Psicologa Organizacional

18 de maio de 2025

 



Vício em jogos de aposta: quando o prazer se torna prisão


O jogo, para muitos, começa como uma diversão inofensiva, uma aposta entre amigos, uma raspadinha casual, uma ida ao cassino ou até mesmo uma jogada em aplicativos. No entanto, quando o prazer da aposta se transforma em necessidade, o vício se instala silenciosamente — e, muitas vezes, de forma devastadora.


A compulsão por jogos de aposta, também conhecida como jogo patológico, é um transtorno que afeta a saúde mental e emocional da pessoa. A promessa de ganhos fáceis cria um ciclo vicioso: perde-se dinheiro, tenta-se recuperar, perde-se mais, e a espiral continua. A pessoa perde o controle sobre o próprio comportamento, e o jogo deixa de ser uma escolha — torna-se uma urgência.


Os prejuízos são muitos. No campo material, dívidas se acumulam, bens são vendidos, empréstimos são feitos. No ambiente familiar, há quebra de confiança, discussões constantes, afastamento de entes queridos. Já na saúde mental, o sentimento de culpa, vergonha e desespero pode evoluir para quadros de ansiedade, depressão e, em casos graves, ideias suicidas.


Mas é possível sair dessa prisão.


A reorganização começa com o reconhecimento: admitir que há um problema é o primeiro passo. Buscar ajuda especializada, como a psicoterapia — especialmente aquela voltada para comportamentos compulsivos — pode oferecer o suporte necessário para compreender as raízes do vício, lidar com os gatilhos emocionais e reconstruir a autoestima.


Além disso, é importante estabelecer uma rede de apoio: contar com amigos e familiares que acolham sem julgamento, criar novos hábitos saudáveis, estabelecer limites financeiros e até buscar grupos de apoio como os Jogadores Anônimos.


Deixar o vício exige tempo, coragem e perseverança. Mas, ao trilhar esse caminho, é possível resgatar a liberdade, reconstruir os vínculos e recuperar o controle da própria vida. Apostar em si mesmo é a jogada mais valiosa que alguém pode fazer.



Acimarley Freitas

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