Aprendendo
um pouco sobre psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa - ACP
A Abordagem Centrada na
Pessoa (ACP) foi desenvolvida por Carl Rogers na década de 1940. Foi
considerado, na época, um ato revolucionário, uma vez que o proposto por Rogers
se distanciava do modelo tradicional de terapia praticado na época.
Essa nova maneira de
guiar o acompanhamento psicoterápico é baseada na ideologia de que todo ser
humano é capaz de se esforçar a fim de atingir o seu potencial máximo. Agora, o
setting terapêutico não era composto por um especialista e um leigo, mas sim
por um especialista em teorias e técnicas de terapia e um especialista na
experiência do cliente — ele mesmo.
Quer
saber o que Rogers propôs de tão inovador? Então, continue a leitura!
O
que é a Abordagem Centrada na Pessoa?
A terapia rogeriana
pode ser definida como uma abordagem não-diretiva e empática, com o objetivo de
empoderar e motivar o cliente ao longo do seu processo terapêutico. Ou seja, valoriza a experiência do cliente/paciente.
Grande parte das outras
abordagens praticadas na época viam o sujeito como inerentemente imperfeito,
dotado de pensamentos e comportamentos problemáticos que o faziam buscar
acompanhamento psicológico.
Apresentando um novo
pensamento, Rogers elaborou esse modelo de terapia sob o entendimento de que
cada pessoa tem capacidade e desejo de crescimento pessoal. Para ele, essa “tendência de atualização” impulsionava
o sujeito a buscar terapia.
Nessa abordagem, o
terapeuta tem o desafio de aprender a reconhecer e confiar no potencial humano,
ao fazer o uso da empatia e da consideração positiva incondicional para ajudar
o cliente no seu processo de desenvolvimento pessoal. Assim, o terapeuta
oferece suporte, orientação e estrutura para que o sujeito possa descobrir
soluções personalizadas dentro de si.
Quais
são os objetivos da Abordagem Centrada na Pessoa?
Os objetivos da Terapia
Centrada na Pessoa vão ser estabelecidos pelo próprio cliente. Essa definição
dependerá de uma série de fatores, praticamente infinitos, que serão
identificados pelo paciente como gatilhos para uma mudança.
Contudo, conseguimos
concentrar grande parte desses objetivos em algumas categorias mais comuns:
1.
Facilitar o crescimento e
desenvolvimento pessoal;
2.
Eliminar ou mitigar sentimentos de
angústia;
3.
Aumentar a autoestima;
4.
Potencializar a abertura para
experiências novas;
5.
Aumentar a compreensão do cliente sobre
si mesmo.
O
diferencial dessa abordagem é que o mais comum é o cliente propor seus próprios
objetivos para a terapia. A Terapia Centrada no Cliente
postula que o terapeuta não pode estabelecer metas eficazes para o sujeito,
devido à sua falta de conhecimento do que é a experiência real daquela pessoa.
O terapeuta jamais
saberá como é exatamente sentir o que o cliente relata. Então, a teoria defende
que apenas o sujeito tem conhecimento suficiente de si mesmo para definir metas
eficazes e desejáveis para a terapia.
Como
funciona a Abordagem Centrada na Pessoa?
Antes de tudo, é
importante entender que o sucesso desta abordagem está diretamente ligado à
conexão estabelecida entre cliente e terapeuta. Logo, esse relacionamento tem
que ser pautado em confiança, autenticidade e sentimentos positivos sendo
emanados de ambos os lados.
Além disso, Rogers
estabeleceu algumas condições necessárias para que a terapia rogeriana funcione
de forma assertiva:
·
O cliente e o terapeuta estão em contato
psicológico (um relacionamento).
·
O cliente está emocionalmente
perturbado, ou seja, em um estado de incongruência.
·
O terapeuta tem uma intenção genuína e
está ciente de seus próprios sentimentos.
·
O terapeuta tem consideração positiva
incondicional pelo cliente.
·
O terapeuta tem uma compreensão empática
do cliente e de seu quadro de referência interno e procura comunicar essa
experiência ao cliente.
·
O cliente reconhece que o conselheiro
tem uma consideração positiva incondicional por eles e uma compreensão das
dificuldades que estão enfrentando.
Através da ACP, ambos
discutem os problemas e demandas atuais. Nessa relação, o profissional pratica
a escuta ativa e empática com o cliente/paciente, enquanto que este decide por
si mesmo o que está errado e o que pode ser feito para corrigi-lo, contando com
o suporte do terapeuta.
Assim, o processo
terapêutico acontece por meio de três condições facilitadoras, que orientarão
cliente e terapeuta.
Empatia
A empatia é uma
condição facilitadora, pois é imprescindível que todos os envolvidos na relação
terapêutica sintam-se verdadeiramente disponíveis para ela.
É importante reforçar
que o terapeuta deve ser capaz de deixar seus princípios e valores de lado para
ter mais disponibilidade interna de enxergar com clareza a busca que o cliente
está desenvolvendo em rumo à sua atualização. É entender o universo do outro
sem ser o outro.
Congruência
O terapeuta precisa ser
autêntico no que tange seus sentimentos e percepções em relação ao cliente. Ele
deve, com cuidado, empatia e respeito, ser capaz de pontuar ao cliente o que
sente na sessão.
Ao assumir seus
sentimentos como seus, o terapeuta abre espaço para o sujeito pensar a respeito
e, pouco a pouco, compartilhar e assumir seus sentimentos livre de ameaças e
apoiado na aceitação, na autenticidade e no acolhimento.
Aceitação
positiva
Por fim, a aceitação
positiva incondicional propõe que o terapeuta aceite o outro de forma positiva.
Quando ele consegue de fato ser empático e ter a convicção de que o outro busca
sempre as alternativas, de acordo com o que entende como melhor dentro do seu
repertório interno, por meio da tendência atualizante, fica mais fácil aceitar
à pessoa, mesmo não entendendo ou não concordando.
Ao praticar a aceitação
positiva incondicional, o terapeuta assume o papel de acolher o outro com suas
experiências, desejos e angústias sem julgar ou demonstrar qualquer tipo de
desaprovação. Isso porque a sabedoria do cliente tem um peso igualmente
importante ao conhecimento do profissional de saúde.
A Abordagem Centrada na
Pessoa (ACP) valoriza a aceitação, acolhimento e a autenticidade, ou seja, o
terapeuta dentro da sua autenticidade partilha dos princípios centrados na
pessoa. Trata-se de uma abordagem que é mais do que apenas um compilado de
técnicas e normas. É uma forma de se desprender de julgamentos para se conectar
mais verdadeiramente com o outro.
Agora que você já
conheceu mais sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, que tal contar com a ajuda
do profissional?
É só agendar.
Atendimento online:
77981115100
Acimarley C.S. Freitas
CRP 04/54732