Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers

 

A Abordagem Centrada na Pessoa, desenvolvida por Carl Rogers, é uma abordagem terapêutica amplamente reconhecida na psicologia. Ela se baseia na premissa de que cada indivíduo possui potencial para autoconhecimento, crescimento e autorrealização, desde que as condições facilitadoras sejam estabelecidas durante o processo terapêutico. Ao longo das décadas, essa abordagem tem sido objeto de diversos estudos e pesquisas, demonstrando consistentemente sua efetividade em diferentes contextos clínicos.

 

Um dos principais pilares da Abordagem Centrada na Pessoa é a relação terapêutica, caracterizada por três atitudes fundamentais: empatia, congruência e aceitação incondicional. A empatia, entendida como a habilidade do terapeuta de compreender e se colocar no lugar do cliente, é essencial para criar um ambiente de segurança emocional e compreensão mútua. A congruência refere-se à autenticidade do terapeuta, sendo crucial para estabelecer uma relação genuína e livre de falsidades. A aceitação incondicional, por sua vez, envolve o respeito e a valorização do cliente como pessoa, independentemente de seus pensamentos, sentimentos ou comportamentos.

 

Vários estudos têm destacado a importância dessas condições facilitadoras no processo terapêutico e sua relação direta com a efetividade da Abordagem Centrada na Pessoa. Clientes que experienciam uma relação terapêutica empática, congruente e de aceitação incondicional relatam maior satisfação com o processo terapêutico e apresentam melhorias significativas em relação aos seus sintomas e questões emocionais.

 

Além da qualidade da relação terapêutica, a Abordagem Centrada na Pessoa  também enfatiza o conceito de autorregulação do cliente. Nesse contexto, o terapeuta assume uma postura não diretiva, não oferecendo soluções prontas ou direcionamentos específicos, mas permitindo ao cliente explorar suas questões e encontrar suas próprias respostas. Estudos têm indicado que essa abordagem encoraja a autonomia e a capacidade de resolver problemas do cliente, o que contribui para resultados terapêuticos duradouros.

 

Outro aspecto relevante é a aplicabilidade da Abordagem Centrada na Pessoa em diferentes populações e condições clínicas. Ela tem sido utilizada com sucesso em diversos contextos, incluindo tratamentos de depressão, ansiedade, transtornos de personalidade, traumas e dificuldades de relacionamento. Sua efetividade transcende fronteiras culturais e tem sido adaptada para diversos contextos socioculturais, o que reforça sua relevância e aplicabilidade em diferentes cenários.

 

Entretanto, como em qualquer abordagem terapêutica, a efetividade da Abordagem Centrada na Pessoa está sujeita a algumas limitações. Nem todos os indivíduos se beneficiam igualmente dessa abordagem, e alguns casos podem requerer intervenções mais específicas ou uma combinação de diferentes abordagens terapêuticas. Ademais, a efetividade da terapia pode ser influenciada por fatores como a experiência e habilidades do terapeuta, a motivação e comprometimento do cliente, bem como a gravidade e complexidade do problema em questão.

 

Em síntese, a Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers tem se mostrado uma abordagem efetiva e relevante na prática clínica da psicoterapia. A ênfase na relação terapêutica empática, congruente e de aceitação incondicional, juntamente com a valorização da autorregulação do cliente, tem contribuído para resultados positivos e duradouros. Contudo, é importante reconhecer que cada caso é único, e a adequação dessa abordagem deve ser avaliada de forma criteriosa, considerando as necessidades e características individuais de cada cliente.


Acimarley Freitas

 

 

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